Marcado Pelo Passado, Seduzido Pela Inocência
img img Marcado Pelo Passado, Seduzido Pela Inocência img Capítulo 5 O Império de Nikolai Romanov
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Capítulo 6 O Convite para Stalingrado img
Capítulo 7 A Máscara Que Protege img
Capítulo 8 Sob o Olhar do Predador img
Capítulo 9 Promessas ao Inverno img
Capítulo 10 Antes da Tempestade img
Capítulo 11 O Voo Para Stalingrado img
Capítulo 12 Expectativas img
Capítulo 13 15 Minutos Para o Fim img
Capítulo 14 Eu Não Nasci Para Amar img
Capítulo 15 Desejo Ardente img
Capítulo 16 Pronta Para Jogar img
Capítulo 17 O Cassino img
Capítulo 18 Pequenos Detalhes img
Capítulo 19 Porque Não Quero img
Capítulo 20 O Que Realmente Desejo img
Capítulo 21 O Silêncio de Stalingrado img
Capítulo 22 Sensações Perigosas img
Capítulo 23 Sou Um Vencedor img
Capítulo 24 Perdida em Emoções img
Capítulo 25 Dominada img
Capítulo 26 Estou Completamente à Sua Mercê img
Capítulo 27 O jogo do Predador img
Capítulo 28 Explosão img
Capítulo 29 Completamente Rendida img
Capítulo 30 Devastação img
Capítulo 31 Eu Quero! img
Capítulo 32 Eu Sou Sua img
Capítulo 33 Vou te dar Aquilo que Deseja img
Capítulo 34 Você é minha! img
Capítulo 35 A Marca Invisível img
Capítulo 36 Ainda Quero Você img
Capítulo 37 Preparada para Ele img
Capítulo 38 Vulnerável img
Capítulo 39 Eu Sou Sua img
Capítulo 40 Inquieto img
Capítulo 41 Decisões img
Capítulo 42 Quebrada img
Capítulo 43 Pressentimentos img
Capítulo 44 Medo img
Capítulo 45 A Fúria de Nikolai img
Capítulo 46 Ameaça Velada img
Capítulo 47 Doador Anônimo img
Capítulo 48 Desejo Ardente img
Capítulo 49 De volta ao trono img
Capítulo 50 O Dominador img
Capítulo 51 Traído pelo Desejo img
Capítulo 52 Obcecado img
Capítulo 53 Verdades Não Ditas img
Capítulo 54 Prisioneira do Passado img
Capítulo 55 O Desejo Que Consome img
Capítulo 56 Obsessão img
Capítulo 57 A Cirurgia de Anastasia img
Capítulo 58 Um Ombro Amigo img
Capítulo 59 O Que Eu Quero. img
Capítulo 60 Depois De uns Drinks img
Capítulo 61 Sonho Impossível img
Capítulo 62 Quinze dias depois img
Capítulo 63 O Peso do Nome Dele img
Capítulo 64 O Dia em Que Ela Encarou o Monstro img
Capítulo 65 O Jogo do Lobo img
Capítulo 66 Desejos Sombrios img
Capítulo 67 Não Vou Fugir img
Capítulo 68 Desejo que Me Consome img
Capítulo 69 Começando os Jogos img
Capítulo 70 Não Vou Recuar img
Capítulo 71 Sua Última Chance img
Capítulo 72 Ela Será Minha img
Capítulo 73 Última Chance img
Capítulo 74 Descobrirei Os Seus Segredos img
Capítulo 75 Esperança img
Capítulo 76 O que Desejo img
Capítulo 77 O Cativeiro do Desejo img
Capítulo 78 As Regras da Rendição img
Capítulo 79 A Arte da Entrega img
Capítulo 80 A Oferenda img
Capítulo 81 O Predador e a Presa img
Capítulo 82 O Preço da Entrega img
Capítulo 83 O abismo por amar Nikolai Romanov img
Capítulo 84 Sob a Pele do Silêncio img
Capítulo 85 A Maldição do Controle img
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Capítulo 5 O Império de Nikolai Romanov

O vento gelado de Moscou soprava com força naquela manhã, arrastando flocos de neve pelas avenidas iluminadas. A cidade parecia pulsar sob o céu escuro, mas, do alto de um dos arranha-céus mais luxuosos da capital, Nikolai Romanov observava tudo com um olhar distante, frio e calculista. Para a maioria, Moscou era um cenário vivo, caótico e cheio de possibilidades. Para ele, era um campo de batalha, um tabuleiro onde cada movimento precisava ser meticulosamente planejado.

Nikolai era um homem marcado por um passado que o moldou de forma cruel. Um homem que, um dia, acreditou no amor... e pagou um preço alto demais. Ele conheceu um tipo de amor doentio, sádico, que deixou cicatrizes profundas e o transformou no que era hoje: um predador calculista, incapaz de confiar, incapaz de sentir.

No entanto, por trás da máscara gelada que usava diante do mundo, havia um lado de Nikolai que quase ninguém conhecia.

Apenas duas pessoas haviam atravessado as barreiras intransponíveis que ele ergueu ao redor de si. Elena Romanov, sua mãe, e Alexandra, sua irmã caçula.

Com elas, ele era outro... mas apenas até certo ponto.

Elena era o seu equilíbrio. Foi ela quem o manteve de pé quando tudo ao redor desmoronava, quem ainda enxergava no magnata implacável o garoto que um dia acreditou em sentimentos verdadeiros. Alexandra, dez anos mais nova, era a sua maior fraqueza, o único vínculo genuíno que ele preservava com o que restava de humanidade. Ele a protegia com uma devoção obsessiva, um guardião implacável, disposto a enfrentar qualquer um que ousasse se aproximar dela.

Mas nem mesmo elas estavam totalmente a salvo daquilo que Nikolai havia se tornado.

Por mais que houvesse um carinho silencioso pela mãe e um afeto profundo pela irmã, ele ainda era frio com as duas. Sua proteção vinha acompanhada de distância, de um controle sufocante, de um amor que jamais se expressava em palavras ou gestos doces.

Não havia abraços demorados. Não havia confissões. Não havia espaço para vulnerabilidades.

Com Elena e Alexandra, Nikolai podia baixar parte da guarda, mas nunca a deixava cair por completo. A ferida do passado havia o transformado demais. Até com aqueles que amava, ele mantinha um limite que ninguém poderia atravessar.

O aroma amadeirado do uísque escocês preenchia o ar pesado do luxuoso escritório. O espaço refletia o homem que o comandava. Linhas modernas, móveis minimalistas, tons frios, uma lareira acesa quebrando o silêncio gelado e uma imensa parede de vidro que revelava Moscou em toda a sua grandeza.

De lá, Nikolai via a cidade aos seus pés, o coração econômico da Rússia, vibrando e incansável. Mas, para ele, aquilo não trazia satisfação. A vista servia como um lembrete do império que construiu e do preço que pagou para mantê-lo.

Ele girava lentamente o líquido âmbar no copo de cristal, com os dedos longos e precisos, enquanto a mente trabalhava incansavelmente. Cada decisão, cada negociação, cada estratégia... tudo era calculado para expandir seu poder.

Pegou o celular e tentou ligar para Ivan Ivanov, o seu advogado e seu braço direito. Porem, não conseguiu falar com o amigo, irritado caminhou até a cadeira de sua sala e vestiu o sobretudo dizendo:

- Se quer que as coisas saiam do seu jeito, não delegue, faça!

A manhã estava fria em Moscou, e o vento cortante chicoteava as ruas enquanto o tráfego pesado fazia a cidade pulsar. Dentro do edifício de vidro espelhado, no coração da Tverskaya Street, a agência de acompanhantes de luxo mantinha um silêncio tenso. O clima parecia carregado, era como se todos os funcionários soubessem quem estava prestes a chegar.

As portas de vidro foram abertas e por ela entrou Nikolai Romanov.

Não era comum ele aparecer pessoalmente. Normalmente, bastava um telefonema, uma ordem direta, e tudo acontecia. Mas, desta vez, ele quis estar ali.

O som dos sapatos de couro ecoava pelo corredor de mármore. O terno preto impecável, ajustado com precisão milimétrica, moldava seus ombros largos. Os cabelos penteados para trás brilhavam sob a luz artificial, e o rosto anguloso parecia esculpido para intimidar. Mas era o olhar dele que derrubava qualquer resistência: frio, cortante, cinzento. Um olhar que não pedia nada, exigia.

Na recepção, uma funcionária se levantou às pressas, tropeçando nas próprias palavras:

- S-senhor Romanov... por aqui, por favor.

Ele não respondeu, não precisava. Um único olhar foi suficiente para que a mulher se calasse e apenas abrisse a porta de vidro que dava para a sala principal.

Lá dentro, Anna Volkova, elegantemente vestida, levantou-se imediatamente ao vê-lo entrar. Mas, ao contrário da segurança que exibia com todos os clientes, um arrepio involuntário percorreu-lhe a espinha. O nome Nikolai Romanov carregava um peso no mercado que ninguém ousava desafiar e agora ele estava diante dela, em pessoa.

Anna engoliu em seco, ajeitando o blazer.

- Senhor Romanov... - começou, mas a voz saiu mais baixa do que queria.

Ele não esperou cumprimentos, nem formalidades. Andou até a mesa de vidro, parou diante dela e apoiou as mãos sobre o tampo, inclinando-se levemente para frente.

- A última acompanhante que vocês me enviaram foi um desastre completo. - A voz dele soou baixa, grave e letal. - Inconveniente. Indiscreta. Com uma necessidade irritante de atenção.

Anna respirou fundo, tentando manter o controle.

- Senhor Romanov, eu...

Ele ergueu uma das mãos, pedindo silêncio. O olhar cinzento perfurava o dela com uma intensidade quase sufocante.

- Eu não tolero erros. - disse, com cada palavra pesando como um golpe. - O que aconteceu não pode se repetir.

Anna assentiu, com os dedos entrelaçados com força sobre a mesa. Tentava manter a postura profissional, mas os ombros rígidos, o queixo firme demais, e o coração disparado deixavam evidente que estava nervosa.

- Entendo perfeitamente, senhor Romanov. - respondeu, tentando se manter tranquila. - Essa nova acompanhante será completamente diferente. Discreta, elegante, obediente. Eu garanto que...

- Garanta a sua reputação, senhorita Volkova. - Ele a interrompeu, com o tom ainda mais frio. - Eu não quero uma mulher que ache que pode me seduzir para conseguir vantagens. Não quero dramas, não quero joguinhos.

Anna respirou fundo, engolindo o nervosismo.

- O senhor tem a minha palavra. - disse, com firmeza, mesmo que por dentro lutasse para manter a calma. - Eu prometo que não vai se arrepender.

Por um instante, o silêncio se estendeu entre eles. Nikolai a observava de um jeito que fazia parecer que enxergava além das palavras, além do tom de voz, como se pudesse ler cada medo, cada intenção escondida.

Então, um sorriso curto e perigoso surgiu no canto de seus lábios.

- Espero que não, senhorita Volkova. Porque... quando eu me arrependo, ninguém sai ileso.

Anna sentiu o corpo inteiro gelar. O aviso não era sutil, não deixava espaço para dúvidas.

Ele ajeitou o terno com um movimento preciso, ergueu o queixo e, sem acrescentar mais nada, virou-se para sair. O som dos sapatos voltou a ecoar pelo piso de mármore. Antes de cruzar a porta, fez uma pausa breve, sem olhar para trás:

- Prepare tudo. Eu quero conhecê-la antes da viagem.

E saiu, deixando atrás de si um silêncio tão pesado que parecia impossível respirar.

Anna ficou parada por um instante, completamente imóvel, olhando para a porta de vidro que ainda balançava levemente após

Nikolai Romanov sair da sala. Ela só então percebeu que havia prendido a respiração durante todo o tempo que ele esteve ali e soltou o ar de forma lenta, tentando controlar o coração que ainda batia acelerado.

As mãos tremiam discretamente, escondidas sob a mesa, e, mesmo assim, o frio do ar-condicionado parecia insuficiente para apagar o calor que queimava sob sua pele.

Nikolai Romanov não era apenas um cliente. Era poderoso, influente e perigoso. Ele não gritava, não fazia escândalos, mas conseguia impor medo apenas com a presença.

Anna sabia que, dali em diante, não havia espaço para falhas. Um erro, uma escolha errada, e o preço seria alto demais... alto a ponto de ser impagável.

E foi nesse momento que a preocupação com Irina caiu sobre ela como um peso ainda maior.

A amiga, com seus olhos verdes inocentes, ainda não fazia ideia da profundidade do abismo para o qual estava prestes a ser

empurrada. Irina tinha aceitado o trabalho por desespero, sem entender que estar ao lado de Nikolai Romanov não era simplesmente acompanhar um homem poderoso em um jantar de negócios. Era entrar na toca de um predador.

Anna apertou os lábios, inquieta. O corpo de Irina podia até não reagir agora, mas ela sabia que, no momento em que estivesse diante dele, algo inevitável aconteceria. O olhar de Nikolai atravessava qualquer armadura, despia qualquer defesa. E isso a aterrorizava.

Porque não havia volta depois de chamar a atenção dele.

Anna passou a mão pelos cabelos, respirando fundo, tentando reorganizar os próprios pensamentos. Ela mesma tinha aberto aquela porta para Irina. Tinha indicado o nome da amiga, pensando que seria uma oportunidade, uma solução rápida para os problemas financeiros e as ameaças que ela tinha tido. Mas agora... depois de encarar Nikolai de perto, depois de ver de perto aquela aura gelada de domínio, o arrependimento começava a crescer.

E, no fundo, um medo ainda maior se instalava:

Se Irina não estivesse à altura das exigências dele, se o comportamento dela o desagradasse... ou pior, se despertasse demais o interesse dele?

Anna sabia que a amiga nunca mais seria a mesma. Ela havia, sem querer, colocado Irina nas garras de um homem que não perdoava fraquezas.

E agora, por mais que quisesse, não havia como protegê-la.

                         

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