Na minha vida passada, a história terminou no palco do campeonato nacional.
Não com aplausos, mas com o som da minha reputação se quebrando em mil pedaços.
Lucas, meu aluno estrela, a quem dediquei anos da minha vida, ficou na frente de todos e me acusou.
Ele disse que eu sabotei seus sapatos de dança por inveja, porque eu nunca poderia competir novamente.
Sua namorada, Camila, chorava em seus braços, uma performance perfeita de donzela em perigo.
A multidão me vaiou.
Os juízes me olharam com desprezo.
Perdi meu estúdio, meus alunos, minha carreira.
Tudo.
A traição deles me destruiu, e o desespero me consumiu até o fim.
A causa de tudo foi minha confiança cega, minha ingenuidade em acreditar que talento e dedicação eram o suficiente.
Por que me acusaram de algo tão vil?
Como puderam ser tão cruéis com quem só lhes ofereceu apoio?
Essa injustiça me rasgou por dentro.
Mas então, eu abri os olhos.
A luz do sol entrava pela janela do meu estúdio, o mesmo estúdio que eu perdi.
O cheiro de madeira polida e suor enchia o ar.
Olhei para o relógio na parede.
Faltavam três horas para o início do campeonato nacional.
O dia em que tudo começou.
O dia da traição.
Eu estava de volta.
Tive uma segunda chance.
Desta vez, a história seria diferente.