Minha Vingança, Minha Libertação
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Capítulo 4

Fiquei parada no estacionamento, a ver o carro deles afastar-se. Quando me virei, a minha mãe e a minha sogra estavam ali. Tinham chegado com o Tiago.

"Monstro!" gritou a minha sogra, e o seu anel pesado arranhou a minha bochecha quando me deu uma bofetada. "Tu tentaste matar o meu neto!"

A minha mãe agarrou-me pelo braço, as suas unhas cravaram-se na minha pele.

"Que vergonha, Sofia! Que maldade! Sempre soube que tinhas inveja da tua irmã!"

Elas atacaram-me, verbal e fisicamente, ali mesmo, no meio de estranhos que olhavam.

Tiago, que tinha voltado para buscar algo no meu carro, viu a agressão. Ele não interveio. Apenas observou, com uma expressão fria, até que a minha sogra, na sua fúria, me empurrou e eu caí, batendo com a cabeça no pavimento.

Só então ele agiu.

"Chega, mãe. Vamos embora," disse ele, com a voz cansada.

Ele ajudou a mãe a levantar-se e levou-as para o carro, sem me dirigir um único olhar, a mim, que estava no chão, com a cabeça a sangrar.

Ele priorizou o cuidado delas, ignorando-me completamente. O abandono era total.

Levantei-me, tonta e a tremer. Conduzi até ao hospital mais próximo, não o mesmo para onde ele levou a Laura.

Enquanto uma enfermeira tratava do meu corte, um médico olhou para os meus hematomas e para o meu estado.

"Minha senhora, isto parece violência doméstica. Quer que chamemos a polícia?" perguntou ele, com gentileza.

"Não," respondi, a voz rouca. "Eu caí."

A ironia era trágica. A verdade era demasiado complicada, demasiado humilhante para contar a um estranho.

Quando saí da sala de tratamento, vi-os. Tiago e Laura saíam de outro consultório, de mãos dadas.

"O médico disse que o bebé está perfeitamente bem," dizia Tiago, sorrindo para ela. "Foi só um susto."

"Graças a Deus," disse Laura, encostando a cabeça ao ombro dele. "Foste tão corajoso. És o meu herói."

Eles pareciam um casal feliz, a celebrar a saúde do seu filho. Flertavam abertamente, trocando olhares e sorrisos íntimos.

A repulsa e a dor subiram-me pela garganta. Corri para a casa de banho e vomitei. Depois, encostada à parede fria, chorei. Chorei incontrolavelmente, não de tristeza, mas de uma raiva e de uma dor tão profundas que pareciam não ter fim.

                         

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