A Herdeira Descartada: Renascida da Prisão Mafiosa
img img A Herdeira Descartada: Renascida da Prisão Mafiosa img Capítulo 1
1
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
Capítulo 23 img
Capítulo 24 img
Capítulo 25 img
Capítulo 26 img
img
  /  1
img
img

A Herdeira Descartada: Renascida da Prisão Mafiosa

Gavin
img img

Capítulo 1

Há sete anos, meu noivo, Dom Dante Moretti, me mandou para a prisão para assumir a culpa por um crime da minha irmã adotiva, Chiara. Ele chamou isso de presente - uma forma de me proteger de um destino pior.

Hoje, ele me buscou na saída da prisão apenas para me abandonar na mansão da minha família. O motivo? Chiara estava tendo outra de suas "crises".

Meus pais então me informaram que eu ficaria no depósito do terceiro andar, para não perturbar a garota frágil que roubou minha vida.

Eles celebraram a "recuperação" dela com um jantar luxuoso, enquanto eu era tratada como um fantasma. Quando me recusei a participar, minha mãe sibilou que eu era uma ingrata, e meu pai me chamou de invejosa.

Eles presumiram que eu não entendia seus sussurros venenosos. Mas a prisão foi minha universidade. Eu aprendi espanhol. Eu entendi cada palavra.

Foi então que percebi que não era apenas um sacrifício; eu era descartável. O amor que um dia senti por todos eles havia se transformado em cinzas.

Naquela noite, no depósito empoeirado, acessei um canal criptografado que havia criado anos atrás. Uma única mensagem me aguardava: "A proposta ainda está de pé. Você aceita?" Minhas mãos, marcadas por cicatrizes, mas firmes, digitaram de volta: "Eu aceito."

Capítulo 1

Alina POV:

O homem a quem fui prometida, Dom Dante Moretti, me disse que sete anos na prisão eram um presente. Ele disse que era sua maneira de me proteger, uma misericórdia em comparação com a alternativa que meus pais estavam considerando.

Isso foi há sete anos.

Hoje, ele estava me esperando do lado de fora dos portões de uma penitenciária federal, encostado no capô preto polido de um sedan blindado. O sol de São Paulo brilhava no cromo, uma luz ofuscante e brilhante que nunca alcançava a frieza imóvel em seus olhos. Ele parecia exatamente o mesmo - impossivelmente bonito, brutalmente composto, um rei em um terno feito sob medida que provavelmente custava mais que o orçamento anual desta penitenciária inteira.

Eu era quem havia mudado. A garota que entrou - aquela que o amou com cada pedaço fraturado de sua alma - estava morta. Eu a enterrei em algum lugar entre o terceiro e o quarto ano, logo após uma briga de faca na lavanderia por uma barra de sabão roubada.

"Alina", ele disse, sua voz um ronco baixo que um dia fez meu coração disparar. Agora, era apenas um som. Ele abriu a porta do passageiro para mim. "Acabou. Vou te levar para casa."

Casa. A palavra era uma risada amarga que engoli.

Deslizei para o assento de couro macio, o cheiro dele - sândalo e poder - preenchendo o pequeno espaço. Era sufocante. Enquanto ele dirigia, o silêncio entre nós se esticou em algo fino e letal, um fio esticado e pronto para cortar.

Minha mente voltou para aquela noite. A noite em que meu mundo acabou.

Minha irmã adotiva, Chiara, estava drogada, imprudente. Ela pegou meu carro e atropelou um homem importante da família Falcão, quebrando a frágil trégua que o pai de Dante havia negociado. Uma vida por uma vida. Essa era a lei do nosso mundo. Uma vingança de sangue estava por vir.

Mas a família Salinas não podia arcar com uma guerra. E Chiara, minha linda e frágil irmã, foi considerada preciosa demais para ser sacrificada.

Então eles me escolheram.

"São apenas sete anos, Alina", minha mãe, Isabella, sussurrou, suas mãos frias em meus ombros. "Um pequeno sacrifício para evitar um banho de sangue."

Meu pai, Marco, foi mais direto. "Este é o seu dever para com a família."

Até minha própria irmã, Giuliana, me olhou com olhos frios, dizendo-me para pensar no que era melhor para todos.

Eu recusei. Eu gritei. Eu lutei. Eu disse a eles que não pagaria por um crime que não cometi.

No final, foi Dante quem me quebrou. Ele era o Dom mais poderoso de São Paulo, um homem que construiu um império das cinzas de seu pai. Ele era temido, respeitado, um diabo que comandava lealdade pela pura força de vontade. E ele era meu noivo, o garoto que jurou me proteger desde que éramos crianças.

Ele me encurralou na biblioteca da nossa mansão. "Seus pais têm outro plano", ele disse, sua voz desprovida de todo calor. "Eles vão te entregar aos Falcão. Você sabe o que eles farão com você. A prisão é a única maneira de te manter viva. A única maneira de te manter minha."

Ele prometeu que esperaria. Ele prometeu que nos casaríamos no dia em que eu fosse solta.

Ele arranjou tudo. Uma confissão forçada. Um jogo de cartas marcadas no tribunal. Sete anos. Um presente.

Agora, parando nos portões da propriedade dos Salinas, o abismo entre nós era maior do que os sete anos que estivemos separados. Ele era o Dom polido. Eu era a mulher que a prisão havia forjado.

Quando ele desligou o motor, seu telefone vibrou. Ele olhou para a tela e, pela primeira vez, uma fissura apareceu naquela máscara de controle brutal. Um músculo saltou em sua mandíbula.

"É a Chiara", ele disse, a voz tensa de preocupação. "Ela está tendo outra crise."

Ele nem sequer olhou para mim. "Eu tenho que ir até ela."

Ele saiu do carro, me deixando ali, ao pé da imponente escadaria de mármore onde cresci. Ele passou correndo pelo mordomo, seu foco inteiramente na garota frágil que havia roubado minha vida.

O mordomo, um homem que me conhecia desde o nascimento, olhou para mim com um lampejo de pena. "Senhorita Alina. Seus pais me instruíram a preparar o depósito do terceiro andar para a senhorita. Para não perturbar a senhorita Chiara."

O depósito. Não o meu quarto de infância, com sua varanda com vista para os jardins. Um quarto pequeno, sem janelas, cheio de coisas esquecidas.

Foi então que finalmente entendi. Eu não era da família. Eu era uma coisa a ser usada, um escudo a ser quebrado. E meu propósito havia sido cumprido. O amor que um dia senti por Dante, por todos eles, havia se transformado em cinzas há muito tempo. Mas em seu lugar, um ódio frio e duro por Chiara começou a se cristalizar.

Naquela noite, no quarto apertado e empoeirado, abri o laptop surrado que recebi com meus papéis de soltura. Dentro, um canal criptografado que eu havia configurado oito anos atrás - uma linha de vida desesperada e secreta para um mundo diferente - estava adormecido. Um plano de contingência para uma vida que nunca tive.

Uma única nova mensagem aguardava, com data e hora de três minutos atrás. "A proposta ainda está de pé. Você aceita?"

Minhas mãos, marcadas por cicatrizes, mas firmes, moveram-se pelo teclado.

"Eu aceito."

            
            

COPYRIGHT(©) 2022