O Segredo do Bilionário Oculto
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Capítulo 3

A risada deles era como um eco em uma caverna vazia, o som do desprezo deles ricocheteando dentro da mente de Pedro. Ele olhou para o rosto de Sofia, para a decepção gravada em suas feições, e sentiu um cansaço profundo tomar conta de seu corpo.

Um cansaço de anos.

Ele estava cansado de se esconder, cansado de fingir ser alguém que não era. Ele havia feito isso por ela, ou assim dizia a si mesmo. Quando se conheceram, ele viu como o mundo dela era obcecado por status e dinheiro. A família Almeida, apesar de sua decadência, ainda se apegava às aparências. Ele temia que se revelasse sua verdadeira identidade, ela ficaria com ele por seu dinheiro, não por quem ele era. Ele queria ser amado por si mesmo, como Pedro, o programador.

Que tolo ele tinha sido.

Ele nunca teve o amor dela. Ele só teve o desprezo dela. Ela o via como um fardo, um "lixo sem valor", um "peso morto". A prova estava bem na frente dele.

Ele tentou uma última vez. Não por ela, mas por si mesmo. Pela memória do amor que ele achava que eles tinham.

"Sofia", disse ele, a voz baixa, ignorando os outros. "Eu não estou mentindo. Rafael Mendes me convidou. Eu posso provar."

Ele pegou o telefone, pronto para ligar para Rafael na frente de todos.

Mas Sofia balançou a cabeça, recusando-se a olhar para ele. "Pare, Pedro. Por favor, pare de se humilhar. Já não é suficiente? Você me seguiu até aqui, fez uma cena... agora está inventando histórias? Eu não aguento mais."

A mão dele com o telefone caiu ao lado do corpo. Era inútil. Ela já o havia julgado e condenado.

Ele se virou, a decisão final endurecendo em seu coração como concreto.

"Tudo bem. Acabou."

Quando ele deu o primeiro passo para fora da sala, a mão dela o agarrou novamente, com mais força desta vez.

"Não", ela sussurrou, e quando ele olhou para trás, viu lágrimas brilhando nos olhos dela. "Não vá. Por favor."

A visão das lágrimas dela causou uma pontada de dor em seu peito gelado. Uma parte dele, uma parte tola e teimosa, queria ceder, queria abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem.

Mas então ele olhou para além dela, para Gustavo e seus amigos, todos observando com sorrisos satisfeitos, como se estivessem assistindo a uma peça de teatro divertida. E ele se lembrou do porquê estava ali, da humilhação, da traição.

"Por que eu deveria ficar, Sofia?" ele perguntou, a voz cortante. "Para que você possa continuar se encontrando com homens em quartos de hotel? Para que eu possa continuar sendo o seu segredo vergonhoso? Para ouvir seus amigos me chamarem de lixo enquanto você fica em silêncio?"

"Não é assim!" ela chorou, as lágrimas agora escorrendo por seu rosto.

"Não é? Então por que você está aqui? Por que está usando esse vestido? Por que estava brindando com aquele homem sobre seus 'serviços'?" Cada pergunta era uma acusação, e ele viu a cor sumir do rosto dela.

"Eu...", ela começou, mas não conseguiu terminar.

"Eu não quero mais ouvir. Nós vamos nos divorciar. É o fim", ele declarou, sua voz não deixando espaço para argumentos.

Ele se soltou do aperto dela com uma força que a fez cambalear para trás.

Foi quando um novo personagem entrou em cena. Um homem corpulento e oleoso, com um sorriso desagradável, saiu do meio do grupo de amigos de Gustavo. Pedro o reconheceu vagamente. Seu nome era Beto, um pequeno empresário que, um ano atrás, tentou vender um software plagiado para a Inovação Tech. Pedro, em sua função de "programador sênior", foi quem descobriu a fraude e expôs Beto, custando-lhe um contrato lucrativo.

"Olha só o que temos aqui", disse Beto, aproximando-se de Pedro com um ar ameaçador. "O pequeno programador intrometido. Eu me lembro de você. Você me custou muito dinheiro, seu desgraçado."

Gustavo sorriu. "Beto, que bom ver você. Parece que você e o nosso amigo aqui têm contas a acertar."

Pedro ignorou Beto e tentou passar por ele.

"Aonde você pensa que vai?" Beto rosnou, bloqueando seu caminho. "Você não me ouviu? Você vai pagar pelo que fez."

"Saia da minha frente", disse Pedro, a paciência esgotada.

"Ou o quê?" Beto zombou. Ele se inclinou para frente, o rosto a centímetros do de Pedro, o hálito azedo de álcool atingindo-o em cheio. "Vai chorar para a sua mamãe?"

Beto então fez algo estúpido. Ele levantou a mão e empurrou o peito de Pedro.

Foi um erro.

Um erro grave.

Um interruptor virou dentro de Pedro. A dor, a humilhação, a raiva contida por três anos... tudo explodiu em um único instante.

Antes que o sorriso pudesse desaparecer do rosto de Beto, antes que qualquer um na sala pudesse piscar, a mão de Pedro disparou.

Não foi um soco. Foi um golpe de mão aberta, rápido como um raio, que atingiu a garganta de Beto.

Beto engasgou, os olhos arregalados de choque e dor, o som de sua respiração se transformando em um chiado horrível. Ele cambaleou para trás, agarrando o pescoço, o rosto ficando vermelho e depois roxo.

A sala ficou em silêncio mortal.

            
            

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