Renascida Para o Amor Selvagem Dele
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Capítulo 2

Recuei da porta, minha mão voando para a boca para abafar um soluço. Os sons continuavam vindo do quarto - a risadinha estridente de Dara, o murmúrio baixo de Eduardo. Cada som era uma nova ferida.

"Oh, cuidado, Dudu", Dara gritou. "E se ela nos ouvir?"

Eduardo riu, um som baixo e possessivo. "Deixa ela ouvir. Talvez a rainha do gelo precise aprender o que é paixão de verdade."

Suas palavras foram um tapa na minha cara. Ele sempre fora tão respeitoso com meus limites, prometendo esperar até a nossa noite de núpcias, pintando-se como o cavalheiro perfeito. Era tudo uma performance. Uma mentira para fazer sua eventual traição parecer ainda mais chocante.

Eu não aguentava mais. Fugi, não para fora do apartamento, mas para o lavabo no final do corredor. Tranquei a porta, liguei o chuveiro no máximo e afundei no chão de azulejo frio. O barulho da água finalmente me deu cobertura para soltar os gritos silenciosos que estavam rasgando minha garganta.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, quentes e amargas. Mesmo sabendo, mesmo tendo vivido a traição final, ver com meus próprios olhos era um novo inferno. O homem com quem eu prometi passar minha vida, o homem que amei com cada fibra do meu ser, estava na nossa cama com minha própria irmã, planejando minha morte.

Lembrei-me de suas promessas, sussurradas no escuro. "Só mais um pouco, Amélia. Quero que nossa noite de núpcias seja perfeita, inesquecível."

Foi inesquecível, com certeza. Uma execução pública da minha reputação, seguida por uma bem real.

Respirei fundo, de forma trêmula, e depois outra vez. O choque frio do chão sob mim começou a penetrar em meus ossos, me firmando. As lágrimas diminuíram. A dor ainda estava lá, um buraco aberto e cru no meu peito, mas outra coisa estava crescendo ao lado dela. Uma determinação fria e dura.

Eu o amei. Eu o amei de verdade, tolamente. Imaginei nossos filhos, uma vida cheia de risos e calor para preencher o vazio que a morte da minha mãe deixou. Mas nenhum amor, por mais profundo que fosse, poderia sobreviver a isso. Tinha sido pisoteado, cuspido e reduzido a cinzas.

Tudo bem. Se eles queriam um show, eu lhes daria um. Um grand finale que eles nunca esqueceriam.

Fiquei no banheiro até meus soluços cessarem, substituídos por uma calma gélida. Tirei minhas roupas e entrei no jato quente do chuveiro, esfregando minha pele como se pudesse lavar a sujeira da traição deles. Quando saí, enrolada em uma toalha fofa, os sons do quarto haviam cessado.

Meu coração estava firme agora. Meu caminho estava claro.

Voltei em direção à suíte principal. O ar na sala de estar estava pesado com o cheiro enjoativo do amor deles, e lutei contra uma onda de náusea. Abri a porta do quarto. Estava escuro, as cortinas fechadas, mas eu ainda podia ver os lençóis amassados, as roupas jogadas no chão.

Ele era um monstro. Ambos eram.

Forcei-me a permanecer calma. Eu não era mais a garota ingênua que fora tão facilmente enganada. Eu era uma mulher que tinha ido ao inferno e voltado, armada com a única coisa que eles nunca poderiam antecipar: o conhecimento prévio.

A porta do banheiro se abriu e Eduardo saiu, uma toalha pendurada na cintura. Seu cabelo estava úmido e sua pele corada. Ele congelou quando me viu, seus olhos se arregalando em pânico momentâneo antes que sua máscara de confiança encantadora voltasse ao lugar.

"Amélia, querida. Você chegou cedo", ele disse, sua voz suave como seda.

Ele olhou para a cama bagunçada, depois de volta para mim com um sorriso envergonhado. "Desculpe a bagunça. Derramei uma taça de vinho."

Olhei para ele, para as leves marcas de arranhões em suas costas que eu sabia que não eram de nenhuma taça de vinho, e não senti nada além de desprezo. O amor se foi, varrido pela verdade.

Forcei um sorriso pequeno e cansado. "Tudo bem. Estou um pouco exausta."

Eu interpretei meu papel perfeitamente. A noiva confiante e um pouco cansada.

Ele relaxou visivelmente, um pequeno suspiro escapando de seus lábios. Ele achava que me tinha enganado. Ele achava que eu ainda era seu peão.

"Coitadinha de você", ele disse, aproximando-se e envolvendo seus braços em volta de mim. Tive que lutar contra todos os instintos para recuar. "Você trabalha demais. Deixe-me cuidar de você."

Ele me puxou para perto, seu queixo descansando no topo da minha cabeça. Fiquei perfeitamente imóvel em seu abraço, minha mente um turbilhão de cálculos frios. Ele não tinha ideia de que estava abraçando um fantasma. Um fantasma que estava prestes a se tornar seu pior pesadelo.

            
            

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