Ana: O Preço da Exposição
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Capítulo 4

Eu não sabia o que fazer. Minha mente era um turbilhão de raiva e dor. Eu queria confrontá-la, jogar as fotos na cara dela, gritar até não ter mais voz. Mas e depois? O que viria depois do fim?

Enquanto eu estava paralisado por essa indecisão, meu laptop apitou. Uma nova notificação do "Clube Secreto" . Com o coração pesado, eu abri o fórum.

A discussão sobre a foto de Ana tinha sido reavivada.

Alguém com o apelido de "Mestre69" postou um novo comentário.

"A vagabunda dormindo foi bom, mas quero mais. Quero ver ação."

Outro usuário, "VoyeurSP" , respondeu: "@ReiNoite, cadê você? Prometeu mais material. Não decepciona a galera."

E então, o usuário que postou a foto original, "ReiNoite" , respondeu. E a resposta dele fez meu sangue ferver.

"Calma, pessoal. O melhor está por vir. A mercadoria é de primeira, tem que ser preparada com cuidado."

Junto com a mensagem, ele postou uma nova foto. Não era de Ana, mas de um objeto. Um objeto que eu conhecia muito bem.

Era o colar de lua. O mesmo colar da primeira foto. Mas desta vez, ele não estava no pescoço de Ana. Estava sobre uma mesa de madeira escura, ao lado de um copo de uísque e um cinzeiro.

Eu senti um calafrio percorrer minha espinha. Aquele colar nunca saía do pescoço de Ana. Ela o amava. Para ele estar ali, naquela mesa, significava... significava que ela o tinha dado para aquele homem. Ou pior, ele o tinha tirado dela.

A prova era inegável. O homem do fórum, o "ReiNoite" , era o mesmo homem com quem ela estava se encontrando. Pedro. O irmão dela. A ideia me revirava o estômago.

A conversa no fórum continuou, cada vez mais depravada.

"Preparar como?" , perguntou um usuário. "Tem que ser um vídeo bom. Sem censura."

"Mestre69" voltou a comentar: "Se ela for difícil, um remedinho na bebida resolve. Um 'boa noite, Cinderela' e ela fica mansinha. Aí dá pra fazer o que quiser, gravar tudo."

"Isso! Bota pra dormir e a festa começa!"

"A gente pode até fazer uma visita em grupo."

O horror me paralisou. Eles não estavam apenas falando de tirar fotos. Eles estavam planejando drogar e estuprar Ana. E o irmão dela, o homem que deveria protegê-la, estava no centro de tudo, tratando-a como um pedaço de carne para ser vendido e consumido por aqueles monstros.

Uma fúria primordial, diferente de tudo que eu já senti, explodiu dentro de mim. Não era mais sobre traição. Era sobre perigo. Ana estava em perigo iminente.

"Eu não posso deixar isso acontecer!" , o pensamento gritou na minha cabeça.

Eu tinha que fazer alguma coisa. Agora.

Peguei meu celular para ligar para a polícia, mas hesitei. O que eu diria? Que um grupo de anônimos em um fórum secreto estava planejando atacar minha noiva? Eles me levariam a sério? E se isso assustasse Pedro e ele desaparecesse, levando Ana com ele?

Não. Eu tinha que impedi-lo eu mesmo.

Levantei-me de um salto e corri para o nosso quarto. A cama estava vazia, arrumada. Ela não estava lá.

Corri para a sala de estar, para a cozinha. Nada.

Olhei pela janela. O carro dela não estava na garagem.

Meu coração martelava no peito, uma batida de pânico puro. Para onde ela foi? Ela foi se encontrar com ele? O plano deles já estava em andamento?

A imagem de Ana, drogada e indefesa, cercada por aqueles homens, invadiu minha mente.

Eu tinha que encontrá-la. Antes que fosse tarde demais.

                         

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