Renascida: Destino Reescrito
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Capítulo 3

A rocha sob meus pés era irregular e traiçoeira. Eles me arrastaram sem cuidado, minhas pernas se arranhando nas pedras. O abismo estava a centímetros de distância. O som das ondas parecia mais alto, mais faminto.

Eu lutei, chutei, gritei, mas a força combinada deles era demais.

"Por favor, não faça isso!" eu implorei, não por mim, mas porque eu podia ver Tiago se esforçando para se levantar, seu rosto pálido de dor e desespero. Ele não podia morrer tentando me salvar.

Sofia me ignorou. Ela se inclinou para perto do meu ouvido, seu hálito quente e venenoso.

"Eu quero que você sofra," ela sussurrou. "Não vou apenas te empurrar. Vou fazer Marcos te segurar na beirada para que você possa olhar para baixo e pensar em tudo que perdeu. Eu quero ver o terror em seus olhos."

A crueldade dela era ilimitada. Ela não queria apenas me matar, ela queria me torturar.

Marcos hesitou por uma fração de segundo, mas o olhar de Sofia o endureceu. Ele me segurou com mais força, seus dedos como garras no meu braço.

Eles me forçaram a olhar para baixo. A escuridão, as rochas pontiagudas, a água negra e espumante. O medo me paralisou. Parecia que a história estava fadada a se repetir.

Mas então, um grito de esforço soou atrás de nós.

Tiago.

Com uma força que eu não sabia que ele possuía, ele se lançou para a frente. Ele não atacou Marcos, que era mais forte. Ele se jogou em Sofia.

O impacto a desequilibrou. Ela soltou meu braço, gritando de surpresa e raiva.

"Saia de cima de mim, seu doente!"

Aquele segundo de distração foi tudo que eu precisei. Eu usei toda a minha força para me livrar do aperto de Marcos, me jogando para o lado, longe da beira do penhasco.

Eu caí com força no chão, mas estava segura.

Marcos, furioso, se virou para Tiago, que agora estava no chão, ofegante e exausto pelo esforço.

"Você vai pagar por isso!" Marcos gritou, levantando o pé para chutar seu tio.

Mas seu pé nunca atingiu o alvo.

Um feixe de luz ofuscante inundou a área, vindo de vários carros que pararam bruscamente na estrada. Portas se abriram e homens de terno preto saíram correndo.

E na frente deles, saindo do carro principal, estava meu irmão.

Ricardo.

Seu rosto estava impassível, mas seus olhos queimavam com uma fúria que eu conhecia muito bem. Ele era o chefe da nossa família, um homem de poder e influência que não tolerava ameaças contra os seus.

"Marcos. Sofia," a voz de Ricardo cortou o ar, fria e letal. "O que vocês pensam que estão fazendo com a minha irmã?"

O jogo tinha acabado.

Os homens de Ricardo dominaram Marcos e Sofia em segundos, imobilizando-os no chão. O alívio me inundou, tão forte que minhas pernas cederam.

Ricardo correu para o meu lado, me envolvendo em seus braços.

"Laura, você está bem? Eles te machucaram?"

"Eu estou bem," eu sussurrei, minha voz trêmula. "Mas Tiago... ele está ferido."

Nós dois olhamos para onde Tiago estava. Ele tentava se sentar, uma mancha de sangue começando a se formar em sua camisa onde Sofia o havia arranhado na queda. Seu rosto estava cinzento de dor.

Ricardo não hesitou.

"Levem a minha irmã e o senhor Tiago para o hospital. Agora," ele ordenou a um de seus homens. "Quanto a esses dois," ele olhou para Marcos e Sofia com puro desprezo, "levem-nos para a mansão. Eu vou lidar com eles pessoalmente."

Enquanto me ajudavam a entrar no carro, meus olhos encontraram os de Tiago. Mesmo com dor, ele me deu um pequeno aceno de cabeça, um gesto que dizia: "Você está segura."

Eu sabia que a crise imediata havia passado. Mas a batalha pela verdade estava apenas começando. No caminho para o hospital, a dor dos meus arranhões não era nada comparada à preocupação que eu sentia por Tiago, o homem que arriscou sua vida por mim, duas vezes.

            
            

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