A tensão no ambiente era palpável. Eu tentei passar por Ricardo novamente, mas desta vez, dois homens altos e de terno, que eu não tinha notado antes, se posicionaram na minha frente, bloqueando a porta. Os seguranças dele.
"Você não vai a lugar nenhum", Ricardo sibilou, o rosto vermelho de raiva. "Você vai repetir o que disse."
"Eu preciso ir", eu disse, ignorando sua ordem.
Ricardo deu um passo à frente, o corpo tenso. "Você esqueceu onde está? Este restaurante pertence à minha família. Meu pai é o dono. Aqui dentro, eu sou a autoridade. E eu digo que você não sai."
Ele estava usando o poder e o dinheiro de sua família como uma arma, como sempre fazia.
Pedro correu até nós, o pânico em seu rosto. "Ricardo, pelo amor de Deus, para com isso! Deixa ele ir embora! Foi só uma brincadeira."
"Não foi uma brincadeira!", Ricardo gritou, empurrando Pedro para o lado com força. "Ele me acusou de algo sério! E ele vai pagar por isso." Ele se virou para mim. "Você vai ficar aqui, vai se ajoelhar e vai me pedir desculpas na frente de todo mundo."
Eu olhei para o relógio no meu pulso. Estava ficando tarde.
"Ricardo, escute com atenção", eu disse, minha voz firme. "Eu tenho uma reunião muito importante em menos de meia hora. As pessoas com quem vou me encontrar não gostam de atrasos. Se eu não aparecer por sua causa, garanto que as consequências para você e para sua família não serão nada agradáveis."
Minhas palavras foram recebidas com uma gargalhada histérica de Ricardo e Gabriela.
"Reunião importante?", Gabriela debochou. "Com quem? Com os outros membros da sua bandinha de garagem para decidir quem vai comprar as cervejas?"
Ricardo apontou para mim, rindo. "Você ouviu isso? Ele está nos ameaçando! O zé-ninguém está ameaçando a família Almeida! Essa é a melhor piada que eu ouvi hoje!"
Mas eu não estava brincando. E eles estavam prestes a descobrir isso da pior maneira possível.