A Escolha de Sofia: Um Destino Longe do Desprezo
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Capítulo 5

A escolha de Ricardo foi um golpe final.

Salvar Laura. Deixá-la para morrer.

A água fria do rio a envolvia, puxando-a para o fundo.

O desespero era uma escuridão densa.

Mas, mesmo na beira da inconsciência, uma pequena chama de teimosia se acendeu.

Ela não ia morrer. Não ali. Não por causa dele.

Lembrou-se da mãe. Da promessa que fizera a si mesma de ser forte.

Lembrou-se da herança que exigira. Do futuro que, mesmo incerto, ainda a esperava no sertão.

Ela tinha que viver.

Lutou contra a correnteza, contra o veneno que se espalhava em seu corpo.

Não sabia quanto tempo passou.

Quando abriu os olhos, estava em uma cabana simples, deitada em uma rede.

Um homem idoso, um ribeirinho, cuidava dela.

Ele falava em voz baixa, explicando que usara ervas e torniquetes para retardar o veneno.

Disse que Ricardo o encontrara e pedira ajuda desesperadamente, dizendo que uma segunda dose de soro estava a caminho de uma cidade vizinha.

Sofia ouviu, o coração estranhamente calmo.

Ricardo pedira ajuda. Mas só depois de salvar Laura.

Ela sobreviveu. A segunda dose de soro chegou a tempo.

Passou alguns dias na pequena comunidade ribeirinha, recuperando-se.

Quando voltou para a estação, Ricardo estava lá, esperando por ela.

Ele parecia cansado, os olhos fundos.

Laura já estava recuperada, exibindo um pequeno curativo na perna como um troféu.

Ricardo tentou falar com Sofia.

"Sofia, eu... eu preciso explicar."

Ela passou por ele como se ele não existisse.

A dor da traição era uma ferida que não cicatrizaria facilmente.

Ela se sentia desapegada, como se observasse tudo de longe.

Decidiu que não ficaria ali nem mais um dia.

Foi para seu alojamento e começou a arrumar suas poucas coisas.

A mala que trouxera da Suíça, cheia de roupas de grife, agora parecia ridícula.

Ela pegou apenas o essencial.

Estava dobrando uma blusa quando Ricardo entrou no quarto, sem bater.

Ele parecia agitado, o cabelo despenteado.

"O que você está fazendo?" ele perguntou, a voz rouca.

"Arrumando minhas coisas," ela respondeu, sem olhá-lo.

"Você não pode ir. Não até estar completamente recuperada."

Ela riu, um som seco, sem humor.

"Preocupado com a papelada, Capitão?"

Ele franziu a testa, a impaciência crescendo.

"Não seja ridícula. Estou preocupado com você."

Sofia finalmente o encarou, os olhos frios.

"Não preciso da sua preocupação. Já tive o suficiente dela."

Ela voltou a arrumar a mala, ignorando-o.

                         

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