A Vingança de Sofia Alencar
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Capítulo 2

A cafeteria da universidade estava lotada, o barulho de conversas e risadas preenchia o ar. Ana, como uma rainha em sua corte, estava no centro de tudo, de pé ao lado do caixa.

"Pode passar tudo na minha conta!" ela anunciou em voz alta para a funcionária do caixa, garantindo que todos ao redor ouvissem. "Quero que todos os meus novos amigos comecem o semestre com o pé direito."

Alguns estudantes aplaudiram, outros a olhavam com gratidão e admiração. Ela se deleitava com a atenção, o sorriso presunçoso fixo no rosto.

Foi então que os primeiros celulares começaram a apitar. Um, depois dois, depois uma cascata de notificações por todo o salão. As pessoas pegaram seus telefones, e um silêncio estranho começou a se espalhar.

Vi o momento exato em que a primeira pessoa viu minha mensagem. Seus olhos se arregalaram, depois se moveram do celular para Ana, e de volta para o celular. Um sussurro começou, espalhando-se como fogo.

"É ela?"

"Olha a foto... é o mesmo dinheiro."

"Pais adotivos? Ela disse que era a família dela."

O rosto de Ana congelou. A cor sumiu de suas bochechas. Ela olhou ao redor, confusa com a mudança repentina de atmosfera. Um dos garotos que estava ao seu lado mostrou a tela do celular para ela.

Vi o pânico tomar conta de seus olhos. O sorriso dela vacilou e desapareceu.

"Isso... isso é uma mentira! É uma montagem!" ela gaguejou, sua voz de repente aguda e estridente. "Alguém está tentando me prejudicar!"

A desculpa era tão fraca, tão desesperada, que só piorou as coisas. O print da transferência bancária, com o nome do meu pai e a descrição do propósito do dinheiro, era irrefutável.

A funcionária do caixa, que antes a olhava com um sorriso, agora a encarava com desconfiança. "Senhorita, o total é de trezentos e quarenta e dois reais. Vai pagar ou não?"

Ana ficou paralisada, o maço de dinheiro ainda na mão, agora parecendo uma prova de sua farsa. O dinheiro que deveria comprar sua popularidade se tornou o símbolo de sua humilhação.

Foi a minha deixa.

Aproximei-me calmamente, um olhar de preocupação fingida no rosto.

"Ana, o que aconteceu?" perguntei, minha voz suave o suficiente para que apenas as pessoas mais próximas ouvissem. "Você está bem?"

Ela se virou para mim, os olhos cheios de fúria e desespero. Ela sabia que eu era a responsável.

"Sofia... me ajude," ela sussurrou, a voz trêmula.

Eu me virei para o grupo. "Pessoal, acho que houve um mal-entendido," eu disse, projetando minha voz para que todos pudessem ouvir. "Minha irmã, Ana, foi adotada por meus pais há alguns anos. Ela veio de uma situação muito difícil."

Fiz uma pausa, deixando a informação ser absorvida. Os olhares de desprezo se transformaram em uma mistura de pena e curiosidade.

"Às vezes, ela se empolga um pouco querendo fazer amigos," continuei, pegando gentilmente a carteira da mão dela. "Ela só queria que todos gostassem dela. Eu pago a conta. Ana, por que você não vai pegar uma mesa pra gente?"

Paguei a conta com meu próprio cartão, um cartão de crédito sem limites que meus pais me deram. O gesto foi rápido, discreto, mas poderoso. Eu não estava me exibindo, estava resolvendo um problema. Estava sendo a adulta na sala.

Os estudantes que antes a aclamavam agora olhavam para ela com pena e um pouco de nojo. A garota rica e generosa era, na verdade, uma coitada desesperada por atenção, usando o dinheiro de sua família adotiva para comprar amigos. E eu? Eu era a irmã compreensiva e verdadeiramente rica, que a salvou da vergonha.

Num único movimento, eu destruí a base de seu poder e estabeleci a minha.

Ana me lançou um olhar que prometia morte, antes de se virar e sair correndo da cafeteria, completamente humilhada.

Os outros estudantes vieram até mim.

"Nossa, Sofia, você é incrível."

"Sua irmã tem sorte de ter você."

"Desculpe por termos acreditado nela."

Eu sorri para eles, um sorriso gracioso e tranquilizador. "Não se preocupem. Família é complicado."

Enquanto eles se afastavam, peguei meu celular novamente. A humilhação pública era apenas o começo. Eu precisava de mais. Precisava de provas concretas, de algo que pudesse usar para proteger meus pais.

Abri o navegador e digitei o nome de um investigador particular, o melhor da cidade. Um homem conhecido por desenterrar os segredos mais sombrios.

"Preciso de uma investigação completa sobre Ana da Silva," digitei na mensagem. "Passado, afiliações, qualquer coisa suspeita. O preço não é problema."

A vingança é um prato que se come frio, mas eu estava apenas começando a preparar o banquete. E a primeira entrada tinha sido deliciosa.

            
            

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