Coração Partido, Traição e Vingança Bilionária
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Capítulo 3

Não dormi naquela noite. Deitei na nossa cama, o espaço ao meu lado frio e vazio, e encarei o teto. Os extratos financeiros que Dante me mostrou estavam gravados na minha memória. Vinte milhões de dólares.

Quando o sol nasceu, olhei no espelho. Círculos escuros pairavam sob meus olhos. Meu rosto estava pálido, tenso com uma raiva tão fria que parecia uma nova parte da minha anatomia.

Heitor entrou no banheiro, cantarolando. Ele estava fazendo café, agindo como se fosse apenas mais uma terça-feira.

"Você parece cansada, Ken", disse ele, sua voz cheia de falsa preocupação. Ele tentou envolver meus braços em volta da minha cintura.

Eu me afastei. "Não me toque."

Sua atuação era impecável. O marido preocupado. O parceiro amoroso. Era tudo mentira. Agora eu conseguia ver os fios.

Eu tinha que manter a calma. Tinha que jogar o jogo dele, mas melhor.

"Preciso que você cancele sua tarde", eu disse, minha voz uniforme. "Preciso de acesso total à sala do servidor principal. Vou rodar um novo diagnóstico no núcleo."

"Claro", disse ele, facilmente. "Qualquer coisa pela minha esposa genial."

Mais tarde naquela manhã, ele tocou no assunto. Casualmente. "Sabe, a Celine está procurando um novo desafio. Ela tem uma presença enorme nas redes sociais. Poderíamos trazê-la para fazer um pouco de Relações Públicas para a Solarys. Seria ótimo para a nossa imagem."

Meu sangue gelou. Ele queria trazer sua amante para a nossa empresa. Pagá-la com nosso dinheiro para ficar perto dele.

Olhei diretamente nos olhos dele. "Não."

"Por que não? Ela tem alcance."

"Porque ela é uma parasita interesseira e sem qualificação", eu disse, as palavras afiadas. "E ela nunca terá um lugar na Solarys."

Ele realmente teve a audácia de parecer magoado. "Isso é um pouco duro, Ken. Vocês são apenas tipos diferentes de ambição."

"Tipos diferentes?", eu ri, um som amargo e quebrado. "Você está me comparando a ela?"

"Não, claro que não", ele recuou, vendo que tinha ido longe demais. "Eu te amo, Kendra. Você sabe disso."

"Saia", eu disse, minha voz perigosamente baixa. "Tenho trabalho a fazer."

Ele saiu. Imediatamente liguei para meu chefe de TI, um jovem gênio chamado Leo que era leal apenas a mim.

"Leo, preciso de você. Sede da Solarys. Sala do servidor. E traga seu melhor equipamento. Isso é extraoficial."

Uma hora depois, estávamos na sala do servidor. "Preciso que você espelhe o laptop de Heitor Almeida. Cada arquivo, cada e-mail, cada tecla pressionada nos últimos dois anos. E preciso de um keylogger instalado. Quero saber de tudo."

Os olhos de Leo se arregalaram, mas ele não fez perguntas. Apenas começou a trabalhar.

Observei o fluxo de dados em um monitor. Estava tudo lá. Pastas dentro de pastas. Contas ocultas. Arquivos criptografados. Leo os quebrou um por um.

O quadro completo era pior do que eu poderia ter imaginado. Não apenas a conta nas Ilhas Cayman. Havia outras. Zurique. Singapura. Uma teia de mentiras e roubos se estendendo pelo globo.

E as fotos. Centenas delas. Heitor e Celine em iates, em jatos particulares, em suítes de hotel. Rindo, se beijando, vivendo uma vida que ele havia roubado de nós. Havia uma foto dela usando uma pulseira de diamantes. Cliquei nas propriedades do arquivo. A data em que foi tirada? O mesmo dia da minha primeira transferência de embrião fracassada. Enquanto eu estava na clínica, chorando por mais uma perda, ele estava comprando diamantes para ela.

A traição foi tão completa, tão absoluta, que foi quase esclarecedora. A dor era uma coisa física, um ponto branco e quente no meu peito. Cravei as unhas nas palmas das mãos, a picada aguda me ancorando.

"Copie tudo", eu disse a Leo, minha voz um sussurro. "E certifique-se de que o keylogger seja indetectável."

"Feito", disse ele, fechando o laptop.

Saímos da sala do servidor, deslizando como fantasmas. Enquanto caminhávamos pelo saguão, as portas do elevador se abriram. Heitor saiu, segurando um buquê dos meus lírios favoritos.

"Ken! Eu estava vindo te procurar", disse ele, seu sorriso brilhante e falso.

A assistente de Leo, uma jovem que idolatrava Heitor, suspirou. "Ele é tão dedicado a você, Dra. Moraes."

Uma performance. Era tudo uma performance.

Eu queria gritar. Queria jogar as provas na cara dele e ver seu mundo queimar. Mas ainda não. Não aqui. Eu tinha que ser inteligente. Eu tinha um bebê para proteger. E uma empresa para salvar.

Deixei que ele me puxasse para um abraço, meu corpo rígido. Eu usaria sua própria traição contra ele. Minha gravidez era meu ás. A empresa era meu reino. Ele queria uma guerra? Ele teria uma.

"É melhor irmos", eu disse, me afastando. "Vamos nos atrasar para a festa."

No carro, ele segurou minha mão, falando sobre a disposição das mesas e os palestrantes principais. Eu sorri e assenti, minha mente a quilômetros de distância, planejando meu ataque. Eu pegaria o que era meu. Eu tomaria o controle da Solarys. E eu o destruiria.

            
            

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