Renascida Para o Amor Selvagem Dele
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Capítulo 5

O ar na mesa ficou denso com uma tensão não dita. Eduardo me encarou, o maxilar cerrado. Por um segundo, um lampejo de medo cruzou seu rosto. Marcos, finalmente sentindo a gravidade de sua gafe de bêbado, tentou rir para disfarçar.

"Ei, eu só estava brincando! Qual é, todo mundo sabe que você é louco pela Amélia."

Outros rapidamente se juntaram, tentando amenizar o constrangimento. Mas eu não desisti. Apenas fiquei sentada ali, um sorriso sereno no rosto, meus olhos cravados no meu noivo. Eu estava gostando de vê-lo se contorcer.

Dara foi a primeira a ceder. Ela colocou a mão na testa, o rosto pálido. "Não estou me sentindo bem", ela sussurrou, a voz trêmula. "Acho que preciso de um pouco de ar fresco."

Era a fuga perfeita. Ela se levantou e correu em direção ao terraço.

Um momento depois, o telefone de Eduardo vibrou. Ele olhou para ele, sua expressão mudando. "É trabalho", ele anunciou para a mesa, a voz tensa. "Uma emergência. Tenho que atender." Ele empurrou a cadeira para trás e seguiu Dara para fora da sala.

"Esse homem é tão devotado a você, Amélia", disse uma das esposas na mesa, tentando preencher o silêncio. "Mesmo com uma crise no trabalho, ele está sempre pensando em você."

Eu não respondi. Apenas observei a porta pela qual ele havia desaparecido. Ele esperava que eu acreditasse em sua mentira patética. Ele esperava que eu ficasse sentada aqui e fizesse o papel da noiva graciosa e compreensiva.

Ele teria uma surpresa desagradável.

Depois de mais alguns minutos de conversa forçada e constrangida, pedi licença. "Acho que vou ver como a Dara está", eu disse docemente. "O ar da noite pode ser frio."

Afastei-me da mesa, mas não fui para o terraço. Em vez disso, contornei o bar da cobertura, meus olhos examinando o perímetro. De um canto escuro, através de uma grande janela de vidro, eu podia vê-los. Eles estavam no carro dele, estacionado no estacionamento privativo abaixo.

Escondi-me atrás de um grande vaso de plantas, meu coração martelando. Era isso. Tirei um pequeno e elegante dispositivo da minha bolsa - uma escuta de alta potência que Josias havia conseguido para mim. Pequena o suficiente para não ser notada, poderosa o suficiente para captar uma conversa a cem metros de distância. Eu a havia plantado sob o painel do carro de Eduardo mais cedo naquele dia.

Coloquei um fone de ouvido discreto e liguei. As vozes deles encheram meu ouvido, claras e condenatórias.

"...Eu não aguento mais isso, Eduardo!", a voz de Dara era aguda, cheia de frustração. "Ficar escondido, se escondendo. Eu quero ficar com você. Quero que todo mundo saiba que você me ama, não ela!"

"Paciência, Dara", a voz de Eduardo era baixa, apaziguadora. "O plano está em andamento. Só mais alguns dias. Depois do casamento, depois do escândalo, e depois que ela... se for... tudo será nosso. Você só precisa fazer a sua parte."

"Minha parte?", ela zombou. "Você quer dizer a parte em que eu finjo ser a irmãzinha amorosa dela enquanto você ainda está noivo dela? Você sabe o quão humilhante isso é?"

"Foi ideia sua!", ele retrucou, sua voz endurecendo. "Foi você quem disse que precisávamos destruir a reputação dela completamente. Foi você quem disse que precisávamos do vídeo falso. Foi você quem disse que a morte dela tinha que parecer um acidente nascido do desespero."

Meu sangue gelou. Ouvi-los discutir meu assassinato de forma tão insensível, tão clínica...

"Ela é tão arrogante, Eduardo", a voz de Dara tornou-se venenosa. "Tão superior, olhando para todo mundo de cima. Ela merece. No casamento, quando eles passarem aquele vídeo, eu quero ver a cara dela. Eu quero vê-la quebrar."

Senti uma onda de náusea, mas me forcei a ouvir, a absorver cada palavra venenosa. Calmamente, peguei meu celular na bolsa e apertei 'gravar', que estava conectado à escuta.

A conversa continuou, uma ladainha de seus planos, seu ódio, sua ganância. Quando finalmente terminaram, desliguei o dispositivo e respirei fundo. Eu tinha. Eu tinha a prova.

Alguns minutos depois, meu telefone tocou. Era Eduardo.

"Querida", ele disse, sua voz de volta ao seu tom suave e charmoso. "Desculpe por isso. Um servidor da empresa caiu. Estou levando a Dara para casa, ela realmente não está se sentindo bem. Vou mandar um carro de volta para você."

"Não se preocupe com isso", eu disse, minha voz doce como mel. "Eu entendo. O trabalho vem primeiro."

Desliguei e fiquei ali por um momento, as luzes da cidade se turvando diante dos meus olhos. Ele me deixou aqui. Abandonada. Em sua mente, eu era um inconveniente, um problema a ser gerenciado e depois descartado.

Uma risada amarga escapou dos meus lábios. Pensei em todas as vezes que me senti amada, querida. Todos os momentos tranquilos, os grandes gestos. Era tudo uma mentira. O verdadeiro afeto, percebi, nem sempre gritava em outdoors. Às vezes, era uma presença silenciosa e constante. Uma ligação preocupada no meio da noite.

Virei-me da janela e comecei a caminhar em direção à saída. Eu pegaria um táxi. Iria para casa e dormiria no quarto de hóspedes. O jogo estava em andamento, e eu tinha todas as peças vencedoras.

Enquanto eu descia a longa e sinuosa estrada do clube privado, o ar fresco da noite era bom na minha pele. Um carro preto e elegante parou silenciosamente ao meu lado, sua janela deslizando para baixo.

Meu coração parou. Era Josias Queiroz. Ele saiu do carro e caminhou em minha direção, seu rosto uma mistura de preocupação e alívio.

"Liguei para o seu motorista", ele disse, sua voz um ronco baixo. "Ele disse que Eduardo já tinha saído com sua irmã. Fiquei preocupado."

            
            

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