Sua Decepção, o Destino Dela em Londres
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Capítulo 4

As palavras pairaram no ar. Por um momento, Breno apenas a encarou, seu sorriso bêbado congelado no rosto.

Então, o sorriso azedou.

- O que você disse?

Elisa se levantou, passando por ele para pegar um papel toalha e limpar a sujeira no chão. Ela calmamente limpou o macarrão e o caldo.

- É por causa da Daniela? - ele rosnou, a voz subindo. - Ou porque eu não te dei aquele dinheiro? Seu irmão não está morto, por que tanto drama?

Caio. A menção de seu nome foi um golpe físico. Toda a dormência que ela sentia evaporou, substituída por uma raiva fria e dura.

Ela se virou para encará-lo.

- O dinheiro nunca foi o problema, Breno. Foi o fato de você não se importar.

- Não me importar? - Ele riu, um som áspero e feio. - Eu construí essa empresa inteira para nós! Para você! Tudo o que eu tenho é seu!

- Então me pague - disse ela, a voz perigosamente baixa. - Me pague o que você me deve. Pelos dois últimos projetos. Aqueles cujas plantas têm o meu nome. Trezentos e cinquenta mil reais.

Seu rosto se contorceu de fúria. Ele viu isso como o insulto final. Que ela reduzisse seus sete anos juntos a uma transação.

- Você quer dinheiro? É só nisso que você pensa? - ele berrou. Ele cresceu sem nada, e seu maior medo era ser visto como pobre ou mesquinho. Ele odiava ser lembrado disso.

- Tudo bem! - ele gritou. Ele pegou o celular do balcão.

- Quer falar de dinheiro? Vamos falar de dinheiro!

Ele se atrapalhou com o aplicativo do banco, seus dedos desajeitados de raiva e álcool.

- Você acha que trezentos e cinquenta mil é muito? Vou te dar quinhentos mil! É o suficiente pra você? Isso vai te fazer feliz?

Ele tocou na tela, depois atirou o celular do outro lado da sala. Ele bateu na parede a centímetros da cabeça dela, depois caiu no chão.

Elisa não se encolheu.

Um momento depois, o celular dela vibrou no balcão. Uma notificação de seu banco. Você recebeu uma transferência de R$ 500.000.

Ele realmente tinha feito isso.

Ele desabou no sofá, respirando pesadamente, esfregando as mãos no rosto. Ele parecia quebrado, patético. No passado, este era o momento em que ela teria ido até ele, o abraçado, dito que estava tudo bem.

Ele estava esperando por isso. Ele olhou para ela, os olhos cheios de uma expectativa infantil de que ela consertasse isso, que acalmasse seu temperamento, que fizesse tudo desaparecer.

Ela apenas o encarou de volta.

Silenciosamente, ela se aproximou e pegou o celular dele. A tela estava rachada. Ela o colocou na mesa de centro. Terminou de limpar o miojo do chão.

Então ela pegou sua mala.

Ele a observou, a confusão surgindo em seu rosto.

- Elisa? O que você está fazendo? Eu te dei o dinheiro.

Ela não disse uma palavra. Apenas caminhou até a porta.

A maneira mais verdadeira de deixar alguém, ela percebeu, não era com uma briga dramática e chorosa. Era com o silêncio. Era quando você fechava a porta silenciosamente atrás de si, e eles nem percebiam que você tinha ido embora para sempre até ser tarde demais.

Ela se hospedou em um hotel perto do aeroporto.

Mais tarde naquela noite, um pedido de videochamada apareceu em seu notebook. Era de Daniela.

A curiosidade venceu. Ela aceitou.

O rosto de Daniela encheu a tela, presunçoso e triunfante. Ela estava no carro de Breno. Ao fundo, Elisa podia ver Breno ajoelhado na calçada, implorando a Daniela pela janela aberta.

- Ele me ama, Elisa - Daniela ronronou. - Ele acabou de me dizer. Disse que só estava com você por hábito, por pena.

A voz de Breno era audível, desesperada e quebrada.

- Daniela, por favor. Foi um erro. Eu te amo. Por favor, volta pra casa.

Elisa sentiu um gosto amargo na boca. Então este era o seu grande plano. Ele não estava arruinando Daniela. Estava se humilhando aos pés dela.

- Ele é patético, não é? - disse Daniela com uma risada. - Mas agora é o meu homem patético.

Elisa não disse nada.

- Não se preocupe - acrescentou Daniela. - Vou cuidar muito bem do seu resto.

Elisa olhou para a tela, para a mulher que havia roubado sua vida e para o homem que a havia deixado.

Ela simplesmente respondeu:

- Boa sorte. Você vai precisar.

Então ela encerrou a chamada, desligou o notebook e foi dormir.

            
            

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