Quando o Ódio Esconde o Amor
img img Quando o Ódio Esconde o Amor img Capítulo 5
6
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
img
  /  1
img

Capítulo 5

Mateus sentiu o corpo a ser projetado pelo ar. Por um instante, viu o céu azul, uma imagem de paz. Depois, a escuridão.

Acordou num quarto de hospital. O corpo doía-lhe por todo o lado. Tinha várias costelas partidas, uma perna engessada, e uma dor de cabeça lancinante.

Sofia não o visitou.

Depois de receber alta, coxeando e com dores, foi informado por Tiago que Sofia exigia a sua presença. Ela estava a organizar os preparativos para o seu casamento com Leonardo, que recuperara "milagrosamente" do seu "acidente".

Obrigou Mateus a acompanhá-la a floristas, a lojas de decoração, a provar bolos de casamento. Fazia-o testemunhar cada detalhe do futuro feliz que ela estava a construir com outro homem, um futuro que antes fora deles.

Era uma tortura requintada, e ele suportava-a em silêncio.

No aniversário da morte da mãe de Sofia, Mateus foi ao cemitério. Comprou um ramo de lírios brancos, as flores preferidas dela.

Ajoelhou-se em frente à campa de mármore frio.

"Desculpe," sussurrou ele, como se falasse com a sua própria mãe. "Desculpe por tudo. Eu amava-a muito. E amo muito a sua filha."

Uma lágrima solitária escorreu-lhe pelo rosto.

"Espero que esteja em paz. Eu estarei em breve."

Sofia e o seu pai, o industrial austero, chegaram nesse momento. Viram Mateus junto à campa.

O pai de Sofia, um homem corpulento e de rosto severo, ficou vermelho de fúria.

"O que é que estás aqui a fazer, seu verme?" gritou ele.

Avançou sobre Mateus e começou a esmurrá-lo. Os golpes eram brutais, alimentados por anos de raiva e dor contida.

"Mataste a minha mulher! Destruíste a minha família!"

Mateus não se defendeu. Apanhou os golpes em silêncio, o sangue a escorrer-lhe do nariz e da boca. O seu corpo, já fragilizado pelo atropelamento e pelo cancro, protestava com uma dor aguda.

Sofia observava, o rosto pálido, os olhos arregalados.

                         

COPYRIGHT(©) 2022