O Sistema: Renascer Para a Vingança
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Capítulo 4

Eu estava deitado na cama do hospital, com a cabeça enfaixada, quando a porta se abriu de repente. A esposa do presidente, a mulher que eu chamava de mãe, entrou. Eu não a via há semanas.

Sem uma palavra, ela caminhou até à minha cama e deu-me uma bofetada com toda a sua força.

A minha cabeça latejou. O choque foi maior do que a dor.

"Sua besta!" ela gritou, a sua voz cheia de veneno. "Você ainda se atreve a magoar o Leonel? Se não fosse pela Raegan, eu já o teria expulsado desta cidade!"

Eu ri, um som oco. Eu ainda tinha uma pequena esperança de que ela pudesse sentir alguma coisa por mim. Que ingénuo.

"Então, eu só posso ficar aqui por causa dela?" perguntei sarcasticamente.

"Cale a boca! Você devia estar de joelhos a agradecer por ainda estar vivo! A sua vida só está a ser poupada porque precisamos do seu pulmão!" ela cuspiu. "Agora, levante-se. Você vai pedir desculpa ao Leonel."

Ela chamou dois seguranças que estavam à porta. Eles agarraram-me pelos braços e arrastaram-me para fora da cama. Eu ainda estava fraco e ferido.

Eles levaram-me pelo corredor até ao quarto de luxo do Leonel e atiraram-me para o chão aos pés da cama dele.

"Ajoelhe-se e peça perdão!" ela ordenou.

O Leonel estava sentado na cama, com a mão enfaixada e os olhos cobertos por uma venda. Ele fingia preocupação.

"Mãe, não faça isso. O Kieran não queria... Ai, a minha mão dói tanto."

"Eu sou inocente," eu disse, com a voz firme, apesar da dor. "Eu não vou pedir desculpa."

O Leonel começou a chorar, um som falso e agudo.

"Ele está a assustar-me, mãe!"

Isso foi o suficiente. Ela agarrou-me pelos cabelos e bateu com a minha cabeça no chão de mármore frio. Uma vez. Duas vezes. Três vezes.

A dor era insuportável. O mundo começou a escurecer.

"Peça desculpa!" ela gritava.

Com o último pingo de consciência, um único pensamento formou-se na minha mente.

Eu não quero voltar a vê-los. Nunca mais.

Depois, tudo ficou preto.

Acordei dias depois. O meu corpo estava dorido, mas a minha mente estava clara. Eu tinha de sair dali.

Assim que tive força suficiente, saí do hospital. A minha primeira paragem foi um abrigo de animais. Eu levei o Zico.

"Por favor, cuidem bem dele," eu disse à diretora, uma senhora gentil que sempre me tinha apoiado. Entreguei-lhe o título de propriedade do meu carro e o resto do dinheiro que tinha na minha conta. "Isto é para ajudar a cuidar dele e dos outros animais."

Ela olhou para mim, os seus olhos cheios de tristeza. Ela sabia.

"Você vai embora, não vai, Kieran?"

Eu não respondi. Apenas abracei o Zico uma última vez, sentindo o seu pelo macio contra o meu rosto.

"Adeus, meu amigo."

Deixei-o ali, o meu coração a partir-se. Era o último sacrifício. O último desapego.

                         

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