A Herdeira Traída: A Decepção de um Marido
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Capítulo 6

Os braços de Caio se enrijeceram. Ele parou na porta, olhando para ela, sua expressão indecifrável na luz fraca. "Você ouviu o que eles estavam dizendo?" ele perguntou, sua voz baixa.

Ele não esperou por uma resposta. "Estou fazendo isso para expiar seus pecados, Alana", disse ele, seu tom presunçoso. "Beatriz é uma garota inocente, sem ninguém em quem confiar. Você destruiu o futuro dela. Alguém tem que pagar pelo que você fez."

Suas palavras eram uma explicação calma e racional para sua crueldade. Os dedos de Alana, que estavam fracamente agarrados à camisa dele, ficaram frouxos. Seus olhos se fecharam enquanto ela finalmente sucumbia à escuridão.

Três dias depois, a febre cedeu. A reação alérgica diminuiu. No momento em que ela estava forte o suficiente para ficar de pé, os homens de Caio a escoltaram para fora de casa, não para um médico para um acompanhamento, mas para a sede corporativa do Grupo Ribeiro. Ela estava lá para assinar a renúncia de seu direito de nascença.

Ao se aproximar da sala de reuniões, a porta se abriu e Beatriz saiu correndo, soluçando. Ela lançou a Alana um olhar de puro ódio antes de desaparecer no elevador, ignorando André que chamava seu nome.

A sala de reuniões estava cheia de acionistas de rosto impassível. André estava na cabeceira da mesa, seu rosto tenso de raiva. Ele fuzilou Alana com o olhar.

"A transferência de ações foi minha decisão", ele anunciou para a sala. "Se alguém tiver algum problema com isso, pode resolver comigo."

Alana permaneceu em silêncio. Eles empurraram os papéis na frente dela. Assim que ela estava prestes a ser forçada a assinar, o assistente de André entrou correndo, sem fôlego.

"Senhor Ribeiro! A senhorita Campos sumiu! Não conseguimos encontrá-la em lugar nenhum!"

A reunião se transformou em caos.

Caio e André viraram a cidade de cabeça para baixo procurando por Beatriz. Eles a encontraram horas depois em um armazém abandonado nos arredores da cidade, suas roupas rasgadas, seu rosto machucado.

Ela se jogou nos braços de Caio, chorando histericamente. "Fui sequestrada! Ele disse... ele disse que se eu não tivesse pulado do carro e corrido, nunca mais veria vocês!"

Eles trouxeram outro homem, um criminoso de baixa categoria, espancado e ensanguentado. Ele caiu de joelhos, implorando por misericórdia.

"Foi ela!" ele gritou, apontando um dedo trêmulo para Alana. "A senhorita Ribeiro! Ela me contratou! Ela me prometeu um milhão de reais para me livrar da outra. Ela disse que era a verdadeira herdeira dos Ribeiro, e que a senhorita Campos era uma ninguém que roubou sua vida!"

Caio chutou o homem até deixá-lo inconsciente. Os seguranças o arrastaram para a polícia.

Caio e André então se voltaram para Alana, seus rostos aterrorizantes em sua fúria.

"Por quê?" A voz de Caio era um rosnado baixo. "Por que você não pode simplesmente deixá-la em paz?"

Alana olhou para a cena perfeitamente encenada, seus olhos vazios. Ela estava tão cansada. Tão cansada de lutar.

"Eu não fiz isso", disse ela, sua voz monótona. "Verifiquem as câmeras de vigilância. Eu nunca saí de casa."

"Você ainda está mentindo!" André rugiu. "Você tem mirado nela desde o momento em que voltou!" Ele deu um passo mais perto, seus olhos cheios de uma raiva fria e dura que ela nunca tinha visto antes.

"Eu tomei uma decisão", disse ele, sua voz baixando para um sussurro arrepiante. "Você precisa aprender uma lição, Alana. Uma lição de verdade. Vou te mandar de volta para o vilarejo. Talvez um tempo em um lugar sem privilégios te ensine a ser grata."

"Você ficará lá até entender o que fez de errado", acrescentou Caio, de braços cruzados, seu julgamento final.

Alana não discutiu. Não implorou. Apenas olhou para eles, para os dois homens que amara mais que a própria vida, e não sentiu nada além de uma vasta e vazia pena.

Eles a empurraram para o carro. Quando Caio estava prestes a fechar a porta, ele parou. "Você tem algo a dizer em sua defesa?"

André, ao lado dele, também olhou para ela, um lampejo de algo - dúvida? arrependimento? - em seus olhos.

A voz de Alana era mal um sussurro. "Vocês dois são tão patéticos."

Ela viu o lampejo de raiva em seus rostos.

"Vocês são cegos e estúpidos", ela continuou, sua voz ganhando uma qualidade estranha e leve. "Tão facilmente manipulados. É verdadeiramente triste de se ver."

Caio bateu a porta.

Sua voz enfurecida foi abafada pelo vidro. "Que se dane ela! Diga ao pessoal do vilarejo para não pegar leve com ela. Deixe-a sofrer! Talvez então ela aprenda alguma maldita gratidão!"

Um sorriso triste e trágico tocou os lábios de Alana. Ele não a estava punindo pelo que ela fizera. Ele a estava punindo por não ser a garota que ele lembrava, por não facilitar sua traição.

Sua mão foi para o medalhão. A pequena lente estava apontada perfeitamente. Desta vez, não haveria dúvida. Haveria provas.

Ela queimaria o mundo deles até o chão.

Ela foi levada de volta ao complexo, de volta à sujeira e à dor. Eles a jogaram em um estábulo de gado desativado. Eles a espancaram. Eles a deixaram passar fome. E ela suportou tudo sem um som, seus olhos fixos em um futuro que só ela podia ver.

A pequena câmera no medalhão de sua mãe gravou cada golpe, cada zombaria, cada momento de seu pesadelo renovado. Era sua testemunha final e silenciosa.

                         

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