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Horas depois...
A boate pulsava com a música envolvente em alto volume. As luzes cortavam a penumbra em tons de vermelho e âmbar, dançando sobre corpos mascarados, escondendo intenções, desnudando pecados. O cheiro era uma mistura de perfume caro, álcool e luxúria abafada, o tipo de atmosfera em que ninguém pergunta nomes, só até onde se está disposto a ir.
Aquela boate era uma das poucas que todos se mantinham sob anonimato de máscaras e era um lugar exclusivo, frequentando apenas pela alta sociedade da Itália.
Meu vestido preto colava no meu corpo contornando as minhas curvas. Cada passo que eu dava, cada gole do champanhe gelado entre meus dedos, era uma despedida silenciosa da minha liberdade. Mas naquela noite, eu seria minha, pela última vez e faria isso do meu jeito.
- Você ainda pode voltar atrás, Angelina - sussurrou minha irmã ao meu lado, os olhos claros inquietos, quase suplicantes.
- Eu sei exatamente o que estou fazendo, Chiara - retruquei, sem desviar o olhar de um homem interessante. - Ele quer o meu corpo. E vai ter. Mas não do jeito que espera.
- Ele pode te fazer pagar...
- Pode. E talvez tente. Mas não vai quebrar o que eu sou. Ele se autointitula rei da máfia, acha que pode me ver curvada aos pés dele como se fosse um troféu. Vai me punir, sim, mas do jeito dele e eu estou preparada para isso. Não se preocupe comigo.
Ela empalideceu, e por dentro, eu sorri. Cada palavra dita servia para lembrá-la de que, apesar do caos, eu ainda tinha o controle. Eu não era mártir de ninguém, era estrategista de uma linhagem que sangrava. E naquele momento, protegê-la era mais que obrigação, era uma jogada. E eu sabia exatamente o que estava fazendo.
- Então, quem será o escolhido? - ela perguntou com a voz trêmula.
- O primeiro que me olhar como mulher. E não como posse. - Respondi firme, antes de dar o último gole e abandonar minha taça.
Foi quando o vi. Alto, máscara que cobria metade do rosto, terno impecável, olhar que atravessava as sombras e encontrava o meu, como se esperasse minha aprovacao. Sorri e fiz sinal para ele que caminhou até mim com a calma de quem não precisava correr para obter o que desejava. Era o tipo de homem que fazia o mundo desacelerar.
Talvez já fosse o álcool que me fazia aquele efeito, talvez fosse a urgência depois de tantas negativas para uma aproximação dos idiotas que se aproximaram de mim naquela noite, mas aquele homem ali era bem diferente de todos os outros naquele lugar.
Ele segurou a minha mão e a levou nos lábios de maneira lenta e maliciosa depositando um beijo que me fez querer que ele continuasse por todo o meu corpo. Olhei para o lado e Chiara já estava de longe dançando e sorrindo para mim.
- Gostaria de beber algo?
Sussurrou no meu ouvido e mesmo com a música alta a sua voz me fez arrepiar, era grossa e sensual.
- Vinho tinto. - Respondi sem demora.
Ele me ofereceu um copo. Aceitei e depois do brinde, nenhum nome foi dito. Apenas olhares carregados, frases curtas, sorrisos enviesados e toques que fingiam sutileza, mas sabiam exatamente onde queriam chegar.
- Então, misteriosa, o que te traz aqui essa noite?
- Liberdade. Como eu disse, não quero nomes, nem promessas, nem amarras. somente sexo.
- Você é sempre assim, ousada? - ele perguntou com a voz baixa e rouca, perigosamente perto do meu pescoço.
- Só com o que vale a pena - respondi, deixando meu hálito roçar a pele dele como uma provocação calculada.
Ele segurou minha mão e me guiou pelas cortinas espessas da área VIP. Lá dentro, a música vibrava como se saísse de dentro do peito, abafando qualquer razão. O tempo ali não obedecia lógica e nem regras.
O beijo veio antes de qualquer outra palavra. Línguas em confronto, mãos famintas. Eu puxei sua gravata com firmeza enquanto ele me prensava contra a parede, os dedos descendo pelo meu corpo até alcançarem o zíper do vestido.
- Você está tremendo - ele murmurou.
- Não é medo. - garanti. - E não tire a máscara.
- Te digo o mesmo, principessa.
Sua boca voltou para minha roubando todo o meu juízo e o meu fôlego. Seus dedos passearam por minha coxa em segundos a minha calcinha foi arrebentada. Eu estava literalmente pingando, me molhando inteira por aquele homem.
Os dedos hábeis vagaram por minha pele até alcançar a minha boceta e abri-la sem cerimônia alguma, e quando alcançou o meu clitóris gemi despudorada.
Minhas mãos não paravam de acariciar os músculos sob a camisa, não era bastante ele apenas ter se livrado do terno, precisava dele nu.
Ele compreendeu o meu desejo e me ajudando em pouco tempo se livrou de todas as suas roupas entre um toque e outro.
Meu vestido virou frangalhos no chão mas eu não estava me importando com nada, tudo o que desejava era ele dentro de mim. Não tinha a mínima ideia de como seria, mas o desejava.
Apesar de ser virgem, não era santa sabia o que estava buscando. A boca dele desceu depositando beijos no meu pescoço e quando abocanhou os meus seios sem deixar de acariciar meu clitóris me desmanchei literalmente em sua mão.
- Isto... bambolina, dê tudo para mim... goze...- sussurrou em meu ouvido.
- Sim... quero você... - gemi, buscando sua boca.
Sem me responder, ele nos deitou no sofá de veludo e se posicionou entre minhas pernas. O corpo musculoso, na penumbra, revelava algumas tatuagens, mas eu não conseguia me concentrar em nenhuma. Estava queimada por ele, com o coração acelerado, enquanto a pulsação na minha boceta não me deixava pensar.
Vi apenas quando ele alcançou um preservativo na mesa próxima ao sofá e, em segundos, ele estava pronto, pressionando contra meu clitóris.
Mas quando ele forçou a entrada e encontrou a pele intacta, ele parou.
- É a sua primeira vez... - disse, mais para si.
- Sim, mas não pare.
- Não vou parar, bambolina. Isso te assusta? - perguntou, pressionando ainda mais o seu grande e grosso pau em mim.
- Nada em você me assusta... - menti, pois ele era enorme e grosso, e aquela era minha primeira vez, mas não admitiria.
- Mas deveria... - dizendo isso, nem me deu tempo de pensar. Ele entrou com um golpe profundo, uma estocada forte.
Foi intenso, rude, luxurioso. O prazer veio misturado ao ardor de ser rasgada por dentro. Minhas mãos cravaram nos ombros dele, e ele me sussurrava coisas sujas e promessas que eu não entendia.
- Feita para o meu pau... sua pequena boceta foi feita para mim...
Ele inverteu nossas posições, e eu fui grata, pois tomei o comando.
Eu o cavalguei com raiva. Ele me colocou de quatro e me fodeu com dominância, tirando meu fôlego, devolvendo cada sentada que eu havia dado em seu pau quando estava no comando.
Quando gozamos, foi como se o mundo parasse. Ele sorriu, um sorriso malicioso nos lábios ao observar o ponto que nos unia: o meu sangue em nossos corpos. Ele saiu de dentro de mim, pegou a jaqueta do terno jogado no chão e a jogou sobre mim.
- Vista isso. Rasguei seu vestido. - A voz dele agora era um tom abaixo da crueldade.
Cobri meu corpo ainda trêmulo e o observei erguer as mãos até a máscara. E então, ele a tirou.
Meu coração parou. A respiração congelou no peito. O mundo girou ao contrário.
- Tonny Romano. - sussurrei, sentindo o sangue recuar do meu rosto.
Ele sorriu com uma lentidão que me deu vontade de gritar. Um sorriso de escárnio, cheio de posse, orgulhoso de sua vitória.
- Lamento decepcioná-la. - disse com desprezo elegante. - Você queria dar a outro o que me pertence. Mas eu jamais permitiria.
- Você é doente! - cuspi.
- E você é tola. - ele respondeu. - Mas amanhã será minha esposa. E essa, foi a nossa lua de mel antecipada.
- Vai se arrepender amargamente de se casar comigo. - falei entre dentes, o corpo ainda nu sob o paletó dele, a vergonha queimando em mim como fogo.
Ele deu um passo para trás, olhos fixos nos meus.
- Posso dizer o mesmo para você. - E virou as costas.
Dois homens enormes, vestidos de preto, entraram pelas cortinas.
- Levem-nas para casa. Em segurança. - Ordenou Tonny, sem sequer olhar para trás.
Neste momento percebi que Chiara estava com eles. Os homens nos escoltaram até a saída. Chiara tremia. Eu não conseguia lidar com o que tinha acontecido, havia planejado tudo para aquela noite, imaginava que ele me seguiria, mas esperava outra atitude dele.
Naquela noite, eu havia perdido algo sim. Mas não o controle.
Ainda não. Ele havia vencido naquela noite, mas ainda tínhamos muitas disputas pela frente.