A dor na minha cabeça era a primeira coisa que eu sentia, um eco fantasma do impacto.
Eu deveria estar morta. Eu me lembrava do som do metal se contorcendo e do riso de Camila, o para-brisa estilhaçando e o rosto dela, distorcido em um sorriso de triunfo.
Na vida passada, Camila, minha suposta melhor amiga, tramou contra mim. Ela plantou sementes venenosas de mentiras e falsas acusações sobre Pedro, meu noivo, me manipulando para terminar com ele.
Acreditei nela, a idiota, e joguei fora o homem que eu amava por causa de sua inveja doentia.
A culminação de sua obsessão foi quando ela me atropelou e fugiu, me deixando para morrer no asfalto, seu sorriso maligno sendo a última coisa que vi antes da escuridão.
Por que eu estava viva? Por que voltei para o dia em que anunciei meu noivado com Pedro? Era uma segunda chance... ou um pesadelo se repetindo?
Não desta vez. Eu não seria a vítima. Eu não seria a Sofia ingênua e manipulável. A dor da traição e a fúria do que ela fez me deram um novo propósito.
Peguei o celular e disquei o número de Pedro.
"Pedro, onde você está?"
Minha voz saiu firme, surpreendendo a mim mesma. Me encontre no cartório central. Em vinte minutos."
Houve um silêncio do outro lado.
"No cartório? Sofia, o que... o que vamos fazer no cartório?"
"Vamos nos casar."
Desta vez, o jogo seria jogado sob minhas regras.