Além do Arrependimento Bilionário Dele
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6
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Capítulo 6

Corri para o cemitério, meu coração batendo com um pavor sem nome. Quando cheguei, eu vi. A terra fresca do túmulo da minha avó estava revirada. Dois trabalhadores estavam sobre ele com pás.

"O que vocês estão fazendo?", gritei, correndo em direção a eles. "Parem! Afastem-se dela!"

Eles me ignoraram, continuando a cavar.

Então eu a vi. Diana. Ela estava parada a alguns metros de distância, um sorriso presunçoso e triunfante no rosto.

"Qual é o significado disso?", exigi, minha voz tremendo de raiva.

"Ah, isso?", disse ela, gesticulando para o túmulo profanado. "Arthur me vendeu o jazigo. Ele disse que era o melhor de todo o cemitério, com a melhor vista. Achei que seria o lugar perfeito para o Gabriel."

Meu sangue gelou. Ele havia vendido o túmulo da minha avó.

"Você não pode fazer isso", sussurrei, horrorizada.

"Eu posso", ela zombou. "E estou fazendo. Veja, Ella, você não importa. Sua avó não importa. A única coisa que importa é o que eu quero. E o que Arthur quer me dar."

Ela se virou para os trabalhadores. "Apressem-se! Quero este lixo removido até o meio-dia."

Lancei-me sobre eles, tentando proteger o túmulo com meu corpo. "Parem! Vocês não podem!"

Um dos trabalhadores me empurrou com força. Caí para trás, batendo pesadamente no chão.

Diana escolheu aquele momento para fingir um tropeço, soltando um grito teatral de dor. "Aah! Meu tornozelo! Ella, por que você me empurrou?"

Bem na hora, o carro de Arthur parou com um rangido nos portões do cemitério. Ele correu em nossa direção, o rosto uma nuvem de fúria. Foi direto para Diana, ajudando-a a se levantar, seu toque gentil e preocupado.

"Ela me empurrou, Arthur", Diana soluçou em seu peito. "Eu só estava tentando falar com ela, e ela me empurrou."

Ele se virou para mim, os olhos em chamas. "Você foi longe demais, Ella."

"Ela está mentindo! Eu não a toquei! Eles estão desenterrando o túmulo da minha avó!"

"Eu sei", disse ele, a voz assustadoramente calma. "Eu dei a ordem."

Encarei-o, minha mente girando. "Você... o quê?"

"Diana merece o melhor", disse ele, acariciando o cabelo dela. "Gabriel merece o melhor. Sua avó pode ser movida para um local mais... modesto."

Diana olhou para ele, os olhos grandes e inocentes. "Oh, Arthur, você tem certeza? Talvez não devêssemos. Ella está tão chateada."

"Ela vai superar", disse ele com desdém. "A mudança vai acontecer."

"Você prometeu", grasnei, a palavra com gosto de cinzas na minha boca. "Você prometeu que daria a ela o melhor."

Seu rosto escureceu de raiva com minha lembrança. "E eu teria dado, se você não estivesse sendo uma vadia ingrata e histérica. Mas seu comportamento mudou minha opinião. Ela fica com um jazigo padrão. E você deveria ser grata por isso."

Um dos trabalhadores grunhiu, levantando algo do buraco. Era a pequena caixa selada contendo as cinzas da minha avó.

"O que você está fazendo com isso?", gritei, me levantando com dificuldade. "Para onde você a está levando?"

"Isso não é da sua conta", disse Arthur friamente.

"Por favor", implorei, o último resquício do meu orgulho se desfazendo em pó. "Por favor, Arthur, apenas me devolva ela. Eu farei qualquer coisa. Eu irei embora. Desaparecerei. Você nunca mais me verá. Apenas me deixe ter as cinzas da minha avó."

Ele olhou para mim, uma luz cruel e calculista em seus olhos. Ele estava gostando disso. Ele estava gostando da minha dor.

"Pergunte a ela", disse ele, acenando para Diana. "O jazigo é dela agora. A decisão é dela."

Virei-me para Diana, meu coração se encolhendo no peito. Eu estava implorando à mulher que orquestrou a morte da minha avó por seus restos mortais.

Ela sorriu, um sorriso lento e venenoso. "Com uma condição", disse ela.

"Qualquer coisa."

"Ajoelhe-se", ela comandou. "Curve-se para mim. Peça desculpas por me aborrecer. Peça desculpas por existir."

Eu não hesitei. Caí de joelhos na terra fria e úmida. A humilhação era uma dor física, mas não era nada comparada ao pensamento de perder minha avó para sempre.

Pressionei minha testa no chão. "Sinto muito", engasguei, as palavras com gosto de terra e lágrimas.

"Mais alto", disse ela, a voz gotejando prazer. "E quero ouvir sua cabeça bater no chão. Quero saber que você está falando sério."

Bati minha testa contra a terra de novo e de novo, o baque surdo ecoando no cemitério silencioso. A dor explodiu atrás dos meus olhos, mas continuei, alimentada por um amor desesperado e avassalador pela mulher na caixa.

"Por favor", solucei, minha testa em carne viva e sangrando. "Por favor, apenas a devolva."

Diana riu, um som agudo e cruel. Ela pegou a caixa do trabalhador. "Ok", disse ela docemente. "Você pode ficar com ela."

Ela estendeu a caixa para mim. Quando a alcancei, minhas mãos tremendo de alívio, seus dedos se afrouxaram.

A caixa caiu.

Atingiu o chão com um estalo doentio. A tampa se abriu, e as cinzas da minha avó, sua última presença física nesta terra, derramaram na lama. Uma rajada de vento as pegou, espalhando-as pelo ar, pela terra, para sempre.

Diana ofegou, a mão voando para a boca em falso horror. "Ops. Que desajeitada. Deve ter escorregado."

                         

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