Renascida Para o Amor Selvagem Dele
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Capítulo 4

"Acho que torci o tornozelo", Dara choramingou, aproveitando o momento ao máximo. "Eu só estava descendo para pegar um copo de água, e as escadas estavam tão escuras."

"Sua boba", Eduardo arrulhou, sua voz pingando uma afeição que me dava arrepios. Ele a pegou gentilmente nos braços. "Você deveria ter me chamado."

Observei a cena nauseante, meu coração uma pedra fria e pesada no peito. Tive que me forçar a continuar assistindo, a queimar cada detalhe em minha memória. Isso era combustível. Essa era a motivação que eu precisaria para levar meu plano até o fim.

Eduardo, carregando Dara como se ela fosse um tesouro precioso, virou-se para mim. "Estou levando a Dara para o quarto dela. Provavelmente deveríamos dar uma olhada nesse tornozelo amanhã." Então ele fez uma pausa, um pensamento estranho lhe ocorrendo. "Alguns amigos vão se encontrar hoje à noite no clube. Uma coisa casual. Nós deveríamos ir. Você... você quer que a Dara venha conosco?"

Fiquei atordoada. Na minha vida passada, ele sempre me excluiu de suas reuniões de "amigos da tecnologia". Ele dizia que eram "chatas para mim", cheias de conversas de trabalho que eu não entenderia. A verdade era que ele estava mantendo seus dois mundos separados. Mas agora, com Dara em seus braços, ele a estava convidando para o meu mundo. A crueldade era de tirar o fôlego.

Ele estava me testando, vendo até onde poderia levar o ato de "noiva gentil e compreensiva".

Pensei na minha vida. Eu era uma herdeira, sim, mas minha mãe, o verdadeiro coração da família Rocha, morreu quando eu era jovem. Meu pai era distante, e meu avô em Minas, embora poderoso, estava envelhecendo. Eu construí minha própria vida, minha própria carreira, separada do nome da família. Sempre fui independente. Ele estava contando com essa independência, com o meu orgulho.

"Sim", eu disse, minha voz uniforme. "Ela deveria vir."

Eu tinha minhas próprias razões. Esta era uma oportunidade. Uma chance de vê-los operar em público, de reunir mais evidências para a implosão espetacular que eu estava planejando.

Eduardo pareceu surpreso, depois satisfeito. "Ótimo. Isso é muito generoso da sua parte, Amélia."

Ele levou Dara para o andar de cima, e eu fiquei sozinha na sala de estar silenciosa. Generosa. Ele não tinha ideia. O homem cujo nome era sinônimo de gênio implacável achava que estava me manipulando, mas ele era apenas um peão em um jogo que nem sabia que havia começado.

Uma hora depois, chegamos ao exclusivo clube na cobertura. O ar zumbia com o murmúrio baixo de conversas e o tilintar de copos. Os amigos de Eduardo, uma mistura de prodígios do Vale do Silício e tubarões de Wall Street, nos cumprimentaram com entusiasmo familiar.

"Eduardo! Amélia! O casal do momento chegou!", um deles gritou, erguendo o copo.

"Vocês dois são o assunto da cidade! Mal posso esperar pelo casamento do século", acrescentou outro, batendo nas costas de Eduardo.

Sorri educadamente, o elogio com gosto de cinzas na minha boca. Eu já tinha ouvido tudo isso antes.

A conversa fluía ao meu redor, um rio de jargão de tecnologia e previsões do mercado de ações. Então, um dos amigos de Eduardo, um homem chamado Marcos que tinha bebido uísques demais, virou-se para Dara.

"E quem é essa moça adorável?", ele perguntou com um sorriso desleixado. "Eduardo, seu espertinho, você andou escondendo o jogo."

Dara corou lindamente. "Eu sou a irmã da Amélia, Dara."

Os olhos de Marcos se arregalaram. "Irmã? Pensei que você fosse filha única, Amélia."

Antes que eu pudesse responder, Marcos continuou, suas palavras arrastadas. "Espere um minuto... Dara... Dara Chaves... Vocês dois não tiveram um rolo antigamente? Antes de ele conhecer a Amélia?"

A mesa ficou em silêncio. A conversa casual parou abruptamente.

Marcos, alheio, riu. "Nossa, que mundo pequeno! Então, qual é a parada, Eduardo? Você está aproveitando o melhor dos dois mundos aqui? Pegando a irmã por fora?"

O rosto de Eduardo ficou branco. Ele lançou a Marcos um olhar que poderia matar. "Não seja ridículo, Marcos. Você está bêbado. Dara e eu somos apenas amigos. Ela é irmã da Amélia."

Ele estava negando. Negando o próprio relacionamento que ele estava ostentando em nossa casa apenas uma hora atrás. A hipocrisia era impressionante.

Senti um sorriso frio tocar meus lábios. Todos os olhos estavam em mim, esperando minha reação. Eles esperavam que eu ficasse com raiva, com ciúmes, que fizesse uma cena.

Inclinei-me para frente, minha voz calma e clara, cortando o silêncio denso e desconfortável.

"Isso é verdade, Eduardo?", perguntei, meus olhos fixos nos dele. "Você nunca me disse que você e a Dara tiveram um passado. Diga-me, quão próximos vocês eram, exatamente?"

            
            

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