Peguei a pá, prendi o cabelo num coque bagunçado e comecei a limpar os estábulos. O corpo já sabia o ritmo, os músculos acostumados com o esforço. Mas minha cabeça estava longe. Meus pensamentos se prendiam num canto muito mais quente do que o amanhecer frio.
Jonas.
O dono da fazenda. O homem de poucas palavras e muitos olhares. Ele falava com firmeza, direto ao ponto, sem nunca passar um centímetro além do necessário. Mas bastava um cruzar de olhos, uma troca de silêncio, pra eu sentir a tensão queimando por baixo daquela pose toda. Ele fingia que não, mas eu sabia. E gostava de testar os limites.
Naquela manhã, fui além. Escolhi um short jeans que mal cobria as coxas, velho e desbotado, quase implorando pra ser notado. A camisa, amarrada acima do umbigo, deixava parte da barriga à mostra. Culpei o calor, mas a verdade era outra. Eu queria ver até onde ele ia aguentar.
Estava agachada, varrendo o feno, quando ouvi a voz grave atrás de mim.
- Isso aí tá mais torto que cerca de sítio abandonado.
Me virei devagar, sem pressa, com um sorriso no canto da boca. Fingi surpresa.
- Vai ficar só olhando ou vai pôr a mão na massa?
Ele estava encostado na porta do celeiro, os braços cruzados, a camisa justa desenhando o tórax largo, a calça jeans suja marcando a virilha de forma indecente. O chapéu fazia sombra no rosto, mas os olhos... ah, os olhos. Queimavam.
- Com esse short aí? Tô achando que você veio mais pra provocar do que pra trabalhar.
- E se for os dois?
Ele deu um meio sorriso, tenso. Daqueles que seguram mais do que mostram.
- Cuidado. Provocação tem preço.
Dei dois passos, lenta, sentindo meu coração acelerar.
- E se eu estiver disposta a pagar o preço?
A tensão no ar era quase um cheiro. Um cheiro quente, salgado, feito suor e desejo escondido. Ele entrou no celeiro sem pressa, os passos firmes, calculados. Eu fiquei onde estava, o peito subindo e descendo mais rápido.
Ele parou na minha frente. Alto, quente, o cheiro dele me invadindo: couro, suor, homem.
- Você tem ideia do fogo que tá acendendo?
- Eu não tô só acendendo. Eu já tô pegando fogo.
Ele me puxou pela cintura, com uma força firme, e colou a boca na minha. O beijo foi bruto, faminto, como se ele tivesse guardado aquilo por tempo demais. Nossas línguas se procuraram, quentes, desesperadas. Minhas mãos subiram por baixo da camisa dele, encontrando a pele quente, os músculos duros. Ele gemeu contra minha boca.
Virou-me de costas com um puxão firme e me prensou contra a pilha de feno. As mãos dele passearam pelo meu corpo como se quisessem mapear cada curva.
- Você me provoca como se não soubesse o que tá fazendo...
- Eu sei exatamente.
- Vai acabar me deixando louco.
- Já não deixei?
Num movimento rápido, ele desfez o nó da minha camisa e abriu, deixando meus seios livres, o sutiã já úmido de desejo. Os lábios dele desceram pelo meu pescoço, pelo colo, deixando beijos molhados que me fizeram estremecer. Quando ele lambeu entre meus seios e mordeu devagar a pele sensível, gemi alto, sem vergonha.
Ajoelhou-se à minha frente, puxando o short e a calcinha num só movimento. Fiquei ali, nua da cintura pra baixo, respirando pesada, exposta ao olhar faminto dele.
- Já tava molhada por minha causa?
- Desde o dia em que você ficou me olhando por trás da cerca, fingindo que me mandava lavar os baldes.
Ele riu, a voz rouca, e passou a língua pela minha coxa, devagar. Subiu aos poucos, provocando. Quando alcançou meu centro, me lambeu como se estivesse saboreando uma fruta madura. A boca quente, a língua firme, os dedos apertando minhas coxas. Me agarrei no cabelo dele, gemendo alto.
- Agora você vai lembrar disso toda vez que entrar nesse celeiro.
Ele chupava com vontade, a barba raspando minha pele sensível, enquanto me devorava como se quisesse me deixar marcada. Quando enfiou dois dedos em mim, com força e ritmo, meu corpo se arqueou e eu gritei. O orgasmo me pegou em cheio, como um raio que atravessa a espinha. Gozei gritando o nome dele, sem pudor.
Ele levantou com um sorriso satisfeito e começou a se despir. Tirou a camisa suada, abriu a calça e deixou que o pau escapasse - duro, grosso, pulsando. A visão me fez gemer de novo.
Me ajoelhei sem que ele precisasse pedir. Peguei com as duas mãos, passei a língua devagar pela base, subindo até a ponta. Ele jogou a cabeça pra trás.
- Porra... assim você me mata.
Coloquei ele inteiro na boca, sugando com firmeza, indo fundo, sentindo ele se contorcer. Ele segurava meu cabelo com força, guiando meus movimentos. Quando achei que ele ia gozar, ele me puxou.
- Vira. Agora.
Obedeci. Me deitei de bruços no feno, empinando pra ele. Senti a cabeça do pau roçar na minha entrada molhada, provocando.
- Tem certeza?
- Se você não me foder agora, eu vou enlouquecer.
Ele me penetrou de uma vez, fundo, me fazendo gritar. O corpo dele colado no meu, o peso, o calor, a posse. As estocadas eram fortes, ritmadas, o som dos nossos corpos se misturando ao farfalhar do feno.
- Esse corpo é meu. Só meu.
- Faz o que quiser. Eu sou tua. Inteira.
Ele me segurava pelos quadris, batendo com força. O feno arranhava minha pele, o suor escorria por nossas costas, e os gemidos enchiam o celeiro como uma canção suja e verdadeira. Cada estocada me levava mais alto.
- Goza de novo pra mim - ele rosnou, estocando mais fundo.
E eu gozei. De novo. Um segundo orgasmo ainda mais intenso, que me fez tremer inteira. Ele me acompanhou logo depois, enterrado até o fim, gemendo rouco enquanto gozada após gozada me preenchia.
Ficamos assim, colados, ofegantes. O silêncio agora era outro - pesado, íntimo, satisfeito.
Ele se deitou ao meu lado, me puxando pra cima dele. A mão acariciando minha coxa, o peito subindo e descendo devagar. Eu encostei o rosto no pescoço dele, sentindo o cheiro da pele, misturado com suor e desejo.
- Isso foi perigoso - ele disse, com um sorriso cansado.
- Então me coloca em risco de novo.
Ele riu, aquela risada baixa que eu adorava.
- Você ainda vai me matar.
- Que seja de prazer.
Ficamos um tempo em silêncio, apenas respirando. O sol entrava pelas frestas do telhado, iluminando partículas de poeira dourada no ar. Eu passei a ponta dos dedos pelo abdômen dele, sentindo a pele quente e ainda úmida.
- Sabe o que mais? - ele murmurou.
- O quê?
- Desde o primeiro dia que você chegou, eu soube que ia dar nisso. Só não sabia que ia ser tão bom.
Sorri, de olhos fechados.
- Você achou que eu era só uma mocinha curiosa.
- E era. Mas também era teimosa, bocuda... e maldita provocadora.
- E você, um chefe ranzinza que não sabia onde esconder o pau duro.
Ele riu de novo, me puxando mais pra perto, até que minha perna ficou entre as dele.
- Se a gente continuar assim, vai ser impossível esconder qualquer coisa.
- Então não esconde mais nada.
Beijei os lábios dele, dessa vez com calma. Um beijo lento, profundo, carregado daquilo que a gente não dizia em voz alta.
Ali, entre o cheiro de suor, feno e pele, eu soube: aquele amanhecer era só o começo. Depois daquele beijo, daquele gosto, daquele olhar... não haveria mais distância entre nós.
E eu não queria. Não mesmo.