Tarde Demais, Matias: O Amor Não Espera
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Capítulo 4

Bebi o resto da tequila num só gole, o álcool a queimar a minha garganta, mas não a dor no meu coração.

O clube estava a ficar cheio. Vi Matias a sussurrar algo ao ouvido de Sofia, os seus lábios quase a tocar na sua orelha. Ela riu-se, uma risada que me irritou profundamente.

"Que homem de princípios," pensei sarcasticamente. "Diz que o seu dever é proteger, mas parece mais interessado em seduzir."

Um grupo de playboys bêbados aproximou-se da nossa mesa.

"Olha só, a Laila Vasconcelos! A rainha da noite!" disse um deles, a sua voz arrastada. "Porque é que estás tão sozinha, gata? Vem dançar connosco."

Eles começaram a agarrar-me, a puxar-me.

"Matias!" gritei, o pânico a tomar conta de mim.

Ele demorou um segundo a reagir, como se estivesse a sair de um transe. Depois, moveu-se com uma velocidade letal, afastando os homens de mim com uma força brutal.

"Obrigada pela demora," disse eu, a minha voz a tremer de raiva e medo.

"Peço desculpa, senhorita," disse ele, a sua voz novamente fria e distante.

"Desculpa?" sibilei, aproximando-me dele até os nossos rostos estarem a centímetros de distância. "Você estava demasiado ocupado a proteger a sua santinha para se preocupar comigo, não estava?"

"Laila, isso não é justo," choramingou Sofia.

"Não se preocupe," disse eu a Matias, a minha voz a baixar para um sussurro amargo. "Depois de eu me casar, você estará livre. Livre para a proteger a tempo inteiro. É isso que você quer, não é?"

Antes que ele pudesse responder, ouviu-se um grito de pânico vindo do outro lado do clube.

Um cão de ataque, um rottweiler enorme, tinha-se soltado do seu dono e corria descontrolado na nossa direção, os dentes à mostra.

O caos instalou-se. As pessoas gritavam e corriam.

Num piscar de olhos, vi Matias agir. Sem um segundo de hesitação, ele agarrou em Sofia e atirou-se para o lado, usando o seu próprio corpo como escudo para a proteger.

Ele deixou-me para trás.

Sozinha. Vulnerável.

O cão saltou sobre mim. Senti uma dor lancinante na minha perna, o som da carne a rasgar, o calor do meu próprio sangue.

A última coisa que ouvi antes de desmaiar foi o som de um tiro. Matias tinha neutralizado o cão.

A última coisa que vi foi ele a segurar Sofia nos seus braços, a confortá-la, enquanto eu sangrava no chão.

                         

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