Estava eu na reunião de pais da minha filha, um dia como tantos outros.
O meu filho ligou, urgia.
O Miguel, o meu marido, tivera um acidente de carro grave e estava em coma.
No hospital, a minha dor foi rapidamente substituída por uma raiva gelada.
A Clara, a sócia do Miguel, estava lá. Não era apenas uma colega, era a sua amante.
E a sua história sobre o acidente não batia certo.
Como se não bastasse, descobri que o Miguel a tinha nomeado administradora da sua parte da empresa, em caso de incapacidade.
E pior, ela estava a desviar centenas de milhares de euros para uma empresa fantasma.
O meu marido traiu-me, e a sua amante estava a roubar-nos o futuro.
A injustiça parecia insuperável. O meu mundo desabava.
Mas então, um milagre (ou uma maldição) aconteceu: o Miguel acordou, mas com amnésia total.
Ele não se lembrava de nada: nem da traição, nem da Clara.
Num piscar de olhos, percebi que esta era a minha única arma, a minha chance de reescrever a história.
Agora, eu controlava a narrativa.
Iria protegê-lo, aos meus filhos e à nossa herança, usando a amnésia dele contra a mulher que nos queria destruir.
Mas a que custo? E será que ele alguma vez recuperaria as suas memórias?