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O estúdio de dança caiu em silêncio. Todos os olhares estavam voltados para Arabella, mas ela agiu como se não tivesse notado nada e, com um ar confiante, foi para os fundos, onde começou a se alongar.
"Daisy, como você é audaciosa de aparecer assim do nada!", Joyce exclamou, com os dentes cerrados, se aproximando rapidamente para lhe dar um chute. "Só porque pegamos leve com você, não significa que não esteja sob nossas ordens!"
Arabella se esquivou do chute com habilidade, fazendo Joyce se desequilibrar e cair de cara no chão com um baque doloroso.
"Como teve a coragem de se esquivar, hein?", Joyce gritou, incrédula com o gesto inesperado.
Seu rosto estava vermelho de raiva enquanto ela erguia a mão para dar um tapa em Arabella, que, assim como da última vez, escapou como uma sombra.
O golpe de Joyce acertou apenas o ar, e ela tropeçou para frente, segurando a lombar com um tremor. "Droga!"
"Desculpe aí", disse Arabella num tom suave demais para ser ouvido.
Joyce estava a um passo de explodir, mas algo na calmaria de Arabella a fez hesitar, e ela não se atreveu a tentar agredi-la novamente, apenas disparando com arrogância: "O que está fazendo parada aí? Venha nos ajudar a alongar agora mesmo!"
"Então, Daisy realmente voltou... Continua a mesma capacha patética", ela pensou.
O olhar de Arabella se obscureceu por um instante, mas ela fez um aceno educado e agiu como uma aluna obediente, se ajoelhando ao lado de Joyce e começando a "ajudá-la" com os alongamentos de pernas.
Joyce abriu um sorriso malicioso. "Você parece ainda mais triste. Sinceramente... isso é patético."
No instante seguinte, um grito de dor atravessou o ar.
A perna de Joyce deu um solavanco, e ela começou a suar frio, segurando a coxa. "Minha perna... o que você fez?! Você quebrou minha perna?!"
A turma se aglomerou ao redor em frenesi.
"Ela está bem? Alguém peça ajuda!"
"Olhem, a professora acabou de chegar!"
O pânico foi interrompido quando a professora entrou na sala.
Arabella, que ainda segurava a perna de Joyce com uma calma avassaladora, a deslocou sutilmente.
"Ahhhhh!", Joyce gritou ainda mais alto, quase chorando de dor.
"O que está acontecendo aqui?", a professora perguntou com a testa franzida, observando o caos na sala.
"Minha perna! Parece que está quebrada... Eu não consigo...", Joyce resmungou, piscando em confusão.
Poucos segundos depois, ela conseguiu movê-la novamente. "Esperem... Consigo mexê-la agora?"
"Você parece ótima", disse a professora, lançando um olhar não tão simpático para Joyce. Como tinha visto o bastante das peripécias dessas garotas ao longo dos anos, ela já estava exausta.
Após um momento, declarou: "Pouco me importa o teatrinho que vocês armam no tempo livre, mas hoje é um dia importante. A seleção da Trupe de Griridge já está acontecendo. O reitor e o corpo docente chegarão em breve, então espero que todas ajam como profissionais."
"Juro que eu...", Joyce começou, tentando se defender.
"Já chega! Não vamos perder mais tempo. Se acalme, Joyce", Elissa a interrompeu antes de avançar com um sorriso natural, seu tom deixando claro que não era o momento para brigas.
Assim, Joyce não tinha escolha senão fechar a boca e engolir a raiva, embora seu olhar para Arabella pudesse cortar ferro.
Então, a professora bateu palmas para que a aula começasse.
Nos últimos vinte minutos, alguns outros professores apareceram para observar.
Quando a aula terminou, a sala estava tomada por uma energia tensa e conversas animadas.
"Deus, espero que eu seja escolhida. Dançar ao lado de Elissa seria um sonho se tornando realidade."
"Elissa, não se esqueça de nós quando for famosa!", alguém brincou.
Em resposta, Elissa abriu seu sorriso angelical de sempre. "Claro que não. Todos vocês fazem parte da minha trajetória."
Nesse momento, alguém mencionou um nome que fez a turma inteira se calar. "Dizem que Isabella talvez assistirá às apresentações hoje."
Suspiros se espalharam pela sala, e até Elissa piscou em choque, sem ar com a notícia.
Isabella Wallace era um ícone da dança contemporânea, com apresentações lendárias e uma coreografia incomparável.
O simples fato de estar sendo vista por ela poderia abrir portas para maiores oportunidades.
"Se Isabella me notar, já era! Será meu momento de destaque", pensou Elissa, seu olhar se aguçando com uma ambição silenciosa.
Mas então alguém falou, interrompendo o clima: "Vi Daisy dançando mais cedo e, sendo sincera, não foi nada mal."
Joyce zombou alto o suficiente para a sala ouvir: "Daisy? Por favor! Ela é lamentável - é impossível que ela seja escolhida."
Desviando sua atenção para Arabella, ela disse com petulância: "Ei, o que ainda está fazendo aqui, afinal? Vá buscar nosso almoço! Se lembra do nosso pedido, né?"
Sem dizer nada, Arabella deu um aceno e saiu, sua estatura alta se movendo com uma elegância discreta, apesar dos ombros caídos.
"Ugh! Até a maneira como ela anda é irritante. Será que ela se acha elegante ou algo do tipo? Meus olhos sangram vendo isso!", Joyce resmungou.
Quando Joyce, Elissa e o resto do grupo apareceram no refeitório, rindo e fazendo piadas, Arabella já tinha preparado as refeições. Seus olhos observavam cada uma das garotas calmamente - calmos, vazios e impossíveis de serem decifrados. Mas, em sua mente, tudo já estava sendo calculado.
Joyce, cujo pai administrava o Grupo Lambert, era extremamente mimada e podre de rica.
Ao lado dela estava Kenzie Marsh, a tímida estudante de música que usava óculos e praticamente beijava o chão que Elissa pisava.
Atrás delas, dois caras caminhavam, seu aspecto superficial e evidente - todos com músculos, mas desprovidos de cérebro.
Joyce olhou para a comida que Arabella comprara e estreitou os olhos. "Ora, ora. Onde você conseguiu dinheiro, hein? Arrumou um sugar daddy? Pensei que você estava falida, sua parasita!"
Todos estavam famintos depois de dançar a manhã inteira.
Joyce começou a comer, mas em meio à refeição, algo terrível aconteceu.
Ela começou a tossir violentamente, o sangue escorrendo de seus lábios enquanto ela segurava a garganta com os olhos arregalados em pânico. As outras tiveram a mesma reação, ofegantes com as mãos em volta do pescoço, como se uma lâmina estivesse rasgando suas gargantas.
"Está queimando! O que está acontecendo?", elas sibilaram, lutando para falar à medida que a dor as dilacerava.
Elissa olho para Arabella em descrença, ainda segurando a garganta, e perguntou: "Daisy... o que você fez?"
"Essa vadiazinha está se vingando!", Joyce gritou, perdendo completamente o controle. "Você acha que só porque Elissa deixou você ficar com a gente que vamos pegar leve? Você está morta, vadia!"
Furiosa, ela arremessou a bandeja de comida em Arabella, enquanto os dois rapazes ao seu lado avançavam, prontos para pegá-la.