Capítulo 4 Essa vingança será minha

Arabella respirou lentamente, enxugou as lágrimas e assumiu um olhar gélido, como se a chama de sua alma tivesse se apagado, deixando apenas um frio brutal.

Seus dedos apertaram o celular firmemente enquanto ela fazia uma ligação, sua voz calma, mas firme. "Aquele projeto importante não foi entregue ao Grupo Tucker ainda, certo? Cancele-o definitivamente e venha para o Hospital de Griridge, agora!"

Do outro lado da linha, Joshua parecia alarmado. "Arabella? O que está acontecendo?"

"Você vai entender quando chegar. Traga algumas coisas."

Sem perder tempo, Joshua chegou no hospital menos de meia hora depois e, no momento em que seus olhos pousaram na garota na cama, congelou como uma estátua.

Ela era muito parecida com Arabella - o mesmo rosto, mas empalidecido, machucada, maltratada, seu corpo destruído como se tivesse sido descartada.

Joshua cerrou os punhos em fúria. "Quem fez isso? Me diga quem foi! Vou fazê-lo pagar caro!"

Ela era a irmã de uma figura proeminente, e foi assim que a trataram?

"Vá devagar. Eu mesma lidarei com isso!", Arabella respondeu, pegando uma tesoura sobre a mesa.

Antes que Joshua pudesse reagir, a tesoura já havia cortado os cabelos longos e sedosos dela, e os fios caíram no chão.

Ele a olhou, completamente atônito. "Arabella... você não está..."

"Estou. Essa vingança será minha."

Joshua engoliu em seco, sentindo um arrepio subir pelos seus braços.

A forma como ela disse evidenciava que alguém estava rumo ao inferno.

Arabella desviou os olhos para o rapaz paralisado. "Além disso, o que você sabe sobre a família Gordon?"

Ele se endireitou imediatamente. "A família Gordon? Eles são lendários e vão muito além das famílias de elite. São extremamente ricos, mas muito discretos também. Eu só trabalhei como braço direito do atual CEO deles."

"Está falando de Dominick Powell?", Arabella perguntou casualmente.

O queixo de Joshua caiu de incredulidade. "Espere, você conhece Dominick? Não me diga que... está dizendo que a família Gordon está envolvida no que aconteceu com Daisy?"

Arabella o encarou com um olhar vazio antes de explicar calmamente a ligação de Asher e o que ele dissera mais cedo.

Joshua deu um tapa na coxa, estupefato. "Asher Gordon? Se for realmente ele, então, sim, ninguém está forjando isso. Ele lidera a família. Dizem que é ex-agente das forças armadas, quieto como um fantasma, mas mortal. Se alguém contrariá-lo, não terá uma segunda chance."

Sem responder, ela apenas olhou para o chão, seus pensamentos girando num looping infinito.

Por fim, ela falou, estável e fria: "Você precisa ir agora. Além disso... venda a casa dos meus pais."

Joshua se mostrou inseguro com a ordem. "Aquela casa... era dos seus pais. Tem certeza disso?"

Arabella olhou para o corpo frágil da irmã. "Ela foi torturada naquela casa e tudo o que sobrou ali foram memórias ruins. Apenas se livre dela."

Sua voz tremulou ligeiramente ao continuar: "Se possível, encontre um comprador que seja difícil de lidar."

Joshua lhe lançou um longo olhar, então deu um aceno. "Entendido. Tenho várias imóveis prontos. Se precisar de um lugar para morar, é seu."

"Obrigada."

Ela nem sequer ergueu a cabeça, e Joshua, sentindo que ela precisava de espaço, saiu silenciosamente.

Agora a sós com a irmã, Arabella segurou a mão dela e murmurou: "Juro que todos que te machucaram vão pagar por isso dez vezes mais!"

A noite parecia interminável e o sono não vinha de jeito nenhum.

Na manhã seguinte, Arabella, parada do lado de fora de um estúdio de dança no departamento de dança da Universidade de Griridge, ouvia a conversa através da porta aberta.

"Elissa, as coisas têm sido tão monótonas sem aquela garota patética por perto", alguém lá dentro zombou.

"Eu sei, né? Ninguém para ir buscar café para nós, ninguém para implicar todos os dias. Não é tão divertido sem nosso saco de pancadas", outra pessoa comentou.

Ao olhar pela janela de vidro, Arabella avistou Elissa no meio do estúdio.

Anos atrás, Elissa era só uma criança pálida e magra. Agora usava um traje de dança branco esvoaçante, com toda a elegância e graciosidade, como se tivesse saído de um sonho.

Cercada por colegas da turma, a jovem exibia um sorriso gentil e modesto. "Não digam isso, pessoal. Não vamos ser tão maldosas!"

"Você é muito gentil, Elissa. Aquela garota sugou sua família por anos. Se fosse comigo, eu teria jogado ela para fora da sua casa no primeiro dia", Joyce Lambert, a melhor amiga de Elissa, desdenhou.

Ouvindo isso, Arabella estreitou os olhos ligeiramente.

Casa dela? Isso era sério?

Aquela casa pertencia a Arabella e Daisy. Elissa e sua família eram os que viviam às custas delas!

Elissa inclinou a cabeça, sua voz doce como mel, mas carregada de falsidade: "Apesar de tudo, ela é minha prima. Os pais dela faleceram. Se não tivéssemos a acolhido, ela não teria para onde ir."

Sua compaixão fingida provocou suspiros de admiração da multidão, que pareciam pensar o quanto ela era generosa.

No momento em que Arabella entrou, a conversa fiada no estúdio parou instantaneamente.

"Daisy?" Joyce piscou, olhando atônita para Arabella.

Ela parecia a mesma, mas... havia algo diferente agora.

            
            

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