Capítulo 5 Acho que não é minha Terra

Terra de sofrimento, onde a beleza não se vê nos olhos nús.

Terra perdida desde a terra natal.

Terra de quem lá sabe, onde o nome não identifica a sua imagem.

Terra de vergonha do anfitrião.

Terra do futungo, da escuridão, da ausência de luz.

Terra dos tipos nada.

Terra dos poetas não publicados.

Terra de estar por a calhar.

Terra da água preciosa não visível.

Acho que não é minha Terra

Terra dos governantes dorminhocos, dos sonâmbulos.

Terra de C com erro.

Terra de N sofrimento, de T amiguismo, de N negligência, de S esquecido, de K no desuso.

Terra de lágrimas de quem sabe chorar.

Bomborico, Ele Era

Ele era o Bomborico.

Ele era o Bomborico da esquina da qual eu passava sem vergonha, sem medo nenhum.

Bomborico ele era.

Gostava sempre de o ver todos momentos em que eu quisesse passar naquela esquina.

Hai! Bomborico, hoje já não me cinto a mesma pessoa do pretérito.

Já não tenho começo de refazer a mesma trajectória.

Bomborico!

Perguntar-me-ia se o tempo me desse o tempo, onde que eu começaria?

E se o passado me desse a luz, onde que eu passaria?

Ó Bomborico, não me ouve?

E se me ouvisse, não me chamaria?

E se me chamasse...

            
            

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