Amor Perdido, Verdade Tardia
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Capítulo 3

A raiva de Diogo borbulhava.

Como se atrevia Sofia a "divertir-se" com ele?

Ele ia acabar com aqueles desejos o mais depressa possível.

"Está bem, Sofia," ele disse ao telefone, a voz tensa. "Cinco desejos. Nem mais um. Depois, quero-te fora da minha vida."

"Combinado," a voz dela soou calma, quase divertida. "O primeiro, como sabes, é o leilão de beneficência esta noite. Estejas pronto às sete."

Ela desligou antes que ele pudesse protestar.

Às sete em ponto, Diogo estava à porta de Sofia, impaciente.

Ela apareceu, usando um vestido simples, mas elegante, de cor escura.

O cabelo estava apanhado, revelando um pescoço fino e pálido.

"Estás pálida," ele comentou, sem qualquer traço de preocupação. "Pareces doente."

Sofia ignorou o comentário. "Vamos?"

No leilão, Diogo mostrou-se entediado, olhando constantemente para o relógio.

Sofia, por outro lado, observava as obras de arte com interesse genuíno.

Havia uma pequena escultura de um artista emergente que lhe chamou a atenção.

Era uma representação abstrata de duas figuras entrelaçadas, uma protegendo a outra.

Durante o leilão da peça, Sofia fez um lance tímido.

Diogo, percebendo o seu interesse, começou a licitar agressivamente, elevando o preço para além do alcance dela.

Ele arrematou a peça por uma quantia exorbitante.

Sofia sentiu uma pontada de esperança. Será que ele a comprara para ela?

A esperança morreu quando Diogo, ao receber a escultura, caminhou até Leonor, que chegara entretanto, e ofereceu-lha com um sorriso galanteador.

"Para ti, meu amor," ele disse em voz alta, para que todos ouvissem. "Para celebrar o nosso futuro juntos."

Leonor beijou-o apaixonadamente, lançando um olhar triunfante a Sofia.

A humilhação foi pública, brutal.

Sofia sentiu as lágrimas a quererem saltar, a dor a apertar-lhe o peito.

Ela virou-se para sair, mas Diogo agarrou-lhe o braço.

"Onde pensas que vais? O meu desejo ainda não acabou."

"Solta-me, Diogo," ela disse, a voz trémula.

"Porquê? Estás com ciúmes?" ele provocou, apertando-lhe o braço com mais força. "Não sejas ridícula. Nunca terás o que a Leonor tem."

Sofia olhou para ele, os olhos brilhando com uma dor indisfarçável.

"Tens razão," ela sussurrou. "Eu nunca terei."

Ela puxou o braço com força e afastou-se, deixando-o com Leonor.

Passaram-se alguns dias em silêncio.

Diogo, impaciente para acabar com aquilo, ligou a Sofia.

"Qual é o próximo desejo? Não tenho o dia todo."

A voz de Sofia soou fraca ao telefone.

"Uma viagem de fim de semana à Costa Vicentina. Partimos amanhã de manhã."

"Costa Vicentina? Que raio vamos fazer lá?" ele resmungou.

"Apenas vai," ela pediu, a voz quase um sussurro.

Apesar da sua relutância, Diogo concordou.

Queria acabar com aquela farsa o mais depressa possível.

Na manhã seguinte, quando ele estava prestes a sair de casa para ir buscar Sofia, o telemóvel tocou.

Era Leonor, a voz em pânico.

"Diogo, meu amor, preciso de ti! Acho que estou a ter um ataque de ansiedade. Não consigo respirar!"

Diogo não hesitou.

"Estou a caminho, Leonor. Aguenta firme."

Ele enviou uma mensagem curta a Sofia.

"Emergência com a Leonor. A viagem fica adiada."

E saiu apressado, deixando Sofia mais uma vez sozinha com os seus planos desfeitos e o seu coração partido.

Ele não sabia, nem se importava, que a "emergência" de Leonor era apenas mais uma das suas manipulações calculadas.

            
            

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