Renascida Para o Amor Selvagem Dele
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Capítulo 3

Eduardo soltou um suspiro que nem percebeu que estava segurando. Ele achava que me conhecia tão bem. Meu orgulho, minha compostura, minha suposta distância emocional. Ele acreditava que eu era incapaz do tipo de ciúme cru que me levaria a suspeitar dele. Ele era um tolo.

"Você parece pálida", ele murmurou, seu polegar acariciando minha bochecha. O gesto, que antes teria feito meu coração disparar, agora parecia o toque de uma cobra. "Aconteceu alguma coisa no escritório?"

"Apenas um dia longo", menti, inclinando-me em seu toque apenas o suficiente para vender a performance. "Os planos do casamento são um pouco esmagadores."

Ele comprou a história completamente. "Eu sei, querida. Tudo vai valer a pena." Ele beijou minha testa, um gesto de afeto fingido. "Vou preparar um banho para você. Apenas relaxe."

Ele se virou e foi para o banheiro principal, deixando a porta entreaberta. Eu sabia que Dara ainda estava lá. Uma curiosidade mórbida, uma necessidade de ver a extensão total de sua depravação, me puxou para frente. Fui sorrateiramente até a porta e espiei para dentro.

Dara estava submersa na banheira de mármore gigante, cercada por bolhas, um sorriso presunçoso no rosto. Ela parecia uma gata mimada.

Eduardo se ajoelhou ao lado da banheira. "Você precisa ser mais cuidadosa", ele sussurrou, sua voz uma carícia baixa. "Ela quase te viu."

"Isso não seria mais emocionante?", Dara fez beicinho, jogando um pouco de água nele. "Ser pega."

Ele riu e pegou a mão dela, levando-a aos lábios. "Você é uma garota má. Mas eu te compenso mais tarde, prometo."

Meu estômago se revirou. A intimidade casual, a conspiração compartilhada - foi um golpe físico. Recuei, minha mão pressionada contra a parede para me firmar. O ar na cobertura de repente pareceu denso e sufocante, ainda carregando o cheiro fraco e fétido deles.

Lembrei-me de Eduardo explicando por que ele sempre mantinha as janelas fechadas. "O ar da cidade é tão poluído, querida. Quero manter nossa casa pura para você."

Pura. A ironia era tão amarga que quase me fez rir.

Eu não podia ficar ali. Não podia respirar o mesmo ar que eles por mais um segundo. Virei-me e desci correndo a grande e imponente escadaria, meus pés descalços silenciosos no mármore frio.

Encontrei-me na cavernosa sala de estar, afundando em um sofá de cor creme perto das janelas do chão ao teto. As luzes cintilantes do horizonte de São Paulo se espalhavam diante de mim, uma cidade que antes parecia meu reino, agora parecia minha jaula.

Alguns minutos depois, Eduardo desceu, segurando um copo de água. Ele parou quando me viu, um lampejo de algo - era culpa? - cruzando suas feições antes de desaparecer.

Ele olhou para mim sentada ali, banhada pelas luzes da cidade, e vi um tremor de admiração genuína em seus olhos. Eu era, de todas as formas, linda. O tipo de beleza polida e de família tradicional que ele, com todos os seus bilhões de dinheiro novo, desejava desesperadamente possuir. Mas ele rapidamente sufocou o pensamento. Eu quase podia ouvir seu monólogo interno, aquele que eu tinha ouvido na minha vida passada: Ela é linda, mas fria. Maliciosa. Não como minha doce e gentil Dara. Ele se convenceu dessa narrativa para justificar sua própria traição.

"Por que você desceu?", ele perguntou, sua voz suave e cheia daquela mesma falsa preocupação. "Eu estava preparando um banho para você."

Eu não olhei para ele. "Estava abafado lá em cima."

Ele se aproximou e ficou atrás do sofá. Pegou uma toalha de uma cadeira próxima e começou a secar gentilmente meu cabelo ainda úmido. Era outro de seus movimentos característicos, um ato de ternura doméstica projetado para me desarmar. Na minha primeira vida, eu me derreti com esse toque, acreditando que era prova de seu amor. Agora, eu estava sentada rígida, minha mente clara e fria. Eu sabia que isso era apenas um ato, uma parte da longa farsa. Ele havia sacrificado tanto, até mesmo seu próprio corpo de certa forma, para ganhar minha confiança e a fortuna da minha família.

Nesse momento, uma pequena figura apareceu no topo da escada. Dara, enrolada em um dos meus robes de seda, olhou para a cena. Seus olhos se estreitaram com um flash de puro ciúme venenoso. Ela não suportava vê-lo me tocar, mesmo dessa forma encenada e sem paixão. Ela acreditava que ele era dela.

Com um pequeno gemido teatral, ela "tropeçou", caindo pelos últimos degraus e aterrissando em um monte no chão.

"Dara!"

Eduardo largou a toalha e correu para o lado dela em um instante. Ele nem sequer olhou para trás para mim. Ajoelhou-se ao lado dela, suas mãos pairando sobre ela como se ela fosse feita de vidro.

"Você se machucou? Você caiu?" Sua voz estava grossa de pânico genuíno, um contraste gritante com o afeto vazio que ele me mostrava.

Dara, segurando o tornozelo, olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas. Então, seu olhar se voltou para mim, um sorrisinho vitorioso e zombeteiro brincando em seus lábios. Era uma mensagem clara: Viu? Ele me ama. Você não é nada.

Senti um arrepio percorrer meu corpo que não tinha nada a ver com o ar da noite. Baixei o olhar, escondendo a fúria em meus olhos. Uma coisa era saber a verdade, mas ver a preferência dele por ela exibida de forma tão descarada, tão cruel... solidificou algo dentro de mim.

Quando olhei para cima novamente, minha expressão era serena. A tempestade dentro de mim havia passado, deixando para trás uma clareza dura e brilhante como um diamante. Eles achavam que este era o jogo deles. Eles não tinham ideia de que era eu quem já havia reescrito todas as regras.

            
            

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