Para salvar Isabella, vendi tudo que tínhamos.
Passei meses trabalhando dia e noite, mal dormindo, para juntar o dinheiro da fiança dela.
Era meu dever, como marido, tirar minha esposa da prisão, mesmo que isso custasse o pouco que nos restava.
Mas a vida se tornou um inferno quando Pedro, meu filho de sete anos e prodígio da capoeira, se ofereceu para lutar em uma competição clandestina, desesperado para ajudar a mãe.
"Pai, eu posso ajudar", disse ele, com uma determinação que me assustou.
Ele garantiu o prêmio, um diamante valioso, mas o custo foi terrível: ele perdeu a visão para sempre.
Meu universo caiu.
Com a joia manchada pelo sacrifício de Pedro em minhas mãos, corri para a delegacia, pronto para libertar Isabella e contar a ela o que nosso filho havia feito.
Mas a porta entreaberta do chefe de polícia revelou a verdadeira face do horror: a voz dela, misturada à de Ricardo, um empresário rico.
"Foi mais fácil do que eu pensava. Aquele idiota do Miguel deve ter se matado para conseguir o dinheiro da fiança", Isabella riu.
Eles tramavam não apenas se livrar de mim, mas também do meu filho.
"Miguel é um empecilho. E Pedro... bem, ele nunca foi realmente parte do plano."
O amor se transformou em ódio puro e cortante.
Eu não seria o idiota leal que eles esperavam.
Com o "Olho de Tigre" em minhas mãos, agora não mais o preço da liberdade, mas da minha vingança, eu sabia que a história deles estava apenas começando.