Rejeitada Pela Família, Encontrada Pelo Magnata
img img Rejeitada Pela Família, Encontrada Pelo Magnata img Capítulo 3
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Capítulo 3

O dinheiro apareceu na minha conta na manhã seguinte, tal como ele prometeu.

A quantia era tão grande que eu olhei para o extrato bancário várias vezes, a pensar que era um erro.

Não era.

Pela primeira vez em muito tempo, eu conseguia respirar.

Passei o dia a tratar da papelada com o agente imobiliário, que não conseguia esconder o seu espanto.

"Nunca vi um negócio fechar-se tão rápido," ele murmurou, enquanto eu assinava os documentos. "Este Miguel Costa deve mesmo querer a casa."

Eu também achava, mas não sabia porquê.

À noite, preparei-me para o jantar. Escolhi um vestido preto simples, o único que tinha que era adequado para um restaurante chique.

Senti-me um peixe fora de água quando o táxi parou em frente a um edifício elegante no centro da cidade.

Miguel estava à minha espera no bar. Ele levantou-se quando me viu, e por um momento, todos os olhares no restaurante pareceram virar-se para nós.

"Estás linda," disse ele, e a sua sinceridade desarmou-me.

"Obrigada," murmurei, sentindo as minhas bochechas a aquecer.

O jantar foi... estranho. Miguel era um conversador nato. Falou sobre viagens, sobre arte, sobre negócios. Mas nunca falou sobre si mesmo.

E ele nunca mencionou a minha mãe outra vez.

"Então, o que vais fazer agora?" perguntou ele, enquanto comíamos a sobremesa.

"Vou procurar um apartamento mais pequeno," respondi. "E um novo emprego."

"Que tipo de emprego?"

"Eu era assistente administrativa. Provavelmente algo nessa área."

Ele assentiu lentamente, a sua expressão indecifrável. "E se eu te oferecesse um emprego?"

Engasguei-me com o meu café. "Um emprego? A fazer o quê?"

"A minha assistente pessoal. O salário é bom, o trabalho é exigente, mas interessante. Precisas de estar disponível para viajar."

A oferta era tentadora. Demasiado tentadora.

"Porque é que me está a oferecer um emprego? Mal me conhece."

"Eu conheço o suficiente," disse ele. "Sei que és resiliente. E sei que precisas de um recomeço. Considera isto parte do favor que devia à tua mãe."

A menção à minha mãe novamente. Era como se ela fosse um fantasma entre nós.

"Eu não quero caridade, Miguel."

"Não é caridade," ele disse, a sua voz firme. "É uma oportunidade. Cabe-te a ti aproveitá-la ou não."

Antes que eu pudesse responder, o meu telemóvel vibrou na minha mala. Era um número que eu conhecia demasiado bem.

A minha tia, a mãe da Eva.

Ignorei a chamada. Mas ela ligou outra vez. E outra.

Miguel olhou para o meu telemóvel e depois para mim. "Um problema?"

"Não é nada," menti.

Mas a minha tia não desistiu. Começou a enviar mensagens.

"LIA, ATENDE O TELEFONE! A TUA PRIMA ESTÁ NO HOSPITAL!"

"É TUA CULPA! ELA TENTOU SUICIDAR-SE PORQUE A EXPULSASTE DE CASA!"

"ÉS UM MONSTRO! IGUAL AO TEU PAI!"

As palavras saltaram do ecrã e atingiram-me com força. As minhas mãos começaram a tremer.

Miguel estendeu a mão por cima da mesa e pegou no meu telemóvel. Ele leu as mensagens, a sua expressão a endurecer.

"Vamos," disse ele, levantando-se e deixando algumas notas na mesa. "Eu levo-te."

"Levar-me onde?"

"Ao hospital," disse ele, o seu tom não admitindo discussão. "Vamos ver que tipo de jogo a tua família está a jogar."

            
            

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