Estava grávida de oito meses, à espera do nosso filho e de uma vida perfeita.
Mas o som de metal a rasgar mudou tudo.
No carro capotado, pendurada e a sangrar, chamei pelo Miguel. O pai do meu filho.
Ele ouviu-me, mas rastejou para a Sofia. "Espera! Ela é mais frágil."
Fui deixada para trás, a sangrar até desmaiar, enquanto ele a salvava.
Acordei num hospital, mas com a barriga vazia. O nosso bebé não sobreviveu.
Miguel e Helena, a mãe dele, não lamentaram o neto, só me culparam. "Por tua causa, a Sofia podia ter morrido."
Naquele silêncio gélido, percebi: eu não era família. Era uma intrusa.
Fotos e conversas secretas revelaram a verdade: eu era um "útero" para um herdeiro, o amor de Miguel era para outra.
A humilhação transformou a minha dor em fúria. Como pude ser usada e descartada assim?
Não chorei mais. "Eu quero o divórcio, Miguel," declarei.
Ele recusou, mas a minha decisão era inabalável.
Minha vingança seria a liberdade.
No tribunal, com provas da sua negligência e manipulação, eu os exporia.
Finalmente, eu seria livre.