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A chuva que caio
A chuva que caio do céu.
A chuva que caio das nuvens.
A chuva que caio nas chapas, nos campos das mamãs e dos papás.
A chuva que caio.
A chuva que caio nas rotinas das bengalas dos lavradores.
A chuva que caio nas carecas dos avós nas cabeças das crianças e que caio na terra.
Calou a minha boca
Ela calou.
Calou a minha boca que gritava até ao infinito.
Ela calou.
Calou-me sem avisar, ela calou.
Calou-me e só lhe faltava a tapar é.
Mas mesmo assim, ela calou.
Calou-me e queria tapar-me com uma tampa da cozinha
Mas mesmo assim ele calou...
O Cego que não pensa em ver mais
Com o costume de ver as estreias desde a sua origem da vida, já não pensa em ver mais.
Com o hábito de giboiar os pés para um lugar ao outro, já não pensam em ver mais.
Com o hábito de depender de tudo quão ele precisa em seu redor, já não pensa em ver mais.
O cego que não pensa em ver mais.
Tudo se transformou em hábito das suas capacidades invisíveis porque mesmo se ele visse acharia tudo igual como não visse.
O cego que não pensa em ver mais se acostumou pelo hábil da sua potência admiradora nas faces dos olhos do público que vêem.
O cego, o cego.
Que não pensa em ver mais.