Do Ódio ao Altar: Uma Vingança Inesperada
img img Do Ódio ao Altar: Uma Vingança Inesperada img Capítulo 5
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Capítulo 5

Miguel aproximou-se da cama, o desejo a toldar-lhe o discernimento.

A escuridão do quarto, o álcool, a silhueta feminina.

"Beatriz, minha querida," sussurrou ele, a voz rouca. "Estás tão bonita esta noite."

As suas mãos percorreram o corpo de Sofia, deslizando pelo tecido fino do vestido que ela usava.

Ele despiu-a lentamente, os seus lábios a encontrarem o pescoço dela, a clavícula.

Sofia prendeu a respiração, o seu corpo a reagir ao toque dele, mas a sua mente fria e calculista.

Ele pressionou-a contra si, a paixão a consumi-lo.

No momento crucial, quando ele estava prestes a possuí-la, Sofia virou o rosto.

"Sr. Miguel?"

A sua voz, clara e formal, cortou a névoa de desejo dele.

Miguel parou, confuso.

Acendeu a luz da mesa de cabeceira.

E viu-a.

Sofia, nua, a cobrir-se apressadamente com o lençol, o rosto uma máscara de choque e vergonha.

Ele recuou como se tivesse sido queimado.

"Sofia! O que... o que raio estás a fazer aqui?"

A sua voz era um misto de raiva e constrangimento.

Sofia encolheu-se, as lágrimas a brotarem-lhe nos olhos.

"Eu... eu não sei, Sr. Miguel. A D. Beatriz pediu-me para esperar por ela aqui. Disse que tinha algo para mim. Eu adormeci à espera..."

Uma mentira plausível.

Miguel olhou para ela, depois para a cama, para si mesmo.

A fúria dominou-o.

Sentiu-se um idiota, manipulado.

Saiu do quarto abruptamente, batendo a porta atrás de si.

Sofia ficou sozinha, o sorriso a espalhar-se-lhe lentamente pelos lábios.

Ele estava interessado.

Mais do que interessado.

Agora, era altura de jogar o jogo do gato e do rato.

Começou a evitá-lo.

No escritório, mantinha-se estritamente profissional.

Se ele se aproximava, ela encontrava uma desculpa para se afastar.

A sua curiosidade, a sua intriga, cresciam a cada dia.

Ele não conseguia tirá-la da cabeça.

Beatriz, por outro lado, sentia a mudança.

Sentia o distanciamento de Miguel, a sua crescente irritação com ela.

E culpava Sofia.

Um dia, chamou Sofia a uma sala de reuniões vazia.

"Sua vadiazinha," sibilou Beatriz, assim que a porta se fechou. "Pensas que não sei o que andas a fazer?"

Sofia manteve a calma, a expressão neutra.

"Não sei do que fala, D. Beatriz."

Beatriz riu, um som desagradável.

"Achaste mesmo que podias roubar o meu noivo e sair impune?"

Agarrou um pesado agrafador da mesa e atirou-lho.

Sofia desviou-se a tempo, o objeto a embater na parede com um estrondo.

Beatriz avançou, o rosto vermelho de ódio.

Começou a agredi-la, bofetadas, arranhões.

Sofia não reagiu, não se defendeu.

Apenas suportou, o seu corpo a absorver os golpes, a sua mente a registar cada detalhe.

Quando Beatriz se cansou, exausta e ofegante, Sofia apenas se recompôs.

A blusa rasgada, o cabelo despenteado, marcas vermelhas a surgirem-lhe no rosto e nos braços.

Saiu da sala em silêncio, sem uma palavra de queixa.

Deixando Beatriz a ferver na sua própria raiva impotente.

                         

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