Concluído o diálogo com David, Eleanor não ficou na sala de estar, mas seguiu diretamente em direção ao salão principal da exposição, onde, inesperadamente, se deparou com Emma.
Assim que a identificou, a fisionomia de Emma se distorceu em puro desdém. "Ah, então foi Lillian Brooks quem te insuflou coragem? Está tão desesperada para reconquistar Jonny que resolveu segui-lo até aqui?"
"Modere suas palavras."
"Não finja inocência. Eu me recordo de como você cedia a cada desejo de Jonny. Esse teatrinho não me convence!"
Reconhecendo a futilidade em debater com alguém tão obtusa, Eleanor optou por não se desgastar. "Com licença."
"Nem pensar. Fique longe de Jonny. A única mulher digna de fazer parte da nossa família é Lainey!" O tom estridente de Emma ecoou por todo o ambiente, chamando rapidamente a atenção de várias pessoas ao redor.
Determinada a expor Eleanor ao ridículo, ela prosseguiu com veneno na voz: "Três anos de casamento, e você nem sequer conseguiu lhe dar um filho. Olhe para si - sem atrativos, sem dinheiro, irrelevante. Acha mesmo que pode ser comparada a Lainey?"
Com um sorriso frio nos lábios, Eleanor respondeu com elegância cortante: "Se a preocupação são herdeiros, talvez Jonny devesse procurar orientação médica. O problema nunca era comigo."
A resposta foi como um estalo público, e a expressão de Emma desmoronou diante da afronta. "Como ousa ofender Jonny dessa forma? Te darei uma lição agora mesmo!"
Privilegiada e acostumada a fazer escândalos sem consequências dentro da família Todd, Emma perdeu completamente o controle.
No momento em que Emma avançou, Eleanor desviou sutilmente para o lado, fazendo com que ela perdesse o equilíbrio e colidisse de frente com o expositor.
Um estrondo retumbante ecoou por todo o salão quando um vaso de valor incalculável caiu juntamente com sua vitrine de cristal, se estilhaçando contra o piso de mármore.
Por alguns segundos, o ambiente ficou em completo silêncio. Os seguranças, os convidados e os funcionários ficaram estáticos, visivelmente tomados por um choque coletivo.
Jonny surgiu prontamente, abrindo caminho com urgência por entre os presentes. "O que, em nome de Deus, está acontecendo aqui?"
"Ela me empurrou!", acusou Emma prontamente, estendendo o braço em direção a Eleanor. "Ela continuou me insultando, depois me empurrou direto para o expositor!"
O olhar de Jonny se voltou para Eleanor, sua voz impregnada de cólera: "Já basta causar confusão em outros lugares - como ousa fazer um escândalo aqui? Peça desculpas a Emma agora mesmo!"
Nesse instante, Eleanor se deu conta da ingenuidade que fora nutrir qualquer admiração por Jonny. "Então você acredita em tudo o que ela diz sem questionar? Tente usar a razão, Jonny."
"Eleanor!", bradou ele, seu rosto tingido por um rubor de constrangimento. "O que aconteceu com você? Como pôde se transformar..."
Antes que ele pudesse concluir sua acusação, uma salva de aplausos irrompeu inesperadamente no recinto, silenciando seus protestos.
Da área VIP, Nolan apareceu, acompanhado por Ryland.
O burburinho entre os espectadores cessou de imediato, substituído por um clima de tensão reverente.
Nolan, o homem que governava o império empresarial de Elepdon, havia chegado.
Ninguém ousaria confrontá-lo diretamente.
"Quem poderia imaginar que uma exposição de antiguidades culminaria em uma peça teatral ao vivo? Realmente surpreendente!", comentou Nolan.
Assim que o viu, Jonny endireitou a postura, inclinou levemente a cabeça em sinal de respeito e o cumprimentou: "Senhor Stewart."