Sob o Olhar do CEO
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Capítulo 2 Cap.01

Zara Nox

Dia 1º de março de 2022.

Aqui estava eu, usando uma calça de alfaiataria branca, uma blusa preta simples, e um blazer branco por cima - tudo novo, tudo meu, tudo ainda com cheiro de loja.

Nos pés, um par de saltos que quase me fez cair na sala momentos antes de sair. Mas eu precisava parecer alguém.

Alguém que pertencia àquele novo mundo.

O reflexo no espelho mostrava uma versão de mim que eu nunca tinha visto antes.

Elegante. Adulta.

Uma mulher.

- É isso, Zara - murmurei para o espelho. - Hoje começa o resto da sua vida.

Peguei minha bolsa e saí.

A faculdade ainda estava vazia quando cheguei. Um campus bonito, moderno, cheio de gente que parecia saber exatamente o que estava fazendo ali. Eu, por outro lado, me sentia como uma intrusa.

Mas isso mudou assim que conheci a diretora Flávia.

Ela me recebeu com um sorriso largo e um olhar gentil - algo que eu raramente via em figuras de autoridade.

- Querida Zara! Seja muito bem-vinda! - disse, apertando minhas mãos entre as dela. - Suas aulas começam na próxima semana, mas que bom que veio conhecer o campus antes.

Assenti educadamente, ainda tentando me acostumar com tanto entusiasmo.

- Aqui está um envelope - ela continuou, pegando algo da mesa. - É uma carta de admissão para a Castellani Corp. Você começa um estágio remunerado lá.

- Eu...? - arqueei as sobrancelhas. - Mas eu nem comecei as aulas ainda.

- Justamente por isso. - Ela sorriu. - Eles têm um programa de integração para estudantes de administração. Gostam de formar os próprios profissionais.

Peguei o envelope, confusa, tentando entender como minha vida tinha virado de cabeça para baixo em menos de vinte e quatro horas.

Ontem, eu não tinha absolutamente nada.

Hoje, eu tinha um apartamento, comida, uma conta bancária, uma faculdade paga... e agora, um emprego.

- Diretora Flávia... - comecei, hesitante. - A senhora tem certeza que não houve engano?

- Nenhum. - Ela sorriu de novo, como se soubesse mais do que dizia. - Aproveite a oportunidade, querida.

E foi isso.

Saí da faculdade com o envelope apertado contra o peito, chamei um táxi e dei o endereço que estava escrito lá dentro: Castellani Corporation.

O prédio era imenso, espelhado, o tipo de construção que grita poder e dinheiro a quilômetros de distância.

Quando desci do carro, senti o peso do salto e do nervosismo.

Respirei fundo.

"Postura, Zara. Postura. Não mostra que é sua primeira vez em um lugar desses."

Entrei.

O hall era tão grande que minha voz ecoaria se eu dissesse um simples "oi".

Lustres de cristal, piso de mármore, recepcionistas uniformizadas... e eu, tentando parecer natural, como se não estivesse impressionada.

Uma moça com um sorriso simpático me chamou atenção no balcão.

- Bom dia! - disse ela, animada. - Me chamo Liz. Em que posso te ajudar?

- Oi... - forcei um sorriso. - Sou Zara Nox. Vim saber sobre meu estágio. A diretora da faculdade me enviou.

Ela olhou para o computador e, logo em seguida, para mim.

- Ah, sim. Estávamos te esperando. - Ela sorriu. - O senhor Castellani quer falar com você pessoalmente.

Eu pisquei, surpresa.

- Comigo?

- Não se assuste. - Ela riu baixo. - Ele fala com todos os novos estagiários. Mas, pelo que entendi, você vai trabalhar diretamente com ele.

Diretamente com o CEO?

Meu estômago deu um nó.

- Todos os outros estagiários eram homens, mas... - ela inclinou-se um pouco para sussurrar - ele mesmo pediu que essa vaga fosse aberta para uma mulher. Dizem que somos mais organizadas.

Engoli seco.

- Sim... claro.

- O elevador é por ali. Último andar. Há uma recepção lá, com duas salas: a da presidência e a da vice. Boa sorte, Zara.

Sorri em agradecimento e segui para o elevador.

O coração batia rápido demais.

A cada andar que o número aumentava, parecia que eu subia para um outro tipo de vida.

Quando as portas se abriram, fui recebida por uma jovem elegante, provavelmente a secretária da vice-presidência.

- Boa tarde - disse ela. - Senhorita Nox, certo?

Assenti.

- O senhor Castellani está te esperando. Pode entrar.

As palavras ecoaram dentro de mim.

"Está te esperando."

Como se ele já soubesse exatamente quem eu era.

Empurrei a porta devagar.

E lá estava ele.

De costas, olhando pela janela panorâmica que dava uma visão perfeita da cidade.

Alto.

Postura impecável.

O terno escuro perfeitamente ajustado ao corpo.

Ele se virou quando a porta fechou atrás de mim, e, por um segundo, o ar pareceu desaparecer da sala.

Lorenzo Castellani.

O tipo de homem que você vê em revistas e acha que é photoshop.

O olhar dele era frio, calculado, e ainda assim... havia algo nele que me fez estremecer.

Aquele tipo de presença que não precisa de palavras para dominar o ambiente.

- Senhorita Nox. - A voz dele era grave, firme, e soava como uma ordem disfarçada de cumprimento. - Seja bem-vinda à Castellani Corp.

Tentei não gaguejar.

- Obrigada, senhor. É... uma honra.

- Pode se sentar. - Ele indicou a cadeira à frente da mesa de mogno.

Sentei, mantendo as mãos firmes no colo para esconder o tremor.

Ele se sentou também, os olhos fixos em mim.

E foi nesse instante que percebi algo estranho.

Ele parecia... me estudar.

Cada movimento, cada respiração.

- Veio da faculdade de administração, certo? - perguntou, abrindo uma pasta à frente.

- Sim, senhor. - Respondi o mais educadamente possível. - A diretora Flávia me enviou.

- Entendo. - Ele assentiu, sem desviar os olhos. - Gosto de conhecer pessoalmente quem trabalha perto de mim.

A intensidade do olhar dele me fez engolir em seco.

Tentei desviar, mas era impossível.

A cada segundo, eu me sentia mais presa ali.

Entre o nervosismo e uma curiosa atração que não fazia sentido algum.

- Parece nervosa. - Ele comentou, um leve sorriso nos lábios. - Costuma ser assim com todos os novos funcionários?

- Não, senhor... - menti. - Só não esperava ser recebida por... você.

Ele arqueou uma sobrancelha, divertido.

- "Você"? Não é assim que minhas funcionárias costumam me chamar.

O calor subiu até o meu rosto.

- Me desculpe... senhor Castellani.

Ele riu baixo, um som rouco, quase perigoso.

E por um instante, o ar entre nós pareceu mudar.

Ele apoiou os cotovelos sobre a mesa, entrelaçando os dedos.

- Diga-me, Zara, por que escolheu administração?

Olhei para ele, tentando manter a compostura.

- Porque quero entender o que faz o mundo girar, senhor.

- E o que faz o mundo girar, na sua opinião?

- Poder. - Respondi sem pensar.

Um sorriso quase imperceptível curvou seus lábios.

- Boa resposta.

O silêncio se instalou.

Mas não era um silêncio desconfortável.

Era denso. Quente.

Ele me olhava como se me conhecesse - e, ao mesmo tempo, como se tentasse decifrar algo que só ele sabia.

- Gosto da sua confiança. - Ele disse, por fim. - Vai precisar dela aqui.

Tentei sorrir, mas o coração estava acelerado demais.

Ele se levantou. O movimento fez o perfume dele preencher a sala - um aroma amadeirado, masculino, caro.

De repente, ele estava perto demais.

Encostou-se à mesa, a poucos passos de mim.

- O setor de administração começa às nove. Estará lá amanhã. - A voz dele saiu baixa, firme. - Sua função inicial será me auxiliar pessoalmente.

- Eu... pessoalmente? - repeti, surpresa.

- Exatamente. - O olhar dele desceu até meus lábios por um segundo - rápido demais para ser notado, mas eu notei. - Tenho a sensação de que você aprende rápido.

O ar sumiu dos meus pulmões.

Ele sorriu, quase imperceptível, como se soubesse o efeito que causava.

- Algo errado, senhorita Nox?

- N-não, senhor.

Ele voltou para trás da mesa e pegou um crachá.

- Bem-vinda oficialmente à Castellani Corp. - estendeu o crachá em minha direção. - E... Zara?

- Sim?

- Evite chamar atenção demais. Aqui dentro, tudo o que brilha demais costuma ser perigoso.

Havia uma seriedade na voz dele que me fez estremecer.

Peguei o crachá e forcei um sorriso.

- Eu não costumo brilhar, senhor.

- Veremos. - murmurou, voltando ao trabalho.

Saí da sala tentando respirar.

O coração ainda batia forte, e minhas pernas pareciam de gelatina.

Apertei o crachá nas mãos.

"Meu Deus... o que foi isso?"

Ele era... tudo o que um homem não devia ser: perigoso, confiante, inacessível.

E, mesmo assim, algo em mim implorava para revê-lo.

Mas eu não podia.

Eu tinha um emprego a zelar.

E ele era meu chefe.

Quando entrei novamente no elevador, uma parte de mim já sabia: aquele homem não seria apenas o início da minha carreira.

Ele seria o início da minha ruína.

{...}

            
            

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