Vendida Pela Melhor Amiga
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Capítulo 4

Na manhã seguinte, a Senhora Silva tentou uma nova abordagem. Ela entrou no quarto, não com ameaças, mas com um tom falsamente conciliador, mantendo uma distância segura.

"Olha, menina, vamos acabar com isso. Ninguém quer se machucar. Case-se com meu filho. Você terá uma casa, comida. É melhor do que a vida que você tinha, não é?"

Sofia, ainda segurando seu pedaço de madeira, olhou para ela com desprezo.

"Eu prefiro morrer a me casar com alguém dessa família. Eu já disse, eu nunca vou me casar com ele!"

Sua recusa firme e a história que ela contou no dia anterior já haviam se espalhado pelo vilarejo. Do lado de fora da casa dos Silva, os vizinhos se reuniam, não mais para uma festa, mas para assistir ao desenrolar do drama. Sussurros corriam pela multidão.

"Será que é mesmo a neta do José?"

"Eu lembro da irmã do José, a Helena. Ela teve uma filha..."

"A Senhora Silva sempre foi gananciosa. Não duvido que tenha caído num golpe ou feito algo errado."

A Senhora Silva podia sentir os olhares e ouvir os murmúrios. O pânico começou a se instalar. A situação estava saindo de seu controle. Um casamento forçado era uma coisa, mas sequestrar e maltratar a neta de um homem poderoso como José era outra completamente diferente. A reputação e a segurança de sua família estavam em jogo.

Foi nesse momento de tensão que um novo personagem entrou em cena. Um homem gordo e suado, com um olhar lascivo, abriu caminho pela multidão. Ele era conhecido na região por ser um agiota e comerciante de reputação duvidosa.

"Ouvi dizer que você tem uma mercadoria com defeito, Silva" , disse ele, olhando para a porta do quarto onde Sofia estava. "Uma noiva que não quer casar. Eu compro. Pago metade do que você pagou. Levo o problema embora pra você."

O desespero da Senhora Silva era tão grande que ela considerou a oferta. Vender Sofia para aquele homem a livraria do problema com a família de José e ainda recuperaria parte de seu dinheiro.

"Traga ela aqui. Quero ver a mercadoria" , disse o homem.

Os filhos da Senhora Silva, ignorando os protestos de Sofia, a arrastaram para fora. O homem gordo a circulou como um animal, seus olhos percorrendo o corpo dela de forma nojenta.

"Parece forte. Vai dar bons filhos" , ele disse, e estendeu a mão para agarrar o braço de Sofia.

"Não me toque!" , ela gritou, cuspindo no rosto dele.

O homem, enfurecido, deu-lhe um tapa. Sofia cambaleou para trás e ele avançou, agarrando a frente do vestido dela. O tecido velho e frágil se rasgou, expondo seu ombro e parte de seu peito à vista de todos.

A humilhação foi como fogo. Sofia lutou, chutando e arranhando, mas ele era muito mais forte. Ele a segurava, rindo, enquanto a multidão olhava em silêncio, alguns com pena, outros com curiosidade mórbida.

Nesse exato momento, Pedro, que observava tudo de longe, finalmente agiu. A cena da garota sendo humilhada daquela forma, a crueldade do comprador, a ganância desesperada da Senhora Silva. Tudo se encaixou. Louca ou não, ninguém merecia aquilo. A dúvida em seu coração se transformou em certeza. Algo estava terrivelmente errado.

Ele atravessou a multidão com passos largos e firmes.

"JÁ CHEGA!" , sua voz trovejou, cheia de uma autoridade que fez todos se calarem. Ele se colocou entre Sofia e o homem gordo. "Solte ela. Agora."

O homem hesitou, surpreso com a intervenção. "Isso não é da sua conta, rapaz."

"A partir de agora, é" , disse Pedro, o olhar fixo e ameaçador. "Esta mulher não está à venda."

                         

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