- Trouxe o almoço. – Disse me mostrando a sacolas com várias marmitas nas mãos.
- Clara, não precisava eu fazia qualquer coisa e comia. – Digo.
- Não sei o que você ia fazer aqui, não tem nada além de água e refrigerante na geladeira, como é só eu e as vezes meu namorado eu não compro, sempre tomo café onde você trabalhava, almoço no trabalho e a noite em casa eu como qualquer coisa, isso quando minha sogra não me liga para ir jantar com ela, Rebeca, eu sou péssima na cozinha. – Disse colocando as marmitas na mesa.
- Já que vou morar aqui com você por um tempo, a partir de agora você vai fazer suas refeições em casa, eu faço de tudo. – Falo.
- Você vai ficar aqui por muito tempo, eu preciso de uma colega de quarto e não quero que vá embora. – Fala me encarando.
- Só se aceitar que eu pague por morar aqui. – Digo.
- Rebeca, graças a Deus esse apartamento está quitado, primeiro eu o aluguei, depois financiei, mas graças ao meu trabalho eu consegui quitar ele bem rápido, cada causa que eu ganhava eu ia até o banco e pagava e hoje ele é totalmente meu, então não tem a necessidade de você pagar para morar aqui. – Diz pegando os pratos e os colocando na mesa.
- Então eu ajudo com a contas, amanhã mesmo eu vou atrás de emprego. – Falo e me sento.
- Então, eu praticamente já consegui um emprego para você? – Fala e sorrir.
- Sério, como assim? – Pergunto.
- Ruan é filho do dono da companhia Carter, já te falei isso? – Pergunta.
- Não. – Respondo.
- Então eu estou te falando agora, mas sem delongas, ele ontem estava fazendo várias entrevistas para recepcionista da companhia e aí eu liguei para ele, perguntei se ele já tinha feito as contratações e ele disse que ainda não, expliquei o que aconteceu eeeeee agora ele está vindo aqui fazer sua entrevista. – Termina de falar e bate palmas alegremente.
- Clara, olha como eu estou, descabelada, com essas roupas horríveis, nem preparada estou e para piorar não tenho experiência como recepcionista. – Falo nervosa.
- Relaxa, eu falei com ele sobre isso e mesmo assim ele quer fazer uma entrevista com você, não precisa ficar nervosa, você o conhece, pouco mais conhece.
- Como não ficar nervosa. – Falo alisando minha testa.
Fui até o quarto e penteie meu cabelo bem rápido, não demorou muito o namorado dela chega para almoçar junto com a gente, ele se sentou ao lado dela e começou a conversar comigo enquanto almoçamos.
- Rebeca, a Clara me contou o que aconteceu hoje com você. – Ele diz.
- Só Deus sabe o quanto eu precisava daquele emprego. – Falo dando uma garfada no almoço.
- Você só ficava na cozinha fazendo as massas? – Questiona.
- Não, eu fazia de tudo, fazia as massas, servia os clientes, ficava no caixa, no atendimento ao cliente com os pedidos da mesa. – Respondo.
- Você fazia tudo isso lá? E sua carga horária? – Volta a perguntar.
- Eu abria e fechava a loja trabalhando.
- Mas são muitas horas de trabalho, ganhava bem então. – Diz.
- Não, eu não ganhava quase nada, porque eu tinha que pagar por morar lá. – Digo e ele confirma com a cabeça.
- Você era uma funcionária ou escrava?
- Uma funcionária escrava. – Clara fala nos fazendo rir.
- Tenho uma vaga de recepcionista disponível para você, tem interesse? – Ele pergunta e eu arregalo os olhos.
- A Clara falou que você iria fazer uma entrevista comigo, não me contratar. – Falo assustada.
- E eu acabei de fazer essa entrevista, e fica calma sei que você não tem experiência como recepcionista, mas sua amiga aqui disse que você é inteligente e esforçada para aprender, te conheço pouco, mas sei que é realmente esforçada e responsável, vai se sair bem. – Diz.
- Sim, eu aceito, nossa obrigado mesmo pela oportunidade, vou dar o meu melhor. – Agradeço.
- Eu sei que vai, amanhã preciso que vá até meu escritório. – Fala e eu concordo com a cabeça.
Terminamos o almoço e ele nem ficou muito tempo, se despediu de Clara e saiu.
- E você também já vai? – Pergunto.
- Não, tirei o resto do dia para fofocar com você– Responde e rir.
- Você e o Ruan se conheceram como? – Pergunto.
- Eu fiz faculdade de Direito junto com Miguel, irmão dele e meu melhor amigo, e aí um dia eu fui à casa dos pais dele fazer um trabalho com Miguel e conheci o Ruan, ficamos e logo depois começamos a namorar, eu segui advocacia e Miguel entrou para a polícia, hoje ele é investigador do FBI. – Explica.
- Eu queria muito ser dentista. – Digo.
- Bom, quem sabe agora com você recebendo melhor não faça faculdade, eu apoio você seguir seu sonho. – Fala e eu sorrio.
Será mesmo que eu consigo fazer faculdade.