Destruído pelo Amor, Renascido no Fogo
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Capítulo 5

O telefonema veio naquela noite. Era Adriano. Sua voz era ríspida, fria e carregada de uma urgência que fez os pelos dos meus braços se arrepiarem.

"Vá para o hospital. Unidade de Queimados. Agora."

Ele desligou antes que eu pudesse fazer qualquer pergunta.

Corri, meu coração batendo um ritmo frenético contra minhas costelas. Quando entrei pelas portas da unidade de queimados, Adriano estava lá esperando. Ele agarrou meu braço, seu aperto como aço.

"É a Aline", ele disse, seu rosto uma máscara sombria e pétrea. "Houve um acidente com alguns produtos químicos. Ela precisa de enxertos de pele. Extensos."

Ele começou a me arrastar pelo corredor.

"O tipo de pele dela é raro", ele continuou, sua voz desprovida de qualquer emoção. "Nós rodamos o banco de dados. Você é compatível."

Ele me puxou para uma sala de pré-operatório e me empurrou em direção a uma mesa cirúrgica. Enfermeiras já estavam lá, preparando instrumentos.

"O que você está fazendo?", gaguejei, minha mente lutando para acompanhar.

"Você vai ser a doadora", ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Ele e outro enfermeiro me forçaram a deitar na mesa, me segurando enquanto um terceiro vinha em minha direção com uma seringa. Senti a picada aguda da agulha em meu braço. Anestesia.

"Espere", implorei, minhas palavras começando a se arrastar enquanto a droga fazia efeito. "Você não pode..."

O cirurgião responsável se adiantou. "Adriano, já temos o suficiente. Tiramos uma quantidade significativa da coxa e do abdômen dela. Mais do que isso nas costas, e corremos o risco de danificar os feixes nervosos ao longo da coluna vertebral."

"Eu não me importo", disse Adriano, seus olhos fixos em algo acima da minha cabeça. "Tire mais. Quero o suficiente para as revisões. Quero que ela fique perfeita."

O cirurgião hesitou. "Isso pode afetar a mobilidade da Dra. Goodwin. Permanentemente."

"Eu disse, tire."

A última coisa que senti antes que a escuridão me consumisse foi o caminho frio e cortante do bisturi pela pele das minhas costas.

Quando acordei, estava em uma sala de recuperação padrão. Minhas costas eram um universo de dor.

Adriano estava sentado em uma cadeira ao lado da cama. Ele não perguntou como eu estava.

Ele olhou para mim, seus olhos tão afiados e frios quanto o aço cirúrgico que acabara de esculpir meu corpo, e disse: "Você fez isso com ela."

Eu o encarei, meu cérebro enevoado pela dor lutando para compreender.

"Encontramos um líquido corrosivo no hidratante facial dela", ele disse, sua voz um rosnado baixo e acusador. "Ela disse que você era a única outra pessoa que tinha acesso ao armário dela. Ela disse que você tem ciúmes dela há anos."

"Não", sussurrei, minha voz tremendo. "Eu nunca faria isso."

Ele não acreditou em mim. "O rosto dela está arruinado. Por sua causa."

Naquele momento, eu entendi. Aline tinha feito isso a si mesma. Ela se desfigurou intencionalmente para me incriminar, para criar uma situação tão horrível que Adriano não teria escolha a não ser me destruir completamente.

Dois policiais militares entraram no quarto. Eles leram meus direitos enquanto algemavam meus pulsos à estrutura da cama.

Eu estava presa por agressão.

            
            

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