A Vingança da Noiva Renascida
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Capítulo 2

O Sr. Silva levou um momento para processar as palavras de sua filha. Ele olhou para Pedro, um bom rapaz, leal e trabalhador, que servia sua família há anos. Mas ele era o motorista. E sua filha, sua única filha, estava propondo casamento a ele.

"Ana Paula, você tem certeza disso?" , ele perguntou, a voz baixa e cheia de preocupação. "Isso é... inesperado."

"Eu nunca tive tanta certeza de nada em minha vida, papai" , respondeu Ana Paula, sua mão ainda estendida para Pedro. Ela se virou para o pai, os olhos brilhando com uma convicção que ele nunca tinha visto antes. "Eu sei o que estou fazendo."

Pedro, finalmente saindo de seu torpor, sentiu o rosto queimar. Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Ana Paula, a mulher que ele amava em segredo, a estrela inalcançável, estava pedindo para se casar com ele.

"Senhorita Ana Paula... eu... eu não sou digno" , ele gaguejou, seu coração batendo descontroladamente.

Ana Paula se virou para ele, seu sorriso se alargando.

"Não diga isso, Pedro. Você é mais digno do que qualquer outro homem que eu conheço."

Ela pegou a mão dele. Era uma mão forte, calejada pelo trabalho, mas o toque era gentil. Naquele momento, Pedro sentiu que poderia enfrentar o mundo por ela.

Vendo a determinação nos olhos da filha e a sinceridade nos de Pedro, o Sr. Silva suspirou. Ele sempre quis a felicidade de Ana Paula. Se não era com João Pedro, e ela estava tão certa sobre isso, quem era ele para se opor?

"Tudo bem" , disse o Sr. Silva, uma decisão se formando em seu rosto. "Se é isso que você quer, filha, eu apoio. Pedro, você promete cuidar bem da minha filha?"

Os olhos de Pedro se encheram de lágrimas de gratidão. Ele se ajoelhou diante do Sr. Silva e de Ana Paula, um gesto de pura devoção.

"Eu prometo, Sr. Silva. Eu dedicarei minha vida a fazer a senhorita Ana Paula feliz. Eu não tenho muito a oferecer agora, mas trabalharei todos os dias para ser o homem que ela merece."

A cena era tão cheia de emoção genuína que o Sr. Silva sentiu um nó na garganta. Ele ajudou Pedro a se levantar.

"Bem-vindo à família, rapaz."

A notícia do noivado de Ana Paula com o motorista da família se espalhou como fogo. Antes que pudessem sequer começar a comemorar, a porta da frente se abriu com um estrondo.

João Pedro estava lá, o rosto vermelho de fúria.

"O que diabos eu acabei de ouvir?" , ele gritou, marchando para dentro da sala. Seus olhos faiscavam de raiva enquanto ele encarava Ana Paula. "Você ficou louca? Recusou-se a se casar comigo para ficar com... com ele?"

Ele apontou para Pedro com um desprezo óbvio.

"Não é da sua conta, João Pedro" , disse Ana Paula com calma.

"Não é da minha conta?" , ele zombou, avançando e agarrando o braço dela com força. "Você é minha! Sempre foi! Você não pode simplesmente me descartar por um empregado!"

A dor percorreu o braço de Ana Paula, mas antes que ela pudesse reagir, Pedro agiu.

Com um movimento rápido e preciso, Pedro empurrou o peito de João Pedro, forçando-o a soltar Ana Paula. Ele então se moveu para ficar na frente dela, um escudo humano.

"Não toque nela" , disse Pedro, sua voz baixa e perigosa.

João Pedro tropeçou para trás, surpreso com a força do motorista. Ele olhou para Pedro com ódio puro.

"Quem você pensa que é para me tocar? Um motorista de merda!"

"Eu sou o noivo dela" , respondeu Pedro, sem recuar.

João Pedro soltou uma gargalhada cruel.

"Noivo? Não me faça rir. Você não tem nada. O que você pode dar a ela? Um barraco na favela? Uma vida de pobreza?"

Ele se virou para Ana Paula, seu tom mudando para uma falsa suavidade.

"Ana, querida, pense bem. Eu sei que as coisas estão tensas agora. Eu posso ter dito algumas coisas... mas podemos esquecer isso. Case-se comigo. Mesmo que eu ame a Juliana, eu posso te dar tudo. Riqueza, status... você pode ser minha mulher, mesmo que meu coração pertença a ela."

As palavras dele foram como um balde de água fria. Ele estava, na frente de todos, oferecendo a ela o papel de esposa de fachada, uma amante oficial, enquanto abertamente declarava seu amor por outra mulher. A arrogância dele era inacreditável.

Era a confirmação de tudo que ela já sabia.

"Você me enoja, João Pedro" , disse Ana Paula, sua voz cortante.

Ela pegou a mão de Pedro com firmeza.

"Eu prefiro viver em um barraco com um homem de honra do que em um palácio com um lixo como você."

Ela olhou para uma pintura na parede. Era um retrato de João Pedro que ela mesma havia pintado em sua juventude, um símbolo de seu amor tolo e cego.

"Pedro, por favor, me leve embora daqui. Não quero mais respirar o mesmo ar que ele."

Pedro assentiu, seu rosto uma máscara de proteção. Ele a guiou para fora da sala, deixando para trás um João Pedro chocado e furioso, sua humilhação ecoando no silêncio que se seguiu.

Enquanto saíam, Ana Paula deu uma última olhada para o retrato. Em sua mente, ela já o estava rasgando em pedaços.

            
            

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