Me esgueirei até o fundo, ocupando o pequeno canto junto à parede, tentando não encostar em ninguém. O ar ali dentro já parecia rarefeito, abafado pelo calor dos corpos e a tensão das horas finais do expediente. O elevador começou a subir. Primeiro andar. Segundo andar.
Foi então que, sem aviso, a luz apagou e tudo se mergulhou em escuridão.
O elevador parou bruscamente. O impacto me fez perder o equilíbrio. Um grito abafado escapou de alguém à frente, e eu cambaleei para trás, quase caindo.
Mas antes que meu corpo tocasse o chão, dois braços firmes me seguraram pela cintura. Fortes. Quentes. Me puxaram com segurança contra um peito sólido, o cheiro masculino de colônia amadeirada invadindo meus sentidos como um golpe suave. Meu rosto foi de encontro ao tecido da camisa dele, e pude sentir a firmeza dos músculos sob o algodão.
- Calma... te peguei - sussurrou uma voz grave, bem junto ao meu ouvido. A voz soava calma, reconfortante, mas havia algo a mais nela. Uma profundidade que me causou arrepios.
Meu coração já estava acelerado antes, mas naquele instante, ele disparou por outro motivo. A pressão dos braços em minha cintura era firme, mas não invasiva. E, no escuro absoluto, cada centímetro de proximidade parecia mais intenso.
- O elevador... travou? - murmurei, tentando soar racional, mas minha voz tremia.
- Provavelmente uma queda de energia. Isso acontece às vezes - ele respondeu, a boca ainda próxima demais da minha orelha.
Sua respiração quente roçava minha pele, me fazendo estremecer. Tentei recuar instintivamente, mas ele não me deixou escapar completamente. Sua mão escorregou para minhas costas, segurando-me com um cuidado que me fez esquecer do ambiente lotado.
Ficamos em silêncio por alguns segundos. No escuro, os sentidos parecem despertar de forma mais aguçada. Eu ouvia as respirações nervosas dos outros, mas nada se comparava à consciência do corpo daquele homem tão colado ao meu.
- Você está tremendo - ele disse, sua mão agora subindo devagar pela minha coluna. - Está com medo ou...?
Eu não respondi. Nem precisava. Eu sentia meu próprio corpo responder à presença dele. Era mais do que o susto do momento - era o toque, o cheiro, o calor. A tensão no ar mudara. Agora, ela tinha um ritmo diferente, quase sensual.
- Me desculpa - murmurei, mas nem eu sabia exatamente por quê. Talvez por estar gostando tanto daquele toque desconhecido.
- Não peça desculpas por isso - ele murmurou, inclinando um pouco o rosto. - O acaso é imprevisível... mas, às vezes, ele sabe exatamente o que faz.
Senti seus lábios se aproximarem perigosamente do meu pescoço. Não me afastei. Não consegui. Ao contrário, inclinei levemente a cabeça, permitindo que ele se aproximasse. E quando seus lábios encostaram levemente na minha pele, uma onda de calor percorreu todo o meu corpo.
A escuridão nos escondia. Não havia rostos, nomes, passado - apenas aquela sensação crua, elétrica, impossível de ignorar.
Seu toque se intensificou, uma das mãos escorregando pela lateral do meu corpo, delineando minhas curvas com uma reverência que me tirou o ar. Senti meus mamilos enrijecerem sob a blusa fina, meu ventre contrair.
Ele me virou levemente, me encostando contra a parede do elevador. Nossos corpos encaixados. Sua mão segurava minha cintura enquanto a outra subia até minha nuca, os dedos entre meus cabelos. Seu corpo pressionava o meu, quente, duro, decidido.
- Você quer que eu pare? - ele perguntou, baixo, rouco, esperando minha permissão.
Eu não consegui dizer "não". Apenas balancei a cabeça, arfando, sentindo meu corpo gritar por mais daquele toque, daquela boca, daquele momento.
Então ele me beijou.
E o mundo deixou de existir.
O beijo dele me tirou o chão - mesmo que meus pés ainda estivessem ali, fincados no carpete áspero do elevador parado. Sua boca era quente, faminta, e explorava a minha com uma intensidade urgente, mas não apressada. Havia desejo, sim, mas também havia um cuidado ardente, como se ele quisesse saborear cada segundo.
Meus dedos se agarraram à gola da camisa dele, puxando-o mais para mim, sem medo, sem hesitação. O barulho abafado das respirações ao redor parecia distante, como se estivéssemos isolados numa bolha escura onde só existia aquele toque, aquele calor, aquela necessidade.
A mão dele escorregou pela minha cintura e parou na minha coxa, os dedos firmes traçando a curva do meu corpo por cima do tecido da saia. Com um leve puxão, ele ergueu um pouco o tecido, expondo mais pele ao toque. Seu polegar roçou de leve a parte interna da minha coxa, me fazendo arfar contra seus lábios.
- Você está tão quente... - ele sussurrou, a voz rouca de puro desejo.
Minhas pernas se entreabriram por reflexo, como se meu corpo respondesse sozinho. Uma de suas mãos me segurou pela cintura, me mantendo firme contra a parede do elevador, enquanto a outra se aventurava mais alto, até alcançar a renda da minha calcinha. Ele parou por um segundo, como se me desafiasse a recuar. Mas eu não recuei. Em vez disso, empurrei levemente o quadril contra sua mão, como um convite silencioso.
Ele entendeu.
Seus dedos deslizaram por dentro da renda, encontrando a pele úmida e sensível entre minhas coxas. Meu corpo arqueou levemente quando ele tocou meu centro, espalhando o calor e fazendo um gemido suave escapar dos meus lábios. A sensação era quase insuportável de tão boa - e o fato de estarmos ali, naquele espaço apertado, escuro, entre desconhecidos, só deixava tudo mais excitante.
- Molhada pra mim... e eu nem comecei direito - ele sussurrou, seus lábios roçando minha orelha.
Começou a massagear meu clitóris com movimentos circulares, lentos, alternando pressão e suavidade como se me estudasse, como se soubesse exatamente como me fazer derreter. Meus joelhos cederam um pouco, e ele me sustentou com facilidade, colando o corpo ainda mais ao meu.
- Você vai gozar pra mim aqui mesmo? - ele provocou, com um tom carregado de malícia.
Não consegui responder. Minha respiração estava entrecortada, o corpo latejando de desejo. Tudo em mim pedia por ele.
Num movimento ágil, ele me virou de frente para a parede, colando o corpo às minhas costas. Sua mão voltou a explorar meu sexo enquanto a outra desabotoava a própria calça. O som do zíper, abafado e urgente, me fez morder o lábio, um arrepio percorrendo toda minha espinha. Em seguida, senti a rigidez dele pressionando minha pele nua, encostando na minha entrada, quente, latejante.
Ele se inclinou e murmurou bem baixinho no meu ouvido:
- Me diz que você quer isso...
Fechei os olhos e, entre um suspiro e outro, soltei, quase implorando:
- Eu quero... agora...
Ele não hesitou.
Entrou devagar, com firmeza, me preenchendo centímetro por centímetro. Meu corpo se abriu para recebê-lo, e o gemido que escapou dos meus lábios foi abafado pelo braço que mordi instintivamente, tentando não chamar a atenção dos outros.
A sensação era intensa, crua, como se nossos corpos tivessem sido feitos um para o outro. Ele começou a se mover, devagar no início, saboreando cada impulso. Seu quadril encontrava o meu num ritmo sensual, calculado, os gemidos dele abafados contra a minha nuca.
- Você é deliciosa... tão apertada, quente... - ele murmurava, as palavras me fazendo estremecer por dentro.
Cada estocada vinha com mais força, mais desejo, os movimentos ganhando ritmo e urgência. Suas mãos seguravam minha cintura, guiando nossos corpos num balé primal. O som dos corpos se chocando, abafado pela escuridão, se misturava às nossas respirações ofegantes.
Minhas pernas começaram a tremer. O prazer crescia em ondas, cada vez mais intensas, até que um calor absoluto me tomou inteira. Gozei apertando os músculos em volta dele, sem conseguir conter um gemido alto demais. Ele seguiu, ainda dentro de mim, até que seu próprio clímax veio logo depois, com um suspiro grave e profundo. O corpo dele se curvou sobre o meu, os braços me envolvendo com força, nos mantendo conectados por mais alguns segundos eternos.
Aos poucos, o silêncio voltou a dominar o elevador. Os sons de outras pessoas agora pareciam mais nítidos - tosses, sussurros desconfortáveis, alguém batendo na porta de emergência. Ele se afastou devagar, ajustou a roupa com discrição e voltou a se posicionar ao meu lado. Eu me recompus em silêncio, ainda sentindo meu corpo pulsar.
Logo em seguida, as luzes piscaram e voltaram. O elevador voltou a se mover como se nada tivesse acontecido.
Mas tudo tinha mudado.
Quando chegamos ao nosso andar, ele apenas me olhou com um sorriso discreto e disse:
- Atrasada ou não, acho que sua reunião acabou de valer a pena.
Saímos sem trocar nomes. Mas jamais esqueceria o que aconteceu na escuridão daquele elevador.