Capítulo 6 A chuva que caio

A chuva que caio

A chuva que caio do céu.

A chuva que caio das nuvens.

A chuva que caio nas chapas, nos campos das mamãs e dos papás.

A chuva que caio.

A chuva que caio nas rotinas das bengalas dos lavradores.

A chuva que caio nas carecas dos avós nas cabeças das crianças e que caio na terra.

Calou a minha boca

Ela calou.

Calou a minha boca que gritava até ao infinito.

Ela calou.

Calou-me sem avisar, ela calou.

Calou-me e só lhe faltava a tapar é.

Mas mesmo assim, ela calou.

Calou-me e queria tapar-me com uma tampa da cozinha

Mas mesmo assim ele calou...

O Cego que não pensa em ver mais

Com o costume de ver as estreias desde a sua origem da vida, já não pensa em ver mais.

Com o hábito de giboiar os pés para um lugar ao outro, já não pensam em ver mais.

Com o hábito de depender de tudo quão ele precisa em seu redor, já não pensa em ver mais.

O cego que não pensa em ver mais.

Tudo se transformou em hábito das suas capacidades invisíveis porque mesmo se ele visse acharia tudo igual como não visse.

O cego que não pensa em ver mais se acostumou pelo hábil da sua potência admiradora nas faces dos olhos do público que vêem.

O cego, o cego.

Que não pensa em ver mais.

            
            

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