Minha Segunda Chance Longe de Você
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Capítulo 3

"Não estou te evitando, Ricardo," Sofia respondeu, a voz neutra.

Ele insistiu. "Está sim. Mal te vejo pela casa. O que há com você?"

Havia uma nota de frustração em sua voz que ela não compreendia.

Por que ele se importaria?

"Eu simplesmente não tenho interesse em você, Ricardo."

As palavras saíram mais duras do que ela pretendia.

Ricardo pareceu chocado, depois irritado.

"Não tem interesse? Depois de todos esses anos correndo atrás de mim como um cachorrinho?"

A crueldade dele ainda a feria, mesmo que ela não o amasse mais.

Ele apontou para a caixa em suas mãos.

"E o que é isso? Mais declarações de amor eterno? Você não se cansa de ser patética, Sofia?"

A acusação de manipulação era a gota d'água.

Ela respirou fundo, reconhecendo a futilidade de qualquer explicação.

Ele nunca acreditaria nela.

Sem dizer uma palavra, Sofia caminhou até a lareira apagada da sala de estar.

Abriu a caixa e, um por um, começou a jogar os objetos lá dentro.

As cartas de sua adolescência, os desenhos, os pequenos presentes.

Tudo virando cinzas em sua mente, mesmo antes de acender o fogo.

Era uma destruição simbólica, uma catarse.

Ricardo observava, primeiro com desdém, depois com uma raiva crescente e incompreensível.

Quando ela jogou o último bilhete, ele agarrou seu braço.

"O que você pensa que está fazendo? Está tentando me provocar? Acha que isso vai me fazer sentir alguma coisa por você?"

Ele estava furioso.

"Saiba que eu amo a Beatriz. E nada do que você fizer vai mudar isso!"

Ele a empurrou, e ela cambaleou para trás.

Nos dias que se seguiram, um silêncio tenso pairou entre eles.

Sofia continuou com seus preparativos, cada vez mais ansiosa para partir.

Ricardo a observava com desconfiança, como se esperasse alguma armadilha.

Beatriz, por sua vez, parecia saborear a situação, desfilando pela casa como a nova rainha.

Houve um jantar na casa de Ricardo, com a presença de Dona Laura, mãe dele.

Dona Laura, que na primeira vida fora inicialmente simpática, agora a tratava com frieza calculada.

O foco da noite era Beatriz.

Dona Laura presenteou Beatriz com um colar de diamantes, uma joia de família.

"Para a futura senhora Patterson," ela disse, sorrindo para Ricardo.

O casamento deles já estava sendo planejado. A exclusão de Sofia era total.

Mais tarde naquela noite, Dona Laura chamou Sofia para uma conversa particular.

"Sofia, querida, Ricardo e Beatriz estão muito felizes. Acho que seria melhor para todos se você encontrasse seu próprio caminho."

Um eufemismo para "vá embora".

"Eu entendo, Dona Laura. E concordo. Na verdade, estou de partida para Lisboa em breve. Vou estudar arquitetura lá. Meu pai e minha tia-avó já organizaram tudo."

Sofia mencionou casualmente que sua tia-avó também lhe arranjara um pretendente em Lisboa.

Dona Laura pareceu aliviada, até satisfeita.

"Lisboa? Que maravilha! É uma ótima oportunidade para você, Sofia. Um recomeço."

A validação era clara. Sofia estava sendo dispensada.

"Sim, um recomeço," Sofia concordou, sentindo um misto de dor e libertação.

Estava quase na hora.

Quando Sofia estava saindo da biblioteca, Ricardo a interceptou no corredor.

Ele parecia perturbado.

"Lisboa? Que história é essa de você ir para Lisboa?"

Ele a questionou, a voz carregada de uma emoção que ela não conseguiu decifrar.

Sofia negou, por puro instinto de autopreservação.

"Não sei do que você está falando, Ricardo."

Ele se aproximou, o olhar intenso.

"Não minta para mim, Sofia. Eu ouvi você e minha mãe. Você não precisa ir. Mesmo depois que eu me casar com Beatriz, posso continuar cuidando de você. Você pode ficar aqui."

A oferta era chocante. Ele queria mantê-la como uma amante? Uma dependente?

Beatriz, que se aproximava, ouviu a última parte da conversa.

Seus olhos se estreitaram, cheios de fúria e ciúme.

Dona Laura também apareceu, a expressão severa.

Sofia sentiu o ar ficar pesado.

Ela se virou e correu para seu quarto, trancando a porta.

A situação estava se tornando insuportável.

            
            

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