Desvendando o Homem Que Eu Pensava Conhecer
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Capítulo 3

Na manhã seguinte, o Pedro agia como se nada tivesse acontecido.

Ele fez o pequeno-almoço para a Lia, a rir e a brincar com ela.

Ele beijou-me na bochecha antes de sair para o trabalho. "Vemo-nos mais tarde. Amo-te."

Eu não disse nada.

A palavra "amo-te" soou vazia, um hábito sem significado.

Passei o dia numa névoa.

Cada vez que o meu telefone tocava, o meu estômago dava um nó.

Eu esperava que fosse ele, a ligar para dizer que ia "só passar" em casa da Sofia.

Mas ele não ligou.

Quando ele chegou a casa naquela noite, trouxe flores. As minhas favoritas, lírios brancos.

"Paz?" perguntou ele, com um sorriso hesitante.

Eu olhei para as flores. Elas eram bonitas. Mas também eram um suborno.

Uma tentativa de apagar o que ele tinha feito.

"Obrigada," disse eu, a pegá-las. Fui buscar um jarro e enchi-o de água.

Ele seguiu-me até à cozinha.

"Ana, ouve, eu estive a pensar. Tu tens razão. Eu exagerei. Desculpa por te ter assustado."

"Está tudo bem," menti eu.

"Não, não está. Eu sei que não está. Eu estraguei tudo. A Sofia é só... um velho hábito. Mas tu e a Lia são a minha vida. Eu prometo, vou manter a distância."

Eu queria acreditar nele. Eu queria desesperadamente acreditar nele.

Tínhamos uma filha. Tínhamos uma vida juntos.

Talvez eu estivesse a exagerar. Talvez ele estivesse apenas a ser simpático.

"Ok," disse eu, finalmente. "Ok, Pedro."

Ele abraçou-me, um abraço forte e aliviado.

"Obrigado. Eu amo-te tanto."

Naquela noite, na cama, ele fez amor comigo. Foi terno e apaixonado.

Por um momento, permiti-me esquecer.

Permiti-me acreditar que tudo ia ficar bem.

Mas na manhã seguinte, a realidade voltou a bater à porta.

Literalmente.

Era a minha sogra, a mãe do Pedro.

E ela não parecia feliz.

            
            

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