Exilada Pelo Meu Companheiro, Coroada Por Canalhas
img img Exilada Pelo Meu Companheiro, Coroada Por Canalhas img Capítulo 2
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Capítulo 2

Ponto de Vista de Elara: A oportunidade parecia uma tábua de salvação lançada a uma mulher se afogando. Sete anos atrás, eu havia sido selecionada para uma posição de prestígio no Santuário dos Lobos, um lugar de aprendizado e poder para os mais talentosos da nossa espécie. Era uma honra que deveria ter cimentado meu lugar na alcateia, mas a falsa acusação a roubou de mim, assim como todo o resto. Esta nova chance, este santuário no norte, era minha última e desesperada esperança por uma vida própria.Dez dias.Em dez dias, eu estaria livre.

Acordei na manhã seguinte com o som de música e risadas vindo do centro da vila. Me levantando, manquei até a janela suja e espiei. A alcateia inteira estava reunida. Estandartes de carmesim profundo e prata, as cores da nossa alcateia, tremulavam na brisa.Um grande banquete estava sendo preparado. Meu estômago se contraiu. Era uma celebração. Para Serafina. Hoje era seu décimo oitavo aniversário, sua cerimônia oficial de maioridade. Uma parte de mim, a parte fraca e tola que ainda se lembrava de ser uma irmã, sussurrou que eu deveria ficar escondida. Mas uma parte mais forte e mais fria de mim se recusou a se acovardar. Eu tinha dez dias restantes neste inferno pessoal, e não os passaria escondida nas sombras. Lavei o rosto com a água fria da bacia e vesti a túnica simples e puída que me deram. Meu mancar estava mais pronunciado hoje, o ar úmido se infiltrando na minha velha ferida. Cada passo era uma nova onda de dor, mas me forcei a avançar, com a cabeça erguida. Minha chegada lançou uma sombra sobre as festividades.A música vacilou. As risadas morreram. Todos os olhos se voltaram para mim, suas expressões mudando de alegria para hostilidade aberta. Vi meus pais perto do centro, seus rostos tensos de desagrado. Minha irmã, Lyra, me fuzilou com o olhar, sua mão repousando no punho da adaga de guerreira em seu cinto. E lá, ao lado de Serafina como um guardião devotado, estava Kaelen. Ele estava vestido com o traje formal preto do Alfa, o que o fazia parecer ainda mais imponente. Seus olhos encontraram os meus por um segundo fugaz, um brilho de algo indecifrável em suas profundezas, antes de ele voltar sua atenção total para Serafina. Serafina, vestida com um esvoaçante vestido branco que a fazia parecer um anjo inocente, quebrou o silêncio. Ela deslizou em minha direção, seu rosto uma máscara perfeita de preocupação. "Elara, irmã", disse ela, sua voz escorrendo falsidade. "Estou tão feliz que você pôde vir. Eu estava tão preocupada com você." Ela estendeu a mão como se fosse tocar meu braço, mas eu me afastei sutilmente. Seu sorriso não vacilou. Ela se virou para Kaelen, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas. "Alfa Kaelen", ela começou, sua voz ganhando um tremor teatral. "Para o meu presente de maioridade, peço apenas uma coisa.Desejo que você reafirme sua promessa.Sua promessa de me proteger, sempre." Era um desafio flagrante e provocador, direcionado diretamente a mim. Ela estava lembrando a todos, especialmente a Kaelen, da mentira que os unia - a história fabricada de ela ter salvado a vida dele. Um nó frio e duro se formou em meu peito. "Não serei testemunha desta farsa", eu disse, minha voz baixa, mas clara. Os olhos de Serafina se arregalaram em mágoa fingida. Ela imediatamente mudou para a Língua Antiga, o idioma formal e ancestral de nossos antepassados, reservado para cerimônias sagradas e assuntos de alta importância. "Ah, mas querida irmã, isto não é uma farsa. É um juramento de honra.Por que você me negaria este pequeno conforto?" Meus pais correram para o lado dela, seus rostos marcados pela preocupação. Meu pai colocou uma mão reconfortante em seu ombro, falando com ela no mesmo idioma antigo. "Não se importe com ela, pequena. Os anos na masmorra a tornaram amarga." Minha mãe acrescentou, sua voz afiada com desaprovação, "Ela esqueceu seu lugar. Uma Ômega não deveria falar com tal insolência." Através da conexão mental, a voz de Lyra queimou em meus pensamentos. 'Você é cruel, Elara. Não vê que está a perturbando? Depois de tudo que ela passou por esta alcateia?' Todos eles presumiam que eu não conseguia entender. Fui criada como uma Ômega, negada a educação formal dada aos postos mais altos. Eles acreditavam que a Língua Antiga estava além da minha compreensão. Kaelen simplesmente franziu a testa, seu olhar um aviso silencioso para que eu não estragasse o dia.Um sorriso amargo tocou meus lábios.Eles estavam errados. Minha herança secreta de loba branca vinha com certos dons. Não apenas eu podia sentir as mais fracas conexões mentais, mas minha mente absorvia conhecimento como uma esponja seca. Eu havia aprendido a Língua Antiga sozinha anos atrás, ouvindo as lições dos anciãos das sombras. Eu entendia cada palavra de sua condescendência, cada sílaba de sua pena mal colocada pela víbora que eles estimavam. "Sinto-me mal", eu disse, mantendo minha voz cuidadosamente neutra em nossa língua comum. "Preciso retornar aos meus aposentos." Enquanto eu me virava para sair, a voz da minha mãe me seguiu, um tiro de despedida desferido na elegante e fluida escrita da Língua Antiga. "Deixe-a ir. É para o melhor. A presença dela aqui é uma mancha neste dia feliz." Eu não vacilei. Apenas continuei andando, meu mancar um ritmo constante e regular na terra batida. Todos eles haviam esquecido algo em sua pressa para celebrar sua preciosa Serafina. Hoje também era o primeiro dia da minha liberdade. E eu tinha apenas mais nove para suportar.

            
            

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