Capítulo 7 Sete

PONTO DE VISTA DE OLIVIA:

Eu olhei meu reflexo no espelho. Cabelo bagunçado, olhos avermelhados e inchados e impressões digitais presentes em minhas bochechas.

Eu toquei naquelas marcas de dedos. Elas foram deixadas ali por Alex no momento em que ele agarrou meu rosto com muita força ontem à noite.

Suspirei e segui em direção ao chuveiro.

Tomei banho, penteei meu cabelo e vesti o vestido curto floral branco que tia Lilly havia me dado de presente. Surpreendentemente, eu estava muito bela hoje. Meus olhos estavam bem diferentes do que antes. Semelhante aos olhos da minha loba, mas não totalmente como os dela.

Nunca estive tão bem como hoje!

Nunca imaginei que o meu turno fosse ter esse tipo de efeito sobre mim.

Como meu cabelo estava molhado, não poderia amarrá-lo. Respirei fundo e resolvi descer às escadas.

Eu vi alguns membros da matilha olhando para mim. Mas eu os ignorei e segui para a cozinha.

Ignorei os ômegas e comecei a realizar meus trabalhos.

Os membros da matilha estavam chegando. Eleanor queria latir para alguns dos que lhe lançaram um olhar sedutor, mas eu a impedi.

Eu não queria terminar na masmorra.

O café da manhã estava pronto, assim comecei a servi-lo.

Quando me dirigi para as mesas, meus olhos alcançaram os trigêmeos. Eles estavam com algumas putas.

Senti uma pontada no coração quando notei a mão de Lucas sobre a coxa de sua namorada.

Nossa! Que ótimo modo de começar o dia.

Eu então resolvi ignorar qualquer contato visual com eles e coloquei o café da manhã na mesa.

Então eu vi o Gamma adentrando a sala.

Ele olhou para mim e deu um sorriso.

"Ouvi seus berros altos ontem à noite. Seu companheiro te rejeitou?" Gamma perguntou dando um sorriso maligno.

Eu não lhe respondi, apenas continuei servindo aos outros membros da matilha.

"Maldito seja." O Gamma não conseguiu terminar a frase antes que Benjamin o interrompesse.

"Não perca seu tempo com uma idiota." Benjamin falou cheio de ódio direcionado a mim.

Doeu demais ouvir aquelas palavras.

Ouvir algo como aquilo da boca de seu cônjuge traz a pior sensação do mundo.

Quando aquele que foi feito para te amar, te odeia, você sente tudo dentro do seu corpo se despedaçar.

Lágrimas ameaçavam rolar dos meus olhos, mas me segurei.

O resto do café da manhã transcorreu sem demais problemas.

Sempre que eu via os trigêmeos com suas respectivas namoradas, meu coração ficava apertado.

Os que foram feitos para mim já estão com outras garotas.

De alguma maneira, consegui me controlar durante todo o café da manhã, mas assim que os trigêmeos deixaram a cozinha, fugi para o meu quarto.

Eu tranquei a porta e simplesmente me rendi ao choro.

"Como serei capaz de suportar isso."

"Por que as coisas não podem ser como antes. Não entendo! Se papai não houvesse sido acusado, eles definitivamente teriam me aceitado. Eles não me odiariam." Então eu chorei.

Tempos depois...

O dia todo passou enquanto eu via os trigêmeos e suas namoradas coladinhos um ao outro.

Toda vez que suas namoradas zombavam de mim, elas riam juntos delas.

As novas namoradas até me obrigaram a fazer seus trabalhos, que incluíam trazer seus sapatos ou fazer suas unhas.

Eu não conseguia fazer nada como o trigêmeo ordenou. Eles eram alfas e meu dever era simples: obedecê-los.

Minha loba queria rasgar aquelas fêmeas em pedaços, mas não era apenas defeitos delas.

Os trigêmeos estavam igualmente envolvidos nisso.

Agora era noite e eu estava deitada em minha cama admirando a paisagem pela janela.

Estava nublado e quase não se podia ver a lua. Não gostava daquilo, não conseguia ver a lua hoje.

Eu estava me revirando na cama por causa da falta de sono quando repentinamente senti uma dor aguda no peito. A dor começou no peito e percorreu todo o meu corpo em questão de segundos.

Minha loba choramingou naquele instante.

"O que está acontecendo Eleanor?" Eu perguntei chorando por conta da dor.

"Os nossos companheiros estão fazendo sexo com outras garotas." Ela disse sentindo-se triste.

Meu corpo estava ardendo.

E a dor que ardia no meu peito era insuportável.

Mas o que estava fazendo a dor aumentar eram as lembranças que eu tinha deles com suas namoradas.

"Meu Deus!" Eu grunhi de dor.

"Eleanor, eu não consigo mais suportar isso." Eu exclamei.

Eleanor estava uivando de dor.

Então algo inesperado ocorreu, eu consegui ligar para a tia Lilly.

"Tia, por favor me ajude." Eu implorei..

"Olivia, é você mesmo?" Tia Lilly perguntou.

"Mmm." Eu ofegava enquanto segurava meu peito por conta da dor.

"Espere um pouco Olivia, já estou indo." A voz de Lilly mostrava sua preocupação.

Eu estava berrando de dor. A dor era realmente insuportável. A sensação de queimação na minha pele estava crescendo tanto que comecei a sentir que minha pele iria cair do meu corpo.

Deixei a cama segurando meu peito e de alguma forma consegui chegar até o banheiro.

Alcancei o chuveiro com meu corpo trêmulo e o abri.

A água gelada tocou meu corpo.

A água fria acalmou minha pele um pouco.

Mas não conseguiu acalmar o meu coração.

Será que aquilo era o que eles quiseram dizer? Eles vão me ferir dessa forma? Como pode alguém ser tão cruel assim?

"Será que eles me odeiam tanto assim?" Eu chorei mais enquanto segurava o meu corpo.

A água fria colaborou um pouco em aliviar a sensação de queimação, mas a dor ainda era insuportável.

Eu continuei gritando de dor. Eu estava com dor, tanto física quanto emocional.

Então eu ouvi passos.

"Olivia." Foi quando tia Lilly entrou no banheiro.

A tia Lilly veio na minha direção e abraçou meu corpo molhado.

"O que houve, querida?" Ela acariciou minha cabeça de modo suave enquanto me puxava para seu peito.

"Tia eles me odeiam tanto que agora eles..." Eu solucei.

"E agora, o que fará Olivia?" A tia Lilly perguntou enquanto esfregava as minhas costas.

"Eles estão me ferindo enquanto transam com outras pessoas. Eles estão usando a conexão de casais para me machucar." Eu berrei muito alto.

Eu ouvi o suspiro da tia Lilly.

"Tia eu não suporto mais a dor. O que eu fiz para merecer tanto ódio?" Eu solucei novamente.

"Tudo ficará bem, querida. A Deusa da Lua irá consertar tudo." A titia beijou a minha cabeça.

Eu ouvi as fungadas da tia.

Continuei chorando enquanto abraçava a tia com força.

Não sei por quanto tempo permaneci sob o chuveiro. Talvez pouco menos de uma hora.

Lentamente, a dor no meu peito foi aliviada e a sensação de queimação que eu estava sentindo na minha pele sumiu.

Tia Lilly então desligou o chuveiro.

"Espere só um segundo, querida, vou buscar as suas roupas." Ela disse e eu balancei a cabeça em sinal de concordância, enxugando minhas lágrimas.

Depois de alguns minutos, tia Lilly voltou segurando algumas roupas.

Como eu ainda tremia, tia Lilly me ajudou a me vestir.

Ela me ajudou a caminhar e chegar até minha cama.

Finalmente me sentei na cama e a tia Lilly sentou-se ao meu lado.

"Olivia, então eles são os seus companheiros?" A tia perguntou e eu assenti em concordância.

Uma lágrima desceu pela minha bochecha pensando nos eventos anteriores.

"Por que você não me disse nada sobre isso antes, Olivia?" Sua tia a questionou.

"Achei que eu conseguiria lhe contar hoje, mas não consegui. Eles me obrigaram a trabalhar o dia todo então..." Não consegui segurar o choro.

"Olivia." A tia suspirou e me abraçou.

"Eles disseram que não vão mais me rejeitar, em vez disso, vão me machucar usando o vínculo de companheiros." Eu chorei mais ainda.

"Tudo ficará bem Olivia." A tia disse em um tom triste.

"Eu os amo tia. Os amo de verdade. Eles são meus companheiros"

Eu continuei chorando enquanto a abraçava.

"Eles estão completamente cegos de ódio. Eles não estão percebendo o grande erro que estão cometendo agora." A tia respondeu.

"Eu nunca vou perdoá-los pelo que estão fazendo." Eu balancei a minha cabeça.

"Jamais!" Eu falei respirando fundo.