A Escolha de Sofia: Um Destino Longe do Desprezo
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Capítulo 3

Sofia respondeu friamente à "preocupação" de Laura.

"Estou bem. Pode ir."

Laura não se moveu.

Seu sorriso doce escondia uma provocação cruel.

"Sabe, Sofia, às vezes eu tenho pena de você."

"Não preciso da sua pena."

"Claro que não," Laura disse, a voz suave. "Você tem tudo, não é? Dinheiro, beleza... Só não tem o que realmente importa."

Ela fez uma pausa dramática.

"O amor do Ricardo, por exemplo. Ele é meu, Sofia. Sempre foi."

A arrogância dela era nauseante.

Sofia cerrou os punhos. "Saia daqui, Laura."

Laura levantou-se, mas não antes de "acidentalmente" esbarrar na pequena mesa de cabeceira.

Um copo d'água caiu, molhando alguns papéis de Sofia, anotações sobre plantas locais.

No exato momento, Ricardo entrou no quarto.

Ele viu a água derramada, os papéis molhados, Laura com uma expressão assustada.

"O que está acontecendo aqui?" ele perguntou, a voz já carregada de suspeita.

Laura apressou-se em se defender.

"Capitão, eu só vim ver como Sofia estava. Ela... ela ficou nervosa e derrubou a água."

Sofia abriu a boca para protestar, mas Ricardo a cortou.

"Sofia, de novo? Você não consegue passar um dia sem causar problemas?"

A injustiça era tão grande que Sofia sentiu um nó na garganta.

Ela se recusou a explicar. Sabia que ele não acreditaria nela.

Ele sempre acreditava em Laura.

Laura, com lágrimas nos olhos, interveio.

"Capitão, por favor, não seja tão duro com ela. Tenho certeza que não foi por mal. Talvez... talvez ela só precise organizar esses papéis. Seria uma boa tarefa, não acha?"

Ricardo olhou para Laura, depois para Sofia.

"Está bem. Sofia, organize todos os seus relatórios e anotações. Quero tudo em ordem até amanhã de manhã."

Ele se virou para sair, mas Sofia não conseguiu se conter.

"Seu julgamento é impecável, Capitão. Como sempre."

O sarcasmo em sua voz era evidente.

Ricardo parou, virou-se lentamente. Seus olhos faiscaram.

Antes que ele pudesse dizer algo, Laura soltou um pequeno gemido.

"Ai, meu tornozelo. Acho que torci quando esbarrei na mesa."

Ricardo esqueceu Sofia imediatamente.

Ele se ajoelhou ao lado de Laura, a preocupação estampada em seu rosto.

"Onde dói? Deixe-me ver."

Ele examinou o tornozelo dela com uma delicadeza que Sofia nunca recebera.

Sofia observava a cena, o coração pesado.

Ela era invisível para ele quando Laura estava por perto.

Ele ajudou Laura a se levantar, apoiando-a.

"Vou te levar para a enfermaria."

Eles saíram, deixando Sofia sozinha com a bagunça e a dor da indiferença dele.

Mais tarde, quando ela entregou os papéis organizados, ele mal olhou para ela.

Ela teve que escrever uma "autocrítica" sobre o incidente do copo d'água.

Ela escreveu com desafio, sem um pingo de arrependimento.

"Assumo total responsabilidade por ser desastrada e por existir no mesmo espaço que pessoas mais competentes e menos propensas a acidentes."

Ricardo leu, o maxilar tenso.

Ele ia explodir, Sofia sabia.

Mas Laura, que apareceu "por acaso", interveio novamente.

"Capitão, acho que Sofia aprendeu a lição. Ela parece arrependida."

Arrependida? Sofia queria rir.

Ricardo olhou para Laura, e sua raiva pareceu diminuir.

"Está bem. Dispensada, Sofia."

No dia seguinte, Laura a convidou para um passeio de barco no rio.

"Para observarmos os pássaros," ela disse, com um sorriso que não alcançava os olhos.

Sofia sabia que era uma armadilha.

Mas Ricardo estava observando.

Recusar seria mais um ato de "rebeldia".

Ela aceitou, relutantemente.

Sentia que estava caminhando para mais dor.

            
            

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