- Sente-se. - Sua voz grave soou como uma ordem envolta em seda.
Sem questionar, obedeci. Sentei-me na beirada do sofá enorme da sala, mantendo as mãos juntas no colo para disfarçar o tremor.
Ele deu a volta, pegou uma taça de vinho na bandeja de prata e me entregou. Eu hesitei.
- Relaxa. Não coloco nada na bebida. Não preciso disso.
Assenti, sem coragem de dizer que minha hesitação não era por medo de algo na taça - mas por tudo que estava prestes a acontecer. Dei um gole curto, só para molhar os lábios.
Leonardo sentou-se à minha frente, apoiando o antebraço no joelho e inclinando-se ligeiramente.
- Seu nome completo?
- Isabela... Moura da Costa.
- Idade?
- Vinte e seis.
Ele assentiu.
- Trabalha com o quê?
- Atendente em uma cafeteria. E... caixa à noite.
Leonardo observou em silêncio. O que quer que ele estivesse pensando, não deixava transparecer. Apenas continuou, com aquele ar de entrevistador sensual.
- Já fez isso antes?
A pergunta veio seca. Fiquei vermelha na hora, e desviei o olhar.
- Não.
- Bom.
Ele se recostou no sofá, pegou sua própria taça de vinho, deu um gole lento e voltou a me encarar. Um olhar analítico, como se me estudasse em cada gesto.
- Está com medo?
A pergunta me pegou de surpresa. Eu abri a boca, fechei, e então só balancei a cabeça. Uma confirmação muda.
Leonardo se levantou.
Andou até o aparador, colocou a taça sobre o tampo de mármore e, ao voltar, começou a desabotoar a camisa. A primeira coisa que vi foram os músculos do peito. Definidos, bronzeados, sem exageros. A luz indireta do teto acentuava cada linha.
- Quero que entenda uma coisa, Isabela. - Sua voz estava mais baixa, mas ainda firme. - Eu não forço. Nunca. Mas também não finjo. Essa noite é o que você aceitar que seja.
Enquanto falava, abriu os últimos botões e tirou a camisa por completo, revelando braços fortes, tatuagens discretas e um corpo que parecia talhado à mão.
Eu tentei prestar atenção nas palavras dele. Juro que tentei. Mas meus olhos... meus olhos traíram tudo. Percorriam cada centímetro de pele exposta como se meu cérebro estivesse em silêncio, mas meu corpo, atento a tudo.
Ele percebeu. E sorriu de leve.
- Está corando. - Ele se aproximou de novo. - Gosto disso.
Deixou a camisa sobre a poltrona ao lado. Começou a desabotoar a calça. Lento. Metódico. Como se não houvesse pressa, porque ele já sabia do resultado.
- Você tem uma beleza perigosa, Isabela. Não é a que se vê de cara. É aquela que cresce devagar. Que consome em silêncio. - Ele tirou a calça, ficando apenas de cueca preta. - E esse tipo de beleza me interessa mais do que qualquer uma.
Minhas mãos suavam. O coração batia tão alto que eu temia que ele ouvisse.
Ele se ajoelhou à minha frente, me obrigando a olhar para ele, tão perto, tão presente.
- Posso te tocar?
Engoli seco. Assenti. Foi o máximo que consegui fazer.
O primeiro toque dele foi na minha mão. Apenas isso. Um toque leve, como se me ancorasse ali. Depois, sua outra mão subiu pelo meu braço, até encontrar meu ombro. Os dedos firmes, quentes, explorando minha pele com reverência e desejo.
- Está tremendo - ele murmurou. - Mas não é medo. É tensão. Gosto de tensão. Ela prepara o corpo... para o prazer.
Meu corpo se acendeu com aquela frase.
Ele se inclinou e tocou meu rosto, os dedos traçando minha mandíbula. Seus olhos estavam fixos nos meus.
- Não tem que fazer nada que não queira. Só... sinta.
E então, ele me beijou.
O beijo não foi apressado. Nem voraz. Foi... profundo. Como se cada segundo contasse. Como se ele quisesse me provar que sabia como conduzir sem ferir. Como excitar sem pressionar.
Quando seus lábios se afastaram dos meus, ele levou a mão ao zíper do meu vestido.
- Posso?
Fechei os olhos. Assenti.
Ele puxou o zíper devagar. O vestido escorregou pelos meus ombros, caindo até minha cintura. Fiquei apenas de sutiã. E, ainda assim, me senti nua.
Ele puxou o zíper do vestido devagar. O som do fecho se abrindo ecoou entre nós com uma intensidade quase simbólica - como se naquele deslizar ele estivesse desabotoando mais do que tecido... como se tirasse camadas da minha resistência, uma a uma.
O vestido deslizou pelos meus ombros, escorregando como água até minha cintura. Fiquei ali, com o sutiã de renda preta marcando os contornos do meu corpo, meu peito subindo e descendo com a respiração acelerada. Ele me olhou com tanta intensidade que minha pele ardeu sob o olhar.
- Você é mais bonita do que qualquer foto permitiria - ele murmurou, com uma voz baixa, quente e autoritária. - Mas é a forma como você tenta esconder isso que me excita mais.
Ele ajoelhou-se à minha frente. E pela primeira vez, Leonardo De Santis - o homem que parecia intocável - passou a mão lentamente pela minha coxa, subindo até alcançar o cós da saia que ainda restava em mim. Com um puxar firme, ele a removeu, deixando-me apenas com a lingerie.
- Sente isso? - ele perguntou, as mãos agora pousadas nas laterais do meu quadril. - Seu corpo reagindo ao meu. A tensão... a curiosidade... o desejo.
Assenti, incapaz de dizer qualquer coisa. Minha pele vibrava, como se cada centímetro estivesse faminto pelo toque dele.
Então ele me deitou, de forma firme, porém cuidadosa, no sofá. Sua boca encontrou a curva da minha barriga, beijando de forma lenta e provocante. Depois subiu, alcançando o centro do meu peito, onde ele pressionou os lábios sobre o sutiã, apenas para me fazer arfar com o calor.
Seus dedos encontraram as alças e, com habilidade, deslizaram para baixo. Fiquei nua da cintura para cima.
- Linda - ele sussurrou, encarando meus seios com um misto de admiração e fome. Seus lábios logo se fecharam sobre um deles, sugando com força controlada, a língua provocando movimentos circulares enquanto suas mãos seguravam firme minha cintura, me mantendo ali - entregue, entregue a ele.
Um gemido escapou de mim sem que eu pudesse conter.
Leonardo ergueu os olhos e sorriu contra minha pele.
- Quero ouvir mais disso.
Então ele desceu. Lento. Sem pressa. Como quem saboreia um presente. Suas mãos alcançaram minha calcinha. Ele a puxou com cuidado, mantendo contato visual o tempo inteiro. Quando me deixou completamente nua, suspirei. Não de vergonha - porque ele tirou isso de mim com cada beijo - mas de antecipação.
E então ele me explorou.
Com a boca. Com a língua. Com os dedos.
Começou com beijos na parte interna das coxas, depois subiu até alcançar meu centro. Quando senti a língua quente dele em mim, arqueei o corpo. Ele era habilidoso. Preciso. A cada movimento da língua, ele me levava mais fundo no prazer. Sua mão pressionava minha barriga, mantendo meu corpo no lugar, controlando meu ritmo - até que ele decidisse me deixar ir.
E quando permitiu... eu me desfiz nos braços dele, com um gemido rouco, sem vergonha, sem pudor.
Ainda ofegante, ele subiu e me beijou, como se quisesse que eu sentisse o gosto de mim em seus lábios. E eu senti. Com prazer. Com entrega.
Depois ele se ergueu, retirou a última peça de roupa que lhe restava - a cueca preta - revelando o restante de um corpo que parecia esculpido.
Meus olhos se arregalaram. Ele era... grande. Muito. E completamente no controle.
- Está pronta? - ele perguntou.
Respirei fundo. E assenti.
Leonardo se posicionou sobre mim, os olhos nos meus, enquanto se encaixava. Quando entrou, o mundo girou. Havia pressão, calor, preenchimento. Cada centímetro me fazia perder o fôlego. E ele ficou ali, imóvel por um instante, permitindo que eu me acostumasse à sensação.
- Me diga se for demais - ele sussurrou, com a boca perto da minha.
- Não pare - foi o que consegui dizer, quase sem ar.
E ele não parou.
Movia-se em mim com precisão e ritmo. Os quadris ondulando, os músculos tensionados, os olhos fixos nos meus. A cada investida, meu corpo cedia mais. A cada gemido, ele acelerava o ritmo. Ele me tomava como se fosse dele. E, naquela noite, eu era.
As mãos dele passaram pelas minhas pernas, ergueram meus quadris, aprofundando o encaixe. Os sons que escapavam de mim já não eram tímidos. E ele adorava cada um deles.
Sussurrava palavrões roucos no meu ouvido.
Palavras quentes. Frases sujas. E promessas perigosas.
- Você foi feita pra isso... pro meu toque. Pro meu corpo.
Quando ele sentiu que eu estava perto de novo, seu polegar encontrou meu ponto mais sensível, pressionando com perfeição, acelerando meu prazer até que meu corpo inteiro arqueou debaixo do dele.
Gozei mais uma vez, tremendo, gritando seu nome sem vergonha alguma.
E ele veio logo depois. Com um gemido grave, profundo, soltando meu nome como se fosse a única coisa no mundo.
Quando tudo acabou, ele caiu sobre mim, ainda dentro de mim, com o rosto escondido no meu pescoço. E por alguns segundos, tudo parou. O quarto ficou silencioso, exceto por nossas respirações descompassadas.
Ali, naquele momento, suada, despida e nos braços dele, entendi que essa noite jamais seria apenas uma transação.
Porque o que Leonardo De Santis fez comigo não foi só sexo.
Foi domínio. Foi entrega.
E foi o início da minha perdição.