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Três meses depois.
Um elegante Maybach preto parou diante da fachada reluzente de um clube, sua lataria polida refletindo as luzes coloridas de neon.
Brinley desceu graciosamente do carro, seu olhar se demorando na entrada suntuosa.
Nessa noite, acontecia o baile de caridade anual da família Knight, um evento que atraía as figuras mais ricas e influentes de Bleron.
Brinley torceu os lábios em um sorriso sarcástico, lembranças amargas e cortantes a assaltando.
"Senhorita Shaw, você finalmente chegou." Ryan Bailey, o mordomo da família Knight, se aproximou, flanqueado por uma imponente escolta de seguranças. Cada gesto seu exalava deferência.
Brinley ergueu o queixo e acenou com um gesto contido, um reconhecimento frio.
Ryan gesticulou polidamente e, indicando o caminho, disse: "Por aqui, por favor."
Os seguranças a escoltaram, e a mera presença da comitiva já atraía olhares.
Eles a guiaram por um corredor privativo - uma deferência para poupá-la do salão principal.
No caminho, ela pediu que Ryan dispensasse os seguranças, mas a ausência deles não diminuiu a atenção que atraía.
Com um ousado vestido carmesim e o cabelo preso em um elegante rabo de cavalo, Brinley irradiava uma elegância simples, mas impressionante.
Um burburinho percorreu a multidão.
"Não é Brinley?", sussurrou alguém, a voz carregada de um misto de admiração e curiosidade.
"Meu Deus, o que ela está fazendo aqui? Desde quando as festas da família Knight aceitam qualquer um?"
"Ouvi dizer que Colin a largou depois de descobrir a traição. Foi um escândalo. Como ela ainda tem a audácia de aparecer aqui hoje?"
"Psiu, fale baixo. Ela era o orgulho da família Shaw, mas eles a renegaram completamente... Olhe para ela, ainda posa de importante."
Os sussurros maldosos ecoavam pelo salão, mas Brinley permanecia impassível.
Ela se acomodou com elegância em um canto tranquilo, provando os aperitivos com uma calma indiferente. Sua postura serena apenas irritava ainda mais os fofoqueiros.
Liderando o grupo de fofoqueiros estava Renee Dale, filha do CEO do Grupo Dale. Com um sorriso malicioso e uma taça de vinho na mão, ela avançou em direção a Brinley, seguida por seus amigos.
A voz de Renee soou, deliberadamente alta, seu sorriso afiado: "Ora, ora, não é a senhorita Shaw? Sozinha esta noite? Onde está o senhor Palmer? Ah, é mesmo... ouvi dizer que vocês terminaram. É natural, não é? Um homem como ele não toleraria uma parceira infiel."
Antes que Brinley pudesse responder, uma amiga de Renee se inclinou, ansiosa para jogar mais lenha na fogueira. "Renee tem razão. Sem querer ofender, Brinley, mas você realmente acha que aparecer aqui vai fazer o senhor Palmer voltar? Esse barco já zarpou. É Milly quem está com ele agora, e está esperando um filho dele."
A troca de farpas apenas atiçou a multidão, que estava faminta por drama.
Brinley inclinou a cabeça, lançando a Renee e seus amigos um olhar gélido.
"Vocês parecem bastante fascinadas pela minha vida pessoal", disse ela, com um tom que, embora suave, escondia uma firmeza de aço. "No entanto, meus assuntos não são da conta de vocês. E quanto ao motivo de eu estar aqui..."
Seus lábios se curvaram em um sorriso de escárnio ao continuar: "Por acaso a família Knight precisa da permissão de vocês para me enviar um convite?"
Renee hesitou, seu rosto ruborizando de fúria. "Brinley, desça desse seu pedestal! Todo mundo sabe do seu escândalo. Como ousa dar as caras aqui? Está desesperada? Nenhum homem vai querer você agora!"
O olhar de Brinley endureceu, e sua voz saiu fria e controlada. "Isso não é da sua conta, senhorita Dale."
Ela ergueu o queixo levemente, o tom carregado de ironia. "Em vez de perder seu tempo comigo, talvez devesse prestar mais atenção às ações do Grupo Dale. Ouvi dizer que estão em queda livre graças a algumas decisões péssimas."
Renee empalideceu. "Do que você está falando? Isso é um completo absurdo!"
Brinley arqueou uma sobrancelha, a voz neutra: "Não se faça de desentendida. Você sabe muito bem do que estou falando."
Com um ar de desdém, Brinley lhe deu as costas, pegou um doce delicado de uma bandeja e deu uma mordida lenta e despreocupada, como se saboreasse mais a doçura do confeito do que a acidez da discussão.
Do outro lado do salão, Colin conversava com outro homem, o braço possessivamente em volta da cintura de Milly.
Ele se virou instintivamente ao som da comoção, e seu olhar se fixou em uma figura que ele jamais confundiria. A visão de Brinley o atingiu como um soco no estômago, fazendo seu peito se apertar.
Sem lançar um único olhar a Milly, ele avançou direto para Brinley, ignorando os olhares surpresos ao seu redor.
"Colin?" A voz de Milly vacilou e seu sorriso congelou.
Sua expressão azedou ao ver Brinley a poucos metros, e ela apressou o passo para seguir Colin.