Capítulo 4 Damon P.O.V

Damon

Eu sinto um calafrio percorrer minha espinha quando a vejo entrando pela porta. Belle, a pequena freira que havia chamado a minha atenção desde o momento em que a vi pela primeira vez. O seu cabelo castanho escuro caía em cachos macios ao redor do seu rosto angelical, e os seus olhos azuis brilhavam com uma doçura que eu nunca havia visto antes.

Ela era uma icognta, no orfanato não tinha nada de seus registros, apenas um apelido, Belle.

Mas eu não podia deixar que ela percebesse o efeito que tinha em mim. Eu era Damon, um homem frio e implacável, e não havia espaço na minha vida para alguém como Belle.

E agora, aqui estava ela, parada diante de mim, com um sorriso tímido em seus lábios e um brilho nos seus olhos que me deixava sem fôlego. Eu não conseguia evitar sentir uma pontada de felicidade ao vê-la ali, mesmo que eu soubesse que não deveria, ela estava sendo obrigada a estar ali.

- Belle, finalmente você chegou, eu estava começando a me perguntar se você iria aparecer ou se desistiu de se juntar a nossa pequena família.

- Você sabe muito bem que eu nunca quis trabalhar aqui. E agora você está brincando comigo, usando a sua influência para me colocar nessa posição. - ela não dá espaço, quer que eu veja o quão insatisfeita está.

- Belle, você precisa entender que eu apenas fiz uma sugestão para a madre. Ela foi quem decidiu te contratar como babá. E não é assim que as coisas funcionam. Eu não estou brincando com você. Apenas achei que seria uma boa oportunidade para você. E além disso, precisa de dinheiro, não é mesmo?

- Eu não preciso de dinheiro vindo de você. Eu tenho minha dignidade. E não quero ficar em um lugar onde não sou valorizada.

- Eu não estou te desvalorizando, Belle. Eu apenas achei que seria uma chance para você. Mas se você não quer, é porque ainda não entende. Eu sou um homem perigoso e eu consigo tudo o que quero. Você pode escolher trabalhar para mim e ter uma vida boa, ou pode escolher ficar contra mim e sofrer as consequências.

- Senhor Greco, não entendo porque me colocou nesta situação. - a sua voz sai baixa, receosa, e já não tem a mesma animação de antes.

- Porque eu quero que seja assim, apenas isso, agora venha vou lhe mostrar o seu quarto, a minha sobrinha está na casa de uma amiga, mas voltará pela manhã.

Enquanto andamos pelos corredores, eu não posso deixar de notar a beleza de Belle. Seus olhos azuis brilham sob a luz da lâmpada, seus cabelos castanhos caem em cascata sobre seus ombros e sua pele parece tão macia quanto a seda.

Eu me esforço para não olhar para ela de forma inadequada, mas é difícil resistir. A cada passo que dou, meu desejo por ela cresce ainda mais forte. Acho que nunca tive tanta vontade de alguém assim.

Finalmente, chegamos ao quarto de Belle e eu abro a porta para ela entrar. Enquanto ela se acomoda, eu me afasto para dar-lhe privacidade. Mas, mesmo assim, não posso deixar de pensar nela e em como sua beleza á deixa irresistível.

Essa garota de língua afiada está enlouquecendo minha cabeça e não consigo parar de pensar em como lidar com ela, pois não menti em relação á minha sobrinha.

Mas, sejamos honestos, o que eu realmente gostaria de fazer com essa garota é levá-la para um lugar isolado e mostrar-lhe o quão boa é a minha língua. Gostaria de beijá-la de forma apaixonada, de lamber seus lábios, seu pescoço, seus seios, seu corpo inteiro.

Quero sentir o seu cheiro, provar a sua pele e explorar cada centímetro do seu corpo com a minha língua. Quero fazê-la gemer de prazer e deitar-se ao meu lado, exausto, depois de uma noite inteira de sexo*.

Na manhã seguinte, era cedo quando saia para os meus compromissos com a família, não surpeendi-me quando minha cunhada chegou. Ela acabara de voltar de férias, mas sua aparência era diferente de quando a vi pela última vez. Os seus olhos estavam fundos e tristes, e ela parecia cansada e abatida.

-Oi, Damon - ela disse com uma voz fraca. - Desculpe por não ter entrado em contato antes. Eu estava lidando com algumas coisas.

Eu sabia o que ela queria dizer. O seu marido havia sido morto há alguns meses, e ela estava lutando para lidar com a perda. Eu tentei ser compreensivo, mas, na verdade, eu não entendia completamente o que ela estava passando. Eu amava a minha sobrinha mais do que tudo, mas minha cunhada tinha se afastado da vida da criança desde que o seu marido morreu.

Eu sabia que ela estava lutando, mas admito que não conseguia entender como ela poderia se afastar da própria filha. Eu não conseguia imaginar a minha vida sem a minha sobrinha, e eu faria tudo para estar perto dela.

- Você está bem?- eu perguntei a ela, tentando ser gentil. - Eu senti a sua falta, mas mais importante, Toni, sentiu sua falta.

A minha cunhada soltou um suspiro.

- Eu sei, Damon. Eu estive passando por um momento difícil. Eu entrei em depressão, e eu realmente precisava de algum tempo sozinha.

Eu balanço a cabeça, mas eu ainda estava lutando para entender como alguém poderia se afastar do seu filho em um momento como esse. Mas, eu não podia forçá-la a fazer nada que ela não quisesse fazer.

Nesse meio tempo, Belle adentrou a sala, não usava nada no cabelo além de um coque, deixando fios soltos, linda, as suas bochechas coraram com a interrupção da nossa conversa.

Eu pude ver o ciúme nos olhos da minha cunhada assim que apresentei Belle, a ela. Ela tentou disfarçar, mas não conseguiu esconder a expressão de descontentamento ao perceber o quão bonita e competente Belle parecia ser.

Eu me senti um pouco desconfortável com a situação, mas tentei tranquilizá-la explicando que Belle tinha excelentes referências e que seria uma grande ajuda para nós. No entanto, eu sabia que ela poderia arrumar problemas futuros, mas com isso eu me preocupo no momento certo.

Depois que Belle saiu, deixei minha cunhada na sala e segui para cumprir meus compromissos. Na máfia, a disciplina é fundamental e há diplomacias que somente o Dom é capaz de resolver. Acima de mim, só existe o capo del capo, alguém que possui uma posição ainda maior e comanda os outros Dom's.

Nesse dia, meu primeiro compromisso foi com um dos nossos fornecedores de armas. Ele estava insatisfeito com a qualidade das armas que lhe havíamos fornecido na última negociação e estava ameaçando cortar relações com a nossa organização. Eu sabia que precisava agir rápido e com cautela para evitar que isso acontecesse.

Chegando ao local do encontro, fui direto ao ponto e comecei a negociar. Expliquei que a qualidade das armas era uma prioridade para nós e que faríamos o possível para melhorá-las. Aos poucos, consegui conquistar a confiança do fornecedor e fechar um novo acordo.

Em seguida, fui para uma reunião com outros Doms da máfia. Lá discutimos questões internas e planos para futuras negociações. Foi uma reunião longa e cansativa, mas extremamente importante para manter a organização funcionando adequadamente.

Ao final do dia, estava exausto, mas satisfeito por ter cumprido minhas obrigações com a família. Sabia que a disciplina e a hierarquia eram fundamentais para manter a organização forte e unida, e que meu papel como Dom era essencial para isso.

Assim, deixei o local da reunião e segui para casa, onde encontraria minha cunhada e minha nova diversão. Mas sabia que, mesmo em casa, precisava estar alerta e preparado para qualquer eventualidade, afinal, na máfia, nunca se sabe o que pode acontecer.

Estou sentado à mesa, olhando para Belle com um sorriso gentil.

- Então, Belle, como foi o seu dia hoje?

- Foi bem tranquilo, obrigada por perguntar. E o seu?

- Foi um pouco agitado, mas nada que eu não possa lidar. - percebo que Belle parece um pouco desconfortável.

- Você está gostando do jantar?

- Sim, está tudo muito bom. Obrigada.

- Não há de quê. - deixei-á comer, não queria transbordar os seus limites.

Cassandra entra na sala de jantar, o seu olhar caí sobre Belle, com desdém, mas não disfarça ao me olhar, ela quer que eu saiba.

- Oi pessoal, desculpa a demora. Algum problema?

Desvio o olhar de Belle para Cassandra.

- Não, nenhum problema. Belle e eu estávamos apenas conversando sobre o jantar.

- Ah, é mesmo? Que legal, Belle. Você parece ser bem esperta. - senti a segunda intenção em sua fala, Belle parecia não entender o nosso dialogo, mas mesmo assim respondeu o que achou ser um elogio.

- Obrigada, Sra. Cassandra.

Terminamos o jantar em silencio, e percebi que a minha pequena freirinha não havia comido muito.

- Belle, você não pareceu ter gostado do jantar.

- Não é isso, Sr. Greco. Eu apenas queria saber quando poderei voltar ao orfanato.

- Por que a pressa em voltar para lá? Você tem tudo o que precisa aqui comigo.

- Eu sei, mas o orfanato é minha casa. Sinto falta das outras meninas e das freiras. Tenho minha vida lá.

- Belle, você está aqui á menos de 24 horas. Não vou deixar nada de ruim acontecer com você.

- Eu entendo, Sr. Greco. Mas eu sinto que devo voltar para lá. Eles precisam de mim e eu preciso deles. - aquela conversa estava irritando-me, ela não iria a lugar algum, e logo saberia disso, Cassandra só assistia sem expressar nada, e que continuasse assim, esqueceria a diplomacia com ela.

- Não posso deixar você ir para o convento, Belle.

- Por que não? Eu sou livre para escolher o que quero fazer.

- Não sabe onde se meteu, menina. - digo ameaçador, estamos sentados á mesa ainda, a sobremesa havia acabado de ser servida.

- Sr Greco, eu sei que você é um homem perigoso, mas isso não te dá o direito de tirar minha liberdade. - Disse Belle, com firmeza na voz.

- Eu não quero tirar sua liberdade, Belle. - Respondo, com um olhar sombrio.

- Então por que você insiste em controlar tudo o que eu faço? Eu sou uma mulher independente e capaz de tomar minhas próprias decisões. Porque toda essa loucura, você é louco? - Rebateu Belle, cruzando os braços, estava irritada, ficando ainda mais irresistível.

- Porque eu quis assim, e não lhe devo satisfações, agora cale-se e vá deitar, não queira ver o meu lado perigoso.

Belle, olhou diretamente nos meus olhos, as suas pupilas emanam pureza, o seu rosto angelical parecia perfeito para todo o encaixe que era o seu corpo.

Levanto da mesa, e sigo para mais um banho, descido ir até a minha boate. Precisava desestressar e espairecer um pouco após a conversa tensa que tive com Belle. Não podia deixar que as coisas entre nós dois esquentassem muito, eu poderia ser muito temperamental quando queria, e ela não iria aguentar.

Mas agora, nada melhor do que uma noite agitada na minha boate para me ajudar a esquecer os problemas.

Ao chegar, cumprimentei os seguranças e fui direto para o bar. Pedi minha bebida favorita e comecei a observar o movimento da boate. As luzes coloridas piscavam no ritmo da música eletrônica que ecoava por todo o ambiente. A pista de dança estava cheia de pessoas dançando, rindo e se divertindo.

Senti um sorriso se formando em meu rosto ao perceber que tudo estava correndo bem. Minha boate estava lotada, as pessoas pareciam estar se divertindo e eu estava relaxando após a tensão que Belle havia me causado. Era como se eu tivesse deixado meus problemas do lado de fora e entrado em um mundo onde apenas a diversão importava.

Mas durou pouco tempo, pois logo uma ruiva com os mesmo traços de Guilda chamou-me a atenção. Deixei a morena gostosa de lado, e segui até as escadas deixando o camarote.

Ela estava indo ao banheiro, em meio a multidão, consegui segui-la, antes que ela entrasse no comodo, puxei o seu braço, sentindo o meu sangue ferver e ver o quanto a vadia* tinha ousadia em vir aqui.

O seu pai, dom de NY, estava a protegendo, disto tenho certeza. Os seus olhos esbugalhados olharam-me, e não escondo o sorriso perverso, deixando claro tudo de mal que á aguarda.

            
            

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