"Sua amiga?" Brice virou o rosto para Eleanor, incrédulo, antes de cair de joelhos e suplicar: "Senhor Brooks, eu ultrapassei todos os limites!" Juro que desconhecia completamente o vínculo entre vocês. Nunca teria ousado me aproximar dela dessa maneira se soubesse. Cometi uma imprudência lamentável. Por favor, me conceda uma nova oportunidade, e garanto que jamais repetirei tal erro!"
Enquanto ele implorava por clemência, sua testa se aproximava do chão repetidamente, como se cada gesto desesperado pudesse apagar o que havia feito.
Por fim, Ryland o dispensou com uma expressão carregada de desprezo contido. "Hoje estou inclinado à indulgência. Considere-se afortunado. Agora desapareça da minha frente."
"Muito obrigado, senhor Brooks!", balbuciou Brice, cambaleando em direção à saída, apressado e desorientado, quase tropeçando.
Logo após a partida apressada dele, Lillian surgiu no salão com o semblante visivelmente preocupado. "Eleanor, você se feriu? Está tudo bem?"
Eleanor respondeu com serenidade, balançando a cabeça: "Não, estou bem."
Aliviada, Lillian se voltou para o irmão, sua voz embargada de gratidão: "Ryland, graças aos céus que você chegou a tempo. Estamos sinceramente em dívida com você."
Ryland soltou uma risada leve, passando os dedos carinhosamente pelos cabelos dela. "Se algo tem valor para você, tem importância para mim também. Não há razão para agradecimentos."
Eleanor fez um gesto educado com a cabeça e disse: "Agradeço sinceramente, senhor Brooks."
"Não há necessidade de formalidade entre nós. Você já derramou vinho o suficiente esta noite. Vá se limpar antes que seque."
"Claro." Eleanor se levantou e seguiu em direção ao banheiro, mas no meio do caminho, acabou cruzando com Jonny acompanhado de Lainey.
Com um sorriso caloroso e perfeitamente ensaiado, Lainey a cumprimentou: "Senhorita Warren, que encontro inesperado!"
Eleanor se limitou a um breve aceno de cabeça, sem esboçar qualquer tentativa de prolongar a interação.
O silêncio tenso que se instaurou deixou Lainey visivelmente desconfortável. Após alguns segundos, ela se virou para Jonny com um olhar aflito e indagou com voz baixa: "Jonny, será que eu fiz algo que tivesse desagradado a senhorita Warren?"
Uma expressão de nítido incômodo surgiu no semblante de Jonny. "Ela está apenas tentando ser cortês com você e você é incapaz de responder com a devida educação?"
Eleanor inclinou levemente a cabeça, exibindo um desinteresse evidente. "Desde quando compartilhamos tamanha intimidade?"
Lainey entrelaçou seus dedos aos de Jonny e disse com uma delicadeza fingida: "Por favor, não fique chateado com a senhorita Warren por minha causa."
Que absurdo.
Sem considerar válido prolongar o diálogo, Eleanor se preparava para se afastar, mas foi interrompida pela voz elevada e irritada de Jonny: "Se seu objetivo é chamar minha atenção, não há necessidade de se rebaixar a esse ponto. Meu coração pertence a Lainey. Todos os seus esforços são em vão."
Essas palavras serviram apenas para reforçar a convicção de Eleanor - Jonny estava completamente desconectado da realidade.
Ela ergueu os olhos, encarando-o com um olhar sereno, porém cortante. "Não vim até este local por você. Estou aqui para me divertir. E me deixe refrescar sua memória - nós já estamos divorciados. Portanto, não cabe mais a você ditar minhas atitudes."
A frieza que impregnava seu tom deixou Jonny visivelmente abalado. Ele mal conseguia assimilar que a mulher dócil e submissa com quem um dia se casou havia evoluído para alguém tão resoluta e inflexível.
Lainey interveio rapidamente, tentando defender Jonny: "Senhorita Warren, como pode se dirigir assim a ele? Jonny apenas se preocupa com o seu bem-estar."
O olhar que Eleanor lançou sobre os dois transbordava desprezo e desdém. "Francamente. O que vejo à minha frente é um traidor e uma oportunista. Nenhum de vocês possui legitimidade para se apresentar diante de mim com esse ar de altivez. Agora saiam do meu caminho. Não tenho tempo a perder com tolices."
Com passos firmes que ecoavam pelo chão como estocadas precisas, ela avançou, seu vestido vermelho vibrante ondulando ao redor de seu corpo com a elegância de uma flor desabrochando em meio ao caos.
Os punhos de Jonny se contraíram involuntariamente enquanto ele a observava se afastar, seu peito tomado por uma sensação de ardência. Como ele pôde conviver com ela por tanto tempo sem perceber o vigor oculto nas palavras dela?
Percebendo o desconforto dele, Lainey segurou sua mão e sussurrou: "Não se deixe abalar por isso, Jonny. Vamos retornar. Emma está nos esperando."
O rosto de Jonny escureceu, tomado por um turbilhão de pensamentos, mas nenhuma resposta saiu de seus lábios.
Durante o tempo em que Lainey estava no exterior, ele ansiava pelo reencontro. No entanto, agora que ela estava novamente ao seu lado, a presença dela parecia estranhamente insípida. Talvez o confronto com Eleanor tivesse obscurecido seus sentimentos de maneira inesperada.
Sem mais palavras, ambos se viraram e se retiraram do ambiente.
No interior de uma sala reservada, Ryland observava atentamente a cena por trás da ampla janela de vidro, um sorriso de interesse surgindo em seus lábios. "Jamais imaginei que ela é a esposa de Jonny. Isso dá um novo sabor à situação."
"Na verdade, é ex-esposa", corrigiu Nolan em tom firme.